Epílogo - A love letter

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Dois anos depois


Nova York, 28 de agosto de 2024. 


Querida mãe, já faz um bom tempo desde que te vi pela última vez e queria que soubesse como estão as coisas por aqui. 

Bom, Liz e Gabriel estão crescendo espertos e saudáveis e eu só tenho a agradecer por isso. A noticia ruim, é que agora ela definitivamente escolheu um favorito, e é Alfonso (o óbvio). 

PS: Estou sorrindo no momento, mas chorando por dentro. 

Enfim, tirando meus dramas pessoais, eu não tenho do que reclamar. 

A vida tem sido maravilhosa comigo, e eu parei de me questionar se sou merecedora de tanto ou não, e aprendi a simplesmente aceitar que sim, eu mereço a vida que tenho. Mereço os filhos lindos e inteligentes que tenho, mereço o esposo maravilhoso que tenho e a vida incrível que estamos construindo juntos. 

Falando nisso, aqui vai mais uma reclamação: Alfonso resolveu me enrolar, e não, ainda não nos casamos. Mas eu o trato como esposo, pra ver se a ficha desse ameba um dia cai. O que está bem difícil. 

Queria que soubesse que as coisas mudaram um pouco por aqui. Amy colocou Jared e Phillip em seus devidos lugares, e eles mudaram completamente. Todos os domingos almoçamos juntos, e finalmente parei de ser questionada sobre a minha profissão. Parece que finalmente entenderam que ser o que sou é uma parte importante de mim, isso foi algo pelo o que lutei quase minha vida toda. 

E tudo isso graças a Amélia... quem diria? A nossa menina finalmente cresceu! Na última semana, ela resolveu dar mais um passo no relacionamento dela, e se mudou para o apartamento de Cody. 

Eu não consigo colocar em palavras o quão estou orgulhosa dela, os traumas e os medos finalmente ficaram para trás e ela se refez, é uma nova mulher. Tudo o que está acontecendo de bom na vida da minha irmã, ainda é muito pouco perto de tudo o que ela merece. 

Ah, e a nossa Luna está cada vez mais linda e esperta, já é uma fiel companheira de Liz e eu estou realmente preocupada que possa se tornar como Maite e eu. É muito difícil, quase impossível suportar Maite, e tenho medo de que Liz passe pela mesma tortura que eu passo ainda hoje nas mãos dessa mulher. Mas o que eu posso falar de Maite? Estamos compartilhando esse momento de descobertas juntas, e tem sido maravilhoso aprender cada mínimo detalhe ao lado dela. 

Agora sobre minha querida e adorável sogra... ela está surtando! Isso é a mais pura verdade, Diana está mais louca do que já era, e isso, é opinião dos filhos dela, ok? Eu jamais a chamaria assim. 

A verdade é que tem sido difícil pra ela passar tantos dias longe de Alejandro, e eu entendo o lado dela. Não é nada fácil os dias que passo em plantão, longe de Alfonso. Eu me sinto insegura, desprotegida. E não desejaria isso pra mais ninguém. É uma pena que no fim do dia, ele não possa voltar pra casa. 

Agora que já atualizei as fofocas, queria deixar o meu coração falar um pouco aqui.

Eu não sei nem como começar, talvez pelo começo como diria Amy. 

Há quase três anos atrás quando disse a meu marido que não queria e não seria mãe, eu tinha medo de não ser boa o suficiente para criar e educar uma criança. Eu tinha medo das ameaças que viriam e o meu maior medo, era de um dia, simplesmente partir, assim como você partiu. 

Não foi fácil crescer sem você, e eu sei que sabe disso. E não falo nem pelo fato de ter que ser uma referência feminina para minha irmã, sendo que nem eu mesmo tinha uma, mas sim, por quase sempre não saber o que fazer, não saber como agir. Nós crescemos tendo tudo o que queríamos nas mãos, meu pai nunca deixou faltar nada. Mas sempre faltou o principal: o amor. E eu me lembro como era carinhosa, a forma paciente com que penteava o meu cabelo na hora de ir para o colégio, como me contava histórias pra dormir e como era bom o seu abraço. 

Lawless loveOnde histórias criam vida. Descubra agora