No dia seguinte acordei de uma e meia da tarde, e não, eu não fui o último a acordar, fui o primeiro entre todos. Acabou que nós dormimos muito, muito tarde ontem, ou hoje, estava amanhecendo quando finalmente caímos no sono. Deitado em um grande colchão de ar, olhando para o teto, repassei tudo o que aconteceu desde minha chegada na casa de Momo até a hora em que dormi.
Desde que saí do quarto durante a brincadeira de "7 minutos no céu" Shinso insiste em saber a quem eu me referia quando disse que amava. Acabou que algumas pessoas da turma ouviram, a fofoca se espalhou e o resto do pessoal que não sabia, ficou sabendo. Durante as próximas duas horas ficaram insistindo para saber quem eu realmente amava. Algumas das meninas até revelaram que já fizeram histórias entre Katsuki e eu anos atrás. Muitos desistiram de tentar tirar algo de mim, quando notei isso comemorei internamente. Mas diferente da maioria, Hitoshi e Kaminari continuaram a insistir.
No momento o casal estava deitado ao meu lado, abraçados, ainda dormindo. Eu os invejava, queria que Bakugou estivesse aqui também. Levantei com cuidado, tentando não fazer barulho, segui para a cozinha e comecei a fazer meu café da manhã. Abri os armários procurando algo para comer, achei pães de forma, assim que os vi peguei e coloquei na ilha, abri a geladeira e peguei presunto e mussarela. Abri outra porta do armário e vi frigideiras empilhadas, peguei uma delas e comecei a preparar o sanduíche. Desde pequeno minha mãe me ensinou a fazer sanduíche na frigideira, enquanto meu pai dizia apenas para usar a sanduicheira, "é mais fácil" ele dizia.
Ouvi um som do meu celular, me virei e olhei para ele vendo o rosto de Katsuki na tela, ele estava me ligando. Franzi o cenho e atendi, corri para pegar o fone e, assim que o conectei ao celular, finalmente falei.
- Amor, tá aí? Por que me ligou agora?
- Eu... - Sua voz estava estranha, eu não ouvia esse tom a um bom tempo.
- Querida, o que aconteceu? - Perguntei colocando um dos sanduíches na frigideira. Olhei para a sala, querendo ter certeza de que meus amigos ainda dormiam, deduzi que sim, nenhum deles se mexeu.
- Eu tive um pesadelo. - Sussurrou.
- Ah... Foi como os de antes? - Perguntei preocupado.
- Posso falar sobre isso depois? - Murmurou mudando a chamada de voz para vídeo chamada.
- Certeza?
- Uhum. O que está fazendo?
- Café da... tarde. - Sorri envergonhado.
- Eijiro, você acabou de acordar? - Cerrou os olhos.
- Parou em, nós fomos dormir tarde. - Fiz um biquinho.
- Own, que fofinho fazendo esse bico. - Um sorriso apareceu no rosto do loiro. - Agora está corando.
- Não estou corando! - Bufei. - Você está me distraindo, quer que eu deixe meu sanduíche queimar? - Tirei o sanduíche da frigideira e coloquei outro.
- Por que não usa a sanduicheira? É mais fácil.
- Porque não quero, minha mãe me ensinou assim e eu vou fazer desse jeito pelo resto da minha vida.
- Você se queimou uma vez quando foi fazer assim. - Riu baixo.
- E você ficou rindo da minha cara! Tava doendo!
- O que você queria que eu fizesse? Desse um beijinho pra sarar?
- Sim, seria reconfortante. Quando você se queimou eu cuidei de você, não fiquei rindo.
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M.E.L
FanfictionTudo começou no Ensino Fundamental, ainda me lembro. Estávamos no início das aulas quando um garotonho tímido entrou na sala de aula, Eijiro Kirishima, um porre total. Com o passar do tempo nos tornamos amigos, logo depois veio a paixonite esperada...