– Você só pode estar de brincadeira, não é? – Philip riu, finalmente saindo do estado de transe em que estava – Anna... ou melhor, Anita – Negou com o rosto – A única responsável por tudo o que aconteceu por aqui, foi você.
Anna: Philip, não se faça de inocente agora – Disse em tom de deboche – Pois isso você não é! Eu nunca quis ir embora! Eu nunca quis deixa-los! E você sabe tão bem quanto eu que isso é coisa sua e do velho nojento do seu pai! – Acusou, magoada – Eu fui expulsa da minha própria casa, sem ter direito a absolutamente nada!
Philip: Você não fazia bem a elas! – Se defendeu, alterando a voz – Você levava a sua vida como se as duas não existissem! Você continuou fazendo as mesmas merdas, colocando nossa família em risco! Você queria que eu fizesse o que? Fingisse que não era nada, até que alguém invadisse a nossa casa e matasse todos nós? Porque você sabe que isso, mais cedo ou mais tarde ia acontecer, era só questão de tempo!
Anna: Você me conheceu assim! – Avançou na direção de Philip – Eu poupei a sua vida, Philip! Eu te salvei e me coloquei em risco por te amar! Eu nunca colocaria a minha família em risco, nunca permitiria que nada acontecesse a vocês! Nem que isso custasse a minha própria vida, como já custou uma vez.
Philip: Isso não era garantia nenhuma, nunca foi – Negou com o rosto, e Anna respirou fundo, procurando se acalmar – Ficou insustentável. Você não abria mão, não queria parar! Meu pai só quis proteger Amélia e Anahí da própria mãe, e por isso, não vou culpa-lo nunca!
Anna: É a porra do meu trabalho, Philip! – Philip a olhou – Eu nunca colocaria as minhas filhas em risco, eu nunca permitiria que nada acontecesse a elas e eu já cansei de falar isso! Amy e Any sempre foram minha prioridade, muito maior do que qualquer trabalho!
Philip: Trabalho, Anna? – Riu sem humor – Você mata as pessoas em troca de dinheiro, desde quando isso é um trabalho? Desde quando isso é um trabalho que façam suas filhas se orgulharem da própria mãe? – Negou com o rosto – Um trabalho que faça a sua filha que é tenente da policia de Nova York bater no peito e falar que a mãe dela é uma assassina?
Em um momento de desequilíbrio, atingida pelas palavras de Philip, Anna acertou com toda a força e mágoa que tinha dentro de si o rosto dele, fazendo-o virar com a mão, sentindo o gosto do próprio sangue na boca. Aquilo estava guardado a anos, todo rancor, toda dor, todo o sofrimento que ele a fez passar.
Philip: Ela entrou pra polícia pra fazer justiça, até hoje não deixa de lado o assassinato da mãe – Limpou um filete de sangue do canto da boca com o polegar – Não é justo que ela venha a descobrir que a assassina, é a própria mãe. Que tira vida de pessoas inocentes, que vende a própria dignidade, se sujeitando a levar uma vida assim!
Anna: Eu nunca derramei o sangue de um inocente, Phil – Philip se surpreendeu ao identificar o tom de mágoa na voz de Anna – E você é a prova viva disso.
Philip: Grande merda! – Abriu os braços com um riso forçado – Isso ainda faz de você uma assassina! Você convive com o mau, Anna. Você é o mau!
Anna: Phillip, entenda – Bateu com o dedo sobre a mesa dele, com um sorriso nos lábios, recuperando sua frieza – Eu não vim discutir com você, não vim pedir a sua opinião sobre o que acha ou deixa de achar de mim, da minha vida, do meu trabalho. Eu vim aqui te dar um aviso: eu estou de volta. Eu vou conhecer as minhas filhas, e se elas quiserem, podem me conhecer também. Não vou me intimidar pela sua cara feia ou pelo poder do seu pai. Eu fui covarde uma vez, Phil. Isso não vai acontecer de novo!
Philip: Você não vai chegar perto das minhas filhas! – Apontou o dedo a Anna, que o encarou com as sobrancelhas arqueadas, aceitando o desafio – Eu acabo com você antes disso, Anna. E eu não estou brincando! Elas não vão correr perigo por sua causa.
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Lawless love
FanfictionSegredos do passado vindo à tona, a paz que se levou anos para ser conquistada se esvaindo e a necessidade de justiça pulsando sobre a própria pele, unindo assim, dois corações em busca de um mesmo objetivo.