Capítulo LXXXI

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- Me desculpa. - Pedi e ergui a mão até o rosto do loiro na tentativa falha de secar suas lágrimas.

- Você... - Ele soluçou e escondeu o rosto no meu peito. - Droga Eijiro. - Socou levemente o meu ombro. - Eu preciso tomar um ar. - Sua voz saiu abafada, vi meu marido respirar fundo antes de se afastar rapidamente e me deixar na pista.

Suspirei preocupado e andei até a mesa, me sentei e evitei contato direto com meus amigos.

- Kiri...? - Mina murmurou baixinho. - Tudo bem?

- Sim. - Engoli a seco e levantei a cabeça, dessa vez com um sorriso no rosto. - Vão dançar, já fui o primeiro, agora é a vez de vocês! Vão, xô. - Abanei a mão na minha frente, enxotando a rosada e seu namorado. - Ei, vocês também, não quero ver ninguém nessa mesa! Estou ouvindo a pista de dança chamar o nome de cada um. - Olhei ao redor e aos poucos todos levantaram com seus pares e se afastaram em direção a pista, sobrando apenas Nezu e eu.

- Vai atrás dele? - Meu ex-diretor perguntou

- Sim, mas ele precisa de um tempinho a sós. Quando o pessoal voltar avise que fui pra casa por mim, por favor? - Pedi.

- Claro. - Ele sorriu e levou a xícara de chá até a boca. Sim, Izuku decidiu ter chá como uma das bebidas em seu casamento.

Não demorou muito até que eu decidisse sair dali e fosse para o lado de fora, andei por um tempo até achar meu marido sentado em um banco em frente ao nosso carro.

- Kats? - Chamei baixo, o loiro ergueu a cabeça e vi que já não chorava mais. Sorri e me aproximei - Tudo bem?

- Sim... - Fungou. - Podemos ir embora?

- Claro. - Levantamos e entramos no carro.

Meia hora depois eu estava no estacionamento do hotel, coloquei o carro em uma das vagas livres e saí do automóvel com Bakugou. O menor andou na frente o caminho inteiro até nosso quarto, a chave em suas mãos durante todo o percurso já preparada para abrir a porta quando chegássemos.

Assim que as luzes do quarto acenderam vi Katsuki ir direto para o banheiro, fui em passos lentos até minha mala e tirei uma muda de roupas confortáveis e alguns produtos de cabelo. Não demorou muito para o loiro sair do banheiro com uma toalha ao redor da cintura e outra enxugando o cabelo molhado. Levantei da cama e beijei seu ombro quando passei por ele e entrei no banheiro.

Tomei um banho relaxante e um pouco demorado, hidratei meu cabelo notando a raiz já na cor natural e suspirei pensando que em pouco tempo teria que retocar novamente. Vesti minhas roupas e abri a porta do banheiro com uma toalha na cabeça, olhei ao redor do quarto procurando meu marido enquanto secava o cabelo e o vi sentado em uma das cadeiras que tinha na varanda. Terminei de secar meu cabelo e fui até ele, sentei ao seu lado e entrelacei nossos dedos.

- Quer me contar o que houve lá na festa? - Perguntei.

- Não sei, eu só... lembrei das nossas brigas bobas. Pareceu que você estava pedindo desculpa de novo. - Apertou levemente minha mão. Eu sabia que ele não estava falando exatamente sobre as "brigas bobas", mas sim de uma específica.

- Desculpe amor, eu era um idiota. - Beijei o topo da sua cabeça e então as costas de sua mão. - Me desculpe.

- Já faz anos, eu não deveria ficar assim.

- Está tudo bem ficar assim, eu sei que o que eu falei não foi legal, foi horrível da minha parte e me arrependo até hoje por isso. Algumas palavras machucam tanto que nunca mais esquecemos. - Suspirei. - O fato de sequer pensar que você é uma "aberração" hoje em dia me deixa triste. Você é perfeito do jeitinho que é e eu amo cada parte do seu corpo.

M.E.LOnde histórias criam vida. Descubra agora