Capítulo 03 - The past is right there

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Você o que? – O grito de Maite fez com que David se sentasse assustado sobre a cama, vendo-a andar de um lado para o outro apertando a ponte do nariz, enquanto na outra mão segurava o celular na orelha – Alfonso, você tem algum tipo de problema mental? – Respirou fundo, voltando a se deitar tranquilo ao ver que era apenas o irmão dela na ligação. 

Alfonso: O que eu poderia fazer, Maite? – Do outro lado, Alfonso repetia o gesto de Maite, apertando a ponte do nariz, era algo muito forte que eles tinham em comum – Eu não posso simplesmente ignorar o que tivemos até agora e simplesmente deixa-la pra trás. Se ela está disposta a ir comigo, o mínimo que posso fazer é tentar.

Maite: Ai Alfonso, você é mesmo um ameba – Espalmou a mão na testa e piscou para David que sorria pra ela – É claro que você pode fazer isso, e só não fez porque é um banana mesmo, e tem medo – Suspirou negando com o rosto – Se vier assim pra Nova York, essa cidade vai te engolir vivo, meu irmão. Aqui não dá pra dar uma de mole e desavisado. Ou você aprende a ser firme, ou todo dia vai levar tapa na cara.

Alfonso: Medo de que, Maite? Não viaja – Dispensou com um suspiro – E eu sei me virar, essa cidade, essas pessoas não me assustam. 

Maite: Medo de ter que aprender a viver sozinho novamente – Se sentou na cama, recebendo uma deliciosa massagem nos ombros – Está tão confortável nessa vidinha mais ou menos que vem levando com ela, que tem medo de voltar a ser solteiro e é tanta burocracia hoje em dia pra conhecer uma pessoa nova que prefere arriscar a sua felicidade ao lado da caip...

Alfonso: Não termina esse apelido ridículo  – Maite riu ouvindo o suspiro de Alfonso – E pare de me atormentar com isso, guarde seu sermão para os seus pacientes. 

Maite: Se você diz – Levantou os ombros, fechando os olhos sentindo os dedos de David em seus ombros – Hum, isso está uma delicia... – Os olhos de Alfonso se arregalaram do outro lado da linha – Isso, bem ai.

Alfonso: MAITE! – Ela gargalhou ainda de olhos fechados imaginando o porque do rompante dele, e de certa forma, a provocação foi proposital – Ao menos desligue o telefone! Sou seu irmão, se lembra?

Maite: Ah Alfonso, bem que eu queria estar fazendo o que a sua mente pervertida está imaginando – Riu imaginando a cara dele – Enfim, faz o que quiser da sua vida. Se quer casar com a salsicha é problema seu, eu não tenho nada a ver com isso. Só não venha reclamar que sua vida está uma bosta quando cair em si. 

Alfonso: Parece até que está jogando praga em mim – Maite suspirou – Eu sei que não gosta dela, mas não precisa torcer contra. E por que tem tanta certeza de que não vou ser feliz ao lado dela?

Maite: Eu não gosto dela mesmo, mas não estou torcendo contra – Alfonso riu sem humor – Você a ama, Alfonso? – Maite ficou longos segundos esperando a resposta dele – Está ai a sua resposta, eu não preciso nem dizer.

Alfonso: Eu... gosto dela, mas amor? – Negou com um estalo – Eu não tenho certeza de tanto, até porque isso não existe – Alfonso bateu levemente a testa contra a parede ao ouvir o riso de Maite – Você é uma péssima irmã e eu te odeio. 

Maite: Não odeia, não – Riu ainda mais alto – Você me ama, e é fácil demais ler você meu irmão, não precisei nem usar meus truques pra isso, e olha, isso é amor. Isso aqui, o que temos, mesmo sendo coisa entre irmãos, logo isso prova que está errado como sempre, ameba – Sorriu olhando o relógio – Amanhã esse horário estará aqui, eu sinto tanto a sua falta... 

Lawless loveOnde histórias criam vida. Descubra agora