Capítulo 69- A Futura Festa Natalina de Slughorn

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⚠TW⚠: Transtorno alimentar e indícios de depressão 

Depois do dia em que Severus Snape e seu afilhado, Draco Malfoy, mostraram-me a marca do inimigo tatuada em seu antebraço, minha situação agravou-se ainda mais. Meu corpo enfraquecia-se a cada instante; meu apetite não retornava ao normal de modo algum, fazendo-me perder incontáveis quilos; e, por conta dos frequentes episódios de vômitos e desmaios, permaneci imóvel na imensa maca coberta por uma delicada seda verde. 

Neville, por sua vez, não saía da área hospitalar e, sempre que podia, passava noites em claro observando-me e cuidando de meu ser hospitalizado e frágil. Em torno de seus olhos, começaram a aparecer partes arroxeadas e azuladas, assinalando suas noites mal dormidas. Ao meu ver, o menino parecia mais magro e triste do que nunca fora antes; seus cabelos estavam bagunçados e de uma coloração diferente devido a ausência da incidência solar em seus fios dourados e reluzentes. Essa aparência entristecida de meu namorado deixava-me cada vez mais melancólica e deprimida e, como resultado, minha piora em questões de saúde. Em companhia da desalegre estado de Neville, infelizmente, perdemos a comemoração do nosso aniversário de dois anos de namoro, gerando ainda mais angústia e mortificação em meu coração. Tinha a sensação que esses sentimentos descritos acima perfuravam e jogavam pedras pontiagudas no núcleo de minha alma, acertando-me internamente e quebrando-me pedacinho-por-pedacinho. Mas, se havia uma coisa que me impedia de desistir, eram as palavras de esperança que abandonavam a boca de Neville, e que, de algum modo, reconstruíam-me aos poucos e dando-me mais segurança para seguir em frente.

Após algumas semanas de repouso na ala hospitalar, por um milagre divino, fui liberada à deixar a enfermaria e voltar as minhas atividades normais e, dessa vez, sem nada e ninguém atrapalhando-me ou intrigando minha persona. No momento em que abri a porta de meu dormitório escuro e sujo, pessoas pularam de todos os míseros cantos de meus aposentos.

Parabéns, S/N!!~ esbravejaram os indivíduos.

Quando a luz instalou-se no local, pude ver todos os meus amigos juntos e celebrando minha recuperação. Entretanto, a pessoa que mais chamava minha atenção era, com toda certeza, meu querido e maravilhoso namorado. De seus olhos, jorravam lágrimas puras e prateadas, que escorriam por todas as vertentes de seu rosto angelical e macio. Suas bochechas encontravam-se inchadas e extremamente avermelhadas, tal qual morangos que acabaram de ser colhidos pelos melhores bruxos agricultores da região. Aproximei-me dos lábios brilhantes e saborosos do garoto e choquei os meus lábios ao dele, criando uma conexão extraordinária entre nossos princípios vitais. É inevitável apontarmos que, ao sentir a língua do loiro tocar em minha boca, vivenciei a sensação de que o modo de operação básico de minha mente tinha virado a chavinha, liberando as incontáveis borboletas em  meu estômago. Na realidade, não eram só as borboletas passeando livremente pelo abdômen que deixavam-me daquela maneira abobalhada; apertos no coração, corpo trêmulo, e respiração ofegante também estavam tão presentes quanto os belos insetos voadores. Somando todos esses sentimentos e emoções, era capaz de criar um magnífico jardim florido e ensolarado, com árvores de grande porte em todas as direções, flores saudáveis e ricas, riachos de águas cristalinas rodeando todo o horto, elaborando uma das paisagens mais lindas que já vira em toda minha existência. Sem demora, o ar de meus pulmões esgotou-se, da mesma maneira que os de Neville, e afastamo-nos do longo, carinhoso e moroso beijo. 

Neville: As borboletas em meu estômago anunciam que estou primaverado por você...~ afirmou, depositando um leve e delicado beijo em minha testa.

S/N: As minhas também.~ assenti, acariciando seus cabelos suavemente~ Eu te amo muito!

Neville: Eu também te amo muito!~ disse, abraçando-me fortemente e pegando-me no colo~ Vem, vamos comer.

Fui dirigida para a escrivaninha ao lado de minha cama, onde haviam vários dos meus docinhos e comidas preferidas, dando-me água na boca, mesmo não estando com tanta fome, porém a gula era maior que meus pensamentos.

Neville e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora