capitulo LXIII.

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Eu não estava em boas condições, mas Midoriya também não estava muito melhor. Encarei o mais baixo por alguns segundos antes de correr na sua direção, ele reagiu rápido e desviou do soco no último instante, diferente de mim, que me distraí por um segundo e acabei sendo lançado para o outro lado do campo.

- É O SUFICIENTE! - Ouvi All Might dizer, logo depois passos apressados vindo na minha direção.

- Ele desmaiou? - Ouvi alguém perguntar baixinho.

- Acho que sim.

- Ejilo? - Aiko chamou e senti suas mãozinhas no meu rosto. - Acorde.

- Hmm... - Abri um dos olhos e observei o rosto da minha filha. - Estou bem. Midoriya?

- Tudo certo. - Observei Aiko ir até o garoto e lhe dar um chute na panturrilha e um soco no joelho. - Ei.

- Feio! Não pode bater! - Ela disse antes de voltar para perto de mim. Por um instante todos ficaram em silêncio.

- Cara, eu odeio lutar com você. - Resmunguei sentando e deixando que Aiko sentasse no meu colo. - Nunca consigo vencer. - Fiz beicinho e o esverdeado riu ainda olhando para a loirinha nos meus braços de um jeito estranho.

- Eu dou o melhor de mim em qualquer batalha, não vou pegar leve com você por ser meu amigo.

- Eu não quero isso, acredite. Acho que preciso de um descanso. - Suspirei e arrumei a postura ouvindo alguns estalos. - Estou quebrado. - Senti lábios encostarem na minha bochecha e sorri de canto. - Quer que os machucados sumam?

- Sim. - Aiko respondeu e eu ri baixinho. Hitoshi me ajudou a levantar e me seguiu até a enfermaria enquanto o outros continuavam no campo.

- Eu tenho que voltar logo, então só vou te deixar aqui... - Abri as postas e me ajudou a sentar em uma das macas. - Fica bem. - Deu um tapinha no no ombro e saiu correndo.

- Bem, faz tempo que não vejo você. - Chiyo resmungou.

- Olá! - Sorri.

- E quem é essa? Ela se parece muito com aquele seu amigo esquentadinho. - Ela disse olhando Aiko, essa que a encarava seria, mal piscava.

- Aiko Bakugou. - Falei. - É o nome dela, vai fazer dois anos.

- Olá, querida.

- Mamãe fala de você. - Aiko diz.

- E quem é sua mãe? - Ela perguntou e fiquei tenso com medo da loirinha acabar respondendo.

- Uma pessoa.

- Disso eu sei, mas quem...

- Uma pessoa.

- Certo. - Suspirou. - Vou levá-la para o campo quando você dormir, quem devo deixar responsável por ela?

- Shinso. - Deitei na maca e beijei a testa da minha filha. - Você vai ficar com o tio Shin enquanto eu durmo um pouco, tá?

- Hm! - A menina balancou a cabeça e eu sorri de canto. Senti a mais velha me beijar na bochecha e em pouco tempo apaguei.

. . .

- Ei, acorda. - Reconheci a voz de Todoroki. - Seu celular tá tocando. - Me balancou novamente, abri os olhos vendo meus amigos espalhados pela enfermaria, notei que já estava de noite. Aiko estava dormindo nos braços de Kyoka. Peguei meu celular e atendi a chamada sem nem mesmo olhar para saber quem era.

- Minha neta ainda está viva? - Mitsuki perguntou.

- Sim, ela tá dormindo. Daqui a pouco voltamos pra casa. - Falei sentando na maca.

- Certo. - A ligação ficou em silêncio por um tempo.

- Tudo bem? - Perguntei.

- O voo foi antecipado, vamos sair de madrugada.

- Ah... Já está de noite. - Olhei para Aiko.

- Venham pra casa. - E então desligou. Olhei para Kyoka e estiquei os braços a olhando, ela me entregou minha filha e me apoiei no travesseiro atrás de mim.

- O que fazem aqui ainda? - Perguntei sem olhá-los.

- Estávamos esperando você acordar. - Izuku respondeu.

- Tá tudo bem? - Kaminari sentou ao meu lado.

- Elas vão embora hoje de madrugada. - Murmurei acariciando a bochecha de Aiko.

- Foi tão rápido. - O loiro fez um biquinho.

- É... - Sorri de canto. - Isso me lembra que preciso conversar com vocês, é portante. Mas não hoje, podemos marcar um dia.

- Chamo o resto da squad, Kirishima? - Denki perguntou e eu afirmei.

- Apenas diga a eles que quero falar algo, quando todos estiverem livres me mande mensagem que eu marco o local e o horário. - Saí da maca e olhei para meus amigos. - Até outro dia...

. . .

- Cheguei! - Falei fechando a porta da frente. Levei Aiko para o meu quarto e a deitei na cama, tirei seu sapato e a cobri, então fui tomar banho. Quando saí vi a menininha sentada na cama olhando ao redor. - Dormiu bem?

- Uhum.

- Que bom. - Sorri e a peguei nos braços, fui para o andar de baixo e a deixei ir até a sala, depois subi e vesti uma roupa para então descer de novo.

- Papa! - Aiko esticou os bracinhos na minha direção assim que apareci e a peguei, sentei no sofá e Mitsuki sentou ao meu lado.

- Como foi no colégio? - Ela perguntou.

- Legal, levei uma surra do Midoriya e tive que ir pra enfermaria, mas tô bem. - Sorri.

- Zuku mau. - Aiko cruzou os braços.

- Sim, ele bateu no seu pai! - Saori apareceu.

- É! - A loirinha ergueu um dos braços.

. . .

Horas mais tarde eu estava no aeroporto com minha família.

- Vou sentir saudade. - Beijei a testa da minha filha, ela estava dormindo nos braços de Mitsuki.

- E eu?

- Você também. - Ri baixinho e beijei a bochecha da mais velha. - Bom voo.

- Vamos nos ver logo.

- Espero que sim. - Olhei para Aiko e a peguei com cuidado para não acordá-la, o que acabou não dando certo.

- Papa? - Ela sussurrou antes de bocejar.

- Oi, princesinha... - Afaguei seu cabelo e a menor olhou ao redor. - Você vai voltar pra casa.

- Não! - Rodeou os bracinhos ao redor do meu pescoço com força.

- Filha, você tem que ir. Não quer ficar com o papai? - Perguntei.

- Sim...

- Então tem que ir. Depois eu vou também, tá?

- Uhum...

- Eu te amo, filha. - Beijei a bochecha da mais nova com vontade e ela riu.

- Eu também te amo, papa. - Beijou a ponta do meu nariz.

A entreguei para Mitsuki e elas se afastaram, Aiko olhou para mim por cima do ombro do avó e acenou, um beicinho trêmulo estava formado nos seus lábios. Eu sorri e acenei de volta.

Akemi me abraçou e suspirou.

- Você vai vê-la novamente em pouco tempo.

- Eu espero que sim.

M.E.LOnde histórias criam vida. Descubra agora