capítulo XIX.

29 3 0
                                    

Levantei da cama e saí do quarto em passos lentos. Desci para o térreo pelas escadas e quando cheguei lá notei que estava tudo escuro, exceto pela televisão ligada.

- Ei Kiri! - Mina acenou sorrindo e ri baixo, andei na sua direção e sentei ao lado da rosada. - O que estava fazendo?

- Eu... Recebi uma mensagem! - Falei ganhando atenção de toda a turma.

- Legal, e daí? - Sero arqueou uma das sobrancelhas.

- Era do Bakugou. - Engoli a seco.

- Mas ele disse que iria trocar de número. - Denki franziu o cenho.

- Ele me mandou mensagem por um celular velho que a mãe dele guarda. Bakugou decorou meu número então mandou a mensagem para mim. - Expliquei.

- E o que ele falou? - Izuku perguntou sorrindo.

- Está com saudade, também pediu desculpa por ter ido embora sem se despedir e disse para Mina cuidar da squad enquanto ele está fora.

- Enquanto? - Shoto perguntou e eu afirmei.

- Acho que isso é uma dica de que ele vai voltar, talvez demore, mas ele pode voltar a qualquer dia.

- Sinto falta dele. - Ashido murmurou.

- Eu também. - Sorri de canto e olhei para meu celular quando ele vibrou.

Suki: Seus pais apareceram aqui no colégio, disseram que iriam passar a semana na minha casa... Pensei que você viria também :(

Levantei e fui até a cozinha.

- Vou fazer a pipoca! - Falei e comecei a fazer a pipoca. Sabendo que alguns dos meus amigos gostavam de pipoca doce e outros de pipoca salgada, optei por fazer dos dois tipos.

- Vai demorar? - Uraraka gritou, me virei e revirei os olhos ao ver todos olhando para mim.

- Um pouco, tenham calma. - Resmunguei.

- Vamos te fazer companhia. - Asui levantou e todos seguiram seu exemplo se espalhando pela cozinha e sentando nas mesas.

- Está fazendo pipoca doce ou salgada? - Sero perguntou.

- Dos dois tipos, sei que alguns de vocês preferem pipoca doce. - Murmurei.

- Como sabe? - Momo arqueou uma das sombrancelhas.

- Bakugou me disse. - Falei ficando de costas. Olhei para meu celular e rê li a mensagem que Katsuki me enviou, suspirei antes de começar a gravar um áudio. - Desculpe baby, eu queria ir também, mas Aizawa e alguns outros professores disseram que teríamos provas surpresas durante a semana. Estou com saudade, se cuide, okay? Se alguma coisa acontecer você sabe que eu vou ser avisado. Me liga no mesmo horário de sempre, te amo. - Encerrei o áudio e o enviei.

- Baby? - Ouvi a voz provocativa de Kaminari.

- Humm... Kirishima é um Daddy? - Franzi o cenho e virei para ficar de frente para os meus amigos quando Mina terminou de fazer sua pergunta.

- Daddy? - Engoli a seco. - T-Tipo um pai? - Perguntei pensando na possibilidade de algum deles saberem sobre Bakugou.

- Não, acho que não... É? - Sero olhou para Ashido.

- Estou falando de fetiches, idiotas. - Ela resmunga.

- Ah! Aquele troço de Daddy kink ou algo assim? - Midoriya pergunta.

- Desde quando você sabe sobre isso? - Todoroki franziu o cenho.

- A internet me apresentou um novo mundo, amor. - O esverdeado sorriu malicioso e eu ri. Shoto e Izuku assumiram o namoro a um mês, quando eu disse a Katsuki ele ficou pulando e falando por um bom tempo, disse que já esperava que isso acontecesse, mas não tão cedo.

- Respondendo sua pergunta, Midoriya. Sim, é sobre "aquele troço de Daddy kink". - A rosada fez aspas com os dedos.

- O que é Daddy kink? - Perguntei.

- O Ativo da relação, aquele que mima e dita as ordens, o que pune o baby quando ele não cumpre alguma regra e tem que ser tratado como tal. É ele que impõe as regras do jogo. - Uraraka disse enquanto lia no celular. - Ao menos é isso que eu encontrei na internet. - Deu de ombros.

"Aquele que mima e dita as ordens, o que pune". Isso é exatamente o que Bakugou faz comigo! Ele já me deixou sem comer doce por dois meses, só porque, quando entramos no meu quarto para fazer coisas, ele estava completamente desarrumado. Também teve a vez que ele me deixou sem sexo por três semanas... Ah! Não posso esquecer de quando ele deixou minha bunda ardendo de tanto tapas, depois disso me ignorou!

- Oh... - Pisquei surpreso, logo depois comecei a rir.

- O que foi? - Shinso perguntou.

- Bem, se for como Ochako falou, nessa relação eu seria o baby. - Admiti.

- Então você gosta de receber ordens e ser mimado? - Denki me olhou estranho.

- Não! Não é exatamente isso. - Revirei os olhos. - Eu acho. - Sussurrei para mim mesmo. - Eu lembrei de certas situações que parecem se encaixar perfeitamente nesse tal fetiche. - Expliquei. - E nessas situações eu me dava mal e era, hum... punido? - Franzi o cenho. - Mas dependia muito do que eu fazia de errado.

- Você é um baby! - Ashido gritou, ela praticamente ignorou tudo o que eu disse, desde que comecei a falar ela estava com o celular nas mãos lendo alguma coisa. - Você tem alguma roupa sexy? Já te fizeram usar um vibrador? Você...

- Mina! - A interrompi completamente corado. - Não! Pelo amor de Deus! Não para todas as suas perguntas!

- Ah... - Fez beicinho. - Já que você não é um baby. - Revirou os olhos. - Por que chamou quem quer que seja aquela pessoa de "baby"?

- É um apelido carinhoso, já ouviu falar sobre isso? - Arqueei uma das sobrancelhas. Antes que Ashido pudesse falar algo o som da notificação do meu celular a interrompeu, peguei o mesmo e o desbloqueei.

Suki: Tudo bem, eu entendo. Também te amo.

- Por que está sorrindo? - Kaminari cantarolou.

- É proibido por acaso? - O olhei desmanchando o sorriso.

- Credo. Grosso! - O loiro cruzou os braços e quando iria falar outra notificação chegou.

Suki: Já estou com quatro meses de gestação, podemos saber qual é o sexo do bebê...

- Puta merda! - Sorri novamente. - Se acalme Eijiro, você não vai surtar por uma coisa simples como essa... - Respirei fundo. - Isso, se acalme...

Suki: O que acha? Podemos ver quando você vier pra cá.

- Ai meu coração! - Levei a mão até o peito. - Eu não aguento uma coisa dessas...

Suki: Você não está surtando, está? Diga que não ou eu vou ter um ataque de risos no meio da aula de história.

Você: Sim, eu estou surtando. A turma tá olhando pra mim nesse instante.

Suki: Oh meu Deus Eijiro! Eu tenho que ir, estão olhando pra mim também. Te amo!

- Eu sou muito boiola. - Resmunguei ainda sorrindo.

- Boiola? - Hanta falou.

- É uma palavra muito usada no Brasil. - Murmurei dando de ombros.

- Por que está com esse sorrisinho bobo na cara? - Ashido perguntou.

- Nada... Esse é o sorriso de alguém que está muito apaixonado por outro alguém, e esses dois "alguém" estão muito apaixonados um pelo outro.

- Bela explicação, obrigado. - Hitoshi agradeceu e eu ri.

- De nada, meu caro amigo. - Fiz uma reverência.

M.E.LOnde histórias criam vida. Descubra agora