Eu não estava em boas condições, mas Midoriya também não estava muito melhor. Encarei o mais baixo por alguns segundos antes de correr na sua direção, ele reagiu rápido e desviou do soco no último instante, diferente de mim, que me distraí por um segundo e acabei sendo lançado para o outro lado do campo.
- É O SUFICIENTE! - Ouvi All Might dizer, logo depois passos apressados vindo na minha direção.
- Ele desmaiou? - Ouvi alguém perguntar baixinho.
- Acho que sim.
- Ejilo? - Aiko chamou e senti suas mãozinhas no meu rosto. - Acorde.
- Hmm... - Abri um dos olhos e observei o rosto da minha filha. - Estou bem. Midoriya?
- Tudo certo. - Observei Aiko ir até o garoto e lhe dar um chute na panturrilha e um soco no joelho. - Ei.
- Feio! Não pode bater! - Ela disse antes de voltar para perto de mim. Por um instante todos ficaram em silêncio.
- Cara, eu odeio lutar com você. - Resmunguei sentando e deixando que Aiko sentasse no meu colo. - Nunca consigo vencer. - Fiz beicinho e o esverdeado riu ainda olhando para a loirinha nos meus braços de um jeito estranho.
- Eu dou o melhor de mim em qualquer batalha, não vou pegar leve com você por ser meu amigo.
- Eu não quero isso, acredite. Acho que preciso de um descanso. - Suspirei e arrumei a postura ouvindo alguns estalos. - Estou quebrado. - Senti lábios encostarem na minha bochecha e sorri de canto. - Quer que os machucados sumam?
- Sim. - Aiko respondeu e eu ri baixinho. Hitoshi me ajudou a levantar e me seguiu até a enfermaria enquanto o outros continuavam no campo.
- Eu tenho que voltar logo, então só vou te deixar aqui... - Abri as postas e me ajudou a sentar em uma das macas. - Fica bem. - Deu um tapinha no no ombro e saiu correndo.
- Bem, faz tempo que não vejo você. - Chiyo resmungou.
- Olá! - Sorri.
- E quem é essa? Ela se parece muito com aquele seu amigo esquentadinho. - Ela disse olhando Aiko, essa que a encarava seria, mal piscava.
- Aiko Bakugou. - Falei. - É o nome dela, vai fazer dois anos.
- Olá, querida.
- Mamãe fala de você. - Aiko diz.
- E quem é sua mãe? - Ela perguntou e fiquei tenso com medo da loirinha acabar respondendo.
- Uma pessoa.
- Disso eu sei, mas quem...
- Uma pessoa.
- Certo. - Suspirou. - Vou levá-la para o campo quando você dormir, quem devo deixar responsável por ela?
- Shinso. - Deitei na maca e beijei a testa da minha filha. - Você vai ficar com o tio Shin enquanto eu durmo um pouco, tá?
- Hm! - A menina balancou a cabeça e eu sorri de canto. Senti a mais velha me beijar na bochecha e em pouco tempo apaguei.
. . .
- Ei, acorda. - Reconheci a voz de Todoroki. - Seu celular tá tocando. - Me balancou novamente, abri os olhos vendo meus amigos espalhados pela enfermaria, notei que já estava de noite. Aiko estava dormindo nos braços de Kyoka. Peguei meu celular e atendi a chamada sem nem mesmo olhar para saber quem era.
- Minha neta ainda está viva? - Mitsuki perguntou.
- Sim, ela tá dormindo. Daqui a pouco voltamos pra casa. - Falei sentando na maca.
- Certo. - A ligação ficou em silêncio por um tempo.
- Tudo bem? - Perguntei.
- O voo foi antecipado, vamos sair de madrugada.
- Ah... Já está de noite. - Olhei para Aiko.
- Venham pra casa. - E então desligou. Olhei para Kyoka e estiquei os braços a olhando, ela me entregou minha filha e me apoiei no travesseiro atrás de mim.
- O que fazem aqui ainda? - Perguntei sem olhá-los.
- Estávamos esperando você acordar. - Izuku respondeu.
- Tá tudo bem? - Kaminari sentou ao meu lado.
- Elas vão embora hoje de madrugada. - Murmurei acariciando a bochecha de Aiko.
- Foi tão rápido. - O loiro fez um biquinho.
- É... - Sorri de canto. - Isso me lembra que preciso conversar com vocês, é portante. Mas não hoje, podemos marcar um dia.
- Chamo o resto da squad, Kirishima? - Denki perguntou e eu afirmei.
- Apenas diga a eles que quero falar algo, quando todos estiverem livres me mande mensagem que eu marco o local e o horário. - Saí da maca e olhei para meus amigos. - Até outro dia...
. . .
- Cheguei! - Falei fechando a porta da frente. Levei Aiko para o meu quarto e a deitei na cama, tirei seu sapato e a cobri, então fui tomar banho. Quando saí vi a menininha sentada na cama olhando ao redor. - Dormiu bem?
- Uhum.
- Que bom. - Sorri e a peguei nos braços, fui para o andar de baixo e a deixei ir até a sala, depois subi e vesti uma roupa para então descer de novo.
- Papa! - Aiko esticou os bracinhos na minha direção assim que apareci e a peguei, sentei no sofá e Mitsuki sentou ao meu lado.
- Como foi no colégio? - Ela perguntou.
- Legal, levei uma surra do Midoriya e tive que ir pra enfermaria, mas tô bem. - Sorri.
- Zuku mau. - Aiko cruzou os braços.
- Sim, ele bateu no seu pai! - Saori apareceu.
- É! - A loirinha ergueu um dos braços.
. . .
Horas mais tarde eu estava no aeroporto com minha família.
- Vou sentir saudade. - Beijei a testa da minha filha, ela estava dormindo nos braços de Mitsuki.
- E eu?
- Você também. - Ri baixinho e beijei a bochecha da mais velha. - Bom voo.
- Vamos nos ver logo.
- Espero que sim. - Olhei para Aiko e a peguei com cuidado para não acordá-la, o que acabou não dando certo.
- Papa? - Ela sussurrou antes de bocejar.
- Oi, princesinha... - Afaguei seu cabelo e a menor olhou ao redor. - Você vai voltar pra casa.
- Não! - Rodeou os bracinhos ao redor do meu pescoço com força.
- Filha, você tem que ir. Não quer ficar com o papai? - Perguntei.
- Sim...
- Então tem que ir. Depois eu vou também, tá?
- Uhum...
- Eu te amo, filha. - Beijei a bochecha da mais nova com vontade e ela riu.
- Eu também te amo, papa. - Beijou a ponta do meu nariz.
A entreguei para Mitsuki e elas se afastaram, Aiko olhou para mim por cima do ombro do avó e acenou, um beicinho trêmulo estava formado nos seus lábios. Eu sorri e acenei de volta.
Akemi me abraçou e suspirou.
- Você vai vê-la novamente em pouco tempo.
- Eu espero que sim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
M.E.L
FanfictionTudo começou no Ensino Fundamental, ainda me lembro. Estávamos no início das aulas quando um garotonho tímido entrou na sala de aula, Eijiro Kirishima, um porre total. Com o passar do tempo nos tornamos amigos, logo depois veio a paixonite esperada...