Lawless love

Capítulo 72 - The glory days

Os dias foram se passando de forma acelerada, e como Anahí tinha dito a Alfonso naquela consulta médica, todos os dias eles achavam um novo motivo para discutir, mas sempre acabavam fazendo as pazes da forma que mais gostavam.

Prepararam com muito amor o enxoval da Liz, e embora Alfonso ainda não tivesse concordado com aquele nome, era assim que ela se chamaria, pois já estava mais do que decidido para Anahí.

A nova casa já tinha sido escolhida por eles, ficava no mesmo bairro onde moravam atualmente e tinha um imenso gramado, onde pretendiam transformar em um belo playground para seus filhos.

A arquitetura do lugar era moderna, tinha um quarto para cada um de seus filhos e era perfeita para acomodar toda família dos dois em um dia de festa.

Mas tinha uma pessoa que não estava tão satisfeita assim com a novidade que que tinha uma menina a caminho.

Gabriel andava cada dia mais rabugento e resmungão, tinha se imaginado correndo com um outro garoto atrás de pipa ou jogando bola, já tinha feito no colégio uma lista de coisas que poderia ensiná-lo. E isso não aconteceria com uma menina.

– O que você acha desse aqui? – Anahí pegou um pequeno body lilás, colocando sobre seu peito – Eu adorei essas letrinhas.

Gabriel: Tanto faz – Resmungou, apoiando o rosto sobre a mão – Que horas nós vamos comer, hein mãe? Nós já andamos esse shopping todo atrás de mais roupinhas! Essa menina já não tem o suficiente?

Anahí: Gabriel, essa menina é sua irmã – O lembrou, suspirando ao ver a careta de reprovação dele – Não faça isso.

Gabriel: Tá bom, nós já podemos comer? – Dispensou o sermão de Anahí, já o conhecia de cor.

Anahí: Eu vou ficar com esses três – Apontou para os bodys sobre o balcão, pegando a mão de Gabriel – O senhor só vai comer depois que tivermos uma conversinha – Disse, fazendo-o bufar – E pode fazer cara feia, resmungar, o que for, você vai ouvir!

Gabriel: Que seja – Cruzou os braços, emburrado – Eu quero ir embora!

Anahí: Problema seu – Desdenhou, pagando a conta – Você vai embora quando eu quiser ir embora, e você não vai poder fazer nada em relação a isso.

Gabriel: Por que você tem que ser tão chata comigo? – Anahí paralisou por um momento, encarando-o – Por acaso essa menina já é sua filha preferida?

Anahí: Gabriel... – Tragou a própria saliva ao sentir a garganta secar, se vendo totalmente sem respostas.

E agora o imenso ponto de interrogação que tinha em sua cabeça causado pelos recentes comportamentos de Gabriel, finalmente era desfeito.

Não era só a questão do sexo do bebê que o afetava, era também o fato de que, quanto mais se aproximavam do parto, mas inseguro e enciumado ele ficava. O que era óbvio que uma hora ou outra aconteceria.

Enquanto o bebê estivesse dentro dela, ele não a dividiria com ninguém, não perderia suas coisas e não seria esquecido. Mas isso tudo mudaria quando ela viesse ao mundo, e o que ele mais temia era perder o posto de filho preferido.

– Vem aqui – Se sentou em um banco, abandonando as sacolas ao lado e o puxando para seu colo – Você sabe que é o menino que eu mais amo nesse mundo todo, não sabe? E que a chegada da sua irmã não vai mudar isso em absolutamente nada.

Gabriel: Muitas coisas vão mudar – Disse murcho, enquanto encarava as próprias mãos – Ela vai ser a preferida, vai ser a única que você e o meu pai vão pegar no colo e com o tempo, vocês vão acabar se cansando e se esquecendo de mim.