Capítulo 63 - Light at the end of the tunnel

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Por mais que estivesse a quilômetros de distancia daquela delegacia, agora parecia pouco para Alfonso. Parecia que enquanto ainda estivesse por ali, perto dela, fosse incapaz de respirar. Como que alguém poderia se divertir tanto assim as custas de outra pessoa? 

Como era possível ter feito tanto e não ter recebido absolutamente nada? Nem um pouquinho de consideração e respeito que fosse. 

Talvez as vozes de sua cabeça estivessem certa, e ele não conhecesse Anahí a ponto de se permitir enganar tanto assim. 

Absolutamente tudo o que encontrou em seu caminho, jogou ao chão, tentava naquele ato de desespero colocar pra fora tudo o que doía e sufocava por dentro. 

Quadros, retratos, tudo agora estava ao chão, em pedaços, assim como o seu coração estava. A diferença é que nunca conseguiria recupera-lo por completo. 

– Ei, que baderna é essa? EI! – Gritou, correndo em direção a Alfonso, ao vê-lo arremessar uma cadeira contra a porta de vidro – Ei, pronto... pronto, passou... – Abraçou Alfonso por trás, que se debatia contra os passos dela – Alfonso, você sabe que é muito mais forte do que eu e a única coisa que vai conseguir com isso tudo, é me machucar – Alertou, fazendo-o parar – E nem assim eu vou soltar você. 

Alfonso: Vai embora daqui – Grunhiu, encarando as mãos de Maite agarradas uma a outra, rodeando seu peito – Vai embora daqui! Eu não quero te machucar!

Maite: Eu não vou – Disse calma, ainda o abraçando – Você pode chorar, gritar, espernear, me machucar e eu vou continuar aqui, até que se acalme e me conte o que é que está acontecendo. 

Alfonso: Como se você não soubesse – Riu sem humor – Eu devo ser a piada daquela delegacia, do hospital, da cidade, eu sou a piada em forma humana, é impressionante!

Maite: Seja o que for, eu não faço ideia do que está falando – Assumiu, sentindo a respiração dele se acalmar – Isso, respira fundo... Isso vai ajudar a acalmar.  

Ainda com os braços rodeando Alfonso, Maite sentiu o corpo dele começar a tremer de forma estranha, toda a raiva e desespero dele agora se transformava em lágrimas. Era um choro angustiante como se algo o sufocasse por dentro, algo que ela jamais imaginou ver em sua vida, ainda mais vindo de seu irmão. 

Não era mais questão de curiosidade, de querer saber o que estava acontecendo para tê-lo abalado daquela forma. Ela só queria entender e poder ajudar. Queria vê-lo de pé novamente, e nunca mais testemunhar algo tão forte como toda a cena que vinha assistindo. 

Por isso se manteve em silencio, ainda o abraçando daquela forma e deixando que o que quer que fosse, saísse de dentro dele. O choro não curava, mas aliviava e muito. 

– Você quer um pouco de água? – Ofereceu a Alfonso, que negou com o rosto, amolecendo o corpo – Vem, se senta aqui – O soltou, pegando-o pelas mãos e o guiando até o sofá mais próximo. 

Enquanto andava em meio a cacos de vidro, Maite tentou avaliar ali o tamanho do estrago, o que era grande, não só nos bens materiais do irmão. 

– Você está bem? – Se sentou ao lado dele no sofá, suspirando ao ver os olhos avermelhados e distantes – Parece um pouco... abatido. 

Alfonso: Eu estou bem – Piscou, esfregando as mãos no rosto – O que você está fazendo aqui? Esse é o meu apartamento, certo? – Olhou ao redor, preocupado. 

Maite: Sim, sonso – Riu pelo nariz – Eu vim buscar o lanche de Gabriel, parece que dona Diana anda esquecendo um pouco das coisas... – Zombou, fazendo-o sorrir fraco – Cheguei em uma boa hora, pelo visto – Bateu o pé, tirando os vidros da sola de seu sapato – Quer me contar o que aconteceu?

Lawless loveOnde histórias criam vida. Descubra agora