M.E.L

capítulo XXVII.

Entrei no hospital tentando conter meu desespero, no meio do caminho acabei pegando um engarrafamento e demorei para chegar aqui, está anoitecendo. Olhei ao redor e vi minha irmã sentada em uma das cadeiras de espera, minha família e os pais de Katsuki estavam ali também.

- Akemi! - Corri até ela. - Onde ele está?

- Eu não sei, não me deram notícias! - A garota estava chorando.

- Eu preciso ver ele! Eu quero ver ele agora! - Falei olhando para os meus pais, lágrimas já caíam sem controle pelo meu rosto.

- Querido... - Minha mãe se aproximou e me fez sentar na cadeira. - Temos que esperar.

- Não! Eu não quero esperar! Eu posso perder os dois e não vou fazer nada!? - Quase gritei. Notei meu pai se levantar e se afastar, enquanto isso minha mãe tentava me acalmar. Minha irmã continuava chorando e Saori estava ao lado dela alisando seu cabelo. - Eu quero ver meu namorado! Eu quero ver eles! - Olhei Sakura. - Mãe!

- Eijiro! Você não pode!

- E se ele morrer? Hum? E se ele morrer?! Eu vou ficar aqui parado sem fazer porra nenhuma? - Funguei. - Eu não posso perder eles... - Senti alguém agarrar meus braços e logo depois uma picada no meu pescoço. Antes de apagar consegui olhar para trás, meu pai estava ali.

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(mudando o ponto de vista)

- Já está escuro... Acham que Kirishima vai demorar? - Perguntei.

- Ele já deve estar chegando, Denki, tenha calma. - Hitoshi me deu um selinho. De repente a porta foi aberta por um homem alto, ele estava com Eijiro nos braços, logo atrás dele vinham três mulheres, uma delas estava chorando, muito.

- Oi... - O homem disse. - Me chamo Yuri, sou pai do Eijiro, algum de vocês pode me levar até o quarto dele?

- Claro, eu levo. - Sero disse e logo os dois saíram andando até o elevador.

- É culpa minha, mãe, é tudo culpa minha. - Reconheci a voz da menina do telefone, Akemi.

- Querida, não é sua culpa, tá bom? Você não sabia que isso iria acontecer. - A mulher mais velha beijou a testa da garota.

- Olha como meu irmão ficou, mãe! Tiveram que sedar ele! - A garota quase gritou.

- Ele só estava preocupado, você ficaria também. - A abraçou.

- É mana, o Eijiro vai ficar bem, os outros também e logo vai estar todo mundo feliz de novo. - A mais baixa, Saori, falou sorrindo pequeno.

- Mas e se morrerem?! Vai ser culpa minha! Meu irmão nunca vai me perdoar! Se morrerem meu irmão vai perder uma parte dele, será que vocês não entendem?! - Akemi disse quase gritando.

- Filha? - Sero e o tal de Yuri voltaram, dessa vez estavam sem Kirishima. - Vamos pra casa? Você precisa descansar. - Ele se aproximou. - Todos vão ficar bem, okay?

- Uhum...

- Senhor... - Chamei. - O que aconteceu?

- Hoje mais cedo Akemi e...

- Papai! - Saori chamou.

- Sim?

- Eles não sabem.

- Ah... Perguntem ao meu filho, se ele quiser vai dar respostas a você. - E então a família foi embora.

- Okay...?

••••

Abri os olhos e olhei ao redor, eu estava no meu quarto e já é de dia. Com o passar dos minutos lembrei de tudo que aconteceu ontem, desde que acordei até quando fui apagado no hospital. Fiquei mais alguns minutos sem fazer nada e levantei, ainda estava com as roupas do colégio então fui tomar banho, no meio do caminho notei minha mochila na cadeira da escrivaninha junto do meu celular, provavelmente algum dos meus amigos trouxe aqui.