Capítulo 57- Slughorn

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Como já era esperado, o final das férias passou tão depressa tal qual vassouras potentes de corrida. Porém, se tinha uma coisa que estava incomodando à todos nós, era o fato de que Harry ainda não tirara Malfoy de seus pensamentos; grande parte de seu dia, era resumido à pensar nas possibilidades do que o pálido garoto estaria fazendo numa loja tenebrosa e macabra como aquela. Sorte minha e de Nev que não tínhamos que dividir quarto com Potter e não precisávamos escutar aquelas lorotas e baboseiras que saíam furiosamente da boca do menino; que estava na expectativa de que alguma de suas teorias estarem certas.

No momento, estou descansando no peitoral macio e confortante de meu namorado, Neville. Aqueles lindos e intensos olhos admiram-me com uma paixão que não lhe cabe no peito; sua respiração aquecida e acolhedora passava entre os fios macios de meu cabelo; as mãos do garoto abraçam minha cintura e aproxima cada momento mais os nossos troncos. Lentamente, a maçaneta da porta foi girando em sentido horário e deu passagem para um punhado de cabelos ruivos presos em um coque alto.

Molly: É melhor vocês se apressarem~ começou a senhora~ , quero os malões prontos hoje à noite, se possível, para não termos aquela correria de sempre.~ conclamou ela, saindo da passagem num único movimento.

Quando a porta foi selada novamente, abracei o garoto, ainda aconchegada em seus braços, e deixando um tardio e moroso beijo. Minha língua acompanhou todo o delineamento de seus lábios prazerosos e, por fim, o  garoto cedeu a entrada de minha tramela em sua boca. Em questão de alguns minutos, que alegava terem sido segundos, nos separamos devido à falta de ar em nossos pulmões. Após recuperarmos a respiração, nos aprofundamos na arrumação de nossos pertences; focados em não deixar nenhuma única coisa naquele quartinho que, um dia, fora de Percy. 

Uma vez mais, a porta foi aberta; dessa vez, com muito mais velocidade. Harry ultrapassou-a correndo e aproximou-se de mim, gesticulando coisas numa rapidez absurda. As palavras dele atrapalhavam uma às outras, dificultando o entendimento. A atenção do menino não estava em mim e nem em suas locuções, mas sim em suas próprias ideias. Toda vez que tentava chamar sua concentração, ele desviava o assunto e, logo em seguida, retornava à atropelar suas sentenças. 

S/N: Harry!!~ exclamei, finalmente, chamando a atenção dele~ Acalme-se, o que houve?

Harry: Ele é um Comensal da Morte. Substituiu o pai como Comensal da Morte!

Neville: Ele quem?~ perguntou apreensivo.

Harry: Malfoy, é óbvio!

Revirei meus olhos lentamente. Malfoy teria somente dezesseis anos; Lorde nunca confiaria uma tarefa importante a um garoto como esse. Além do mais, ele não tem a capacidade de suportar a dor de uma cicatriz como aquela. Teria que ter bastante força, paciência e determinação para isso; últimas coisas que Draco teria. 

S/N: Ele tem dezesseis anos! Acha mesmo que Voldemort permitiria que ele se alistasse?~ perguntei, finalizando a dobra de um pulôver feito pela Sra. Weasley~ Falando nisso, Malfoy parece ser bem durão, mas tem um enorme coração. Nunca mataria alguém bom ou coisa do tipo.

Neville: Acho muito improvável, Harry.

S/N: Que é que faz você pensar assim?

Harry: Na loja da Madame Malkin. Ela nem chegou a tocar nele, Malfoy gritou e puxou o braço quando ela quis enrolar a manga da roupa dele. Era o braço esquerdo. Tatuaram a fogo a Marca Negra.

Neville e eu nos entreolhamos.

Neville: Bem...~ disse ele, ainda sem convicção.

S/N: Acho que ele só queria sair da loja o mais rápido possível.~ argumentei.

Neville e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora