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Boa leitura!! :)
Volta para casa, Shisui. Volta para mim...
Já era três da tarde, não havia saído dessa cama, não comi nada até agora, não consigo pensar em mais nada além daquele Uchiha. Estava deitada na cama segurando a bandana dele com as duas mãos sobre minha barriga, encarava o relógio na parede. Cada segundo que passava parecia uma tortura. Eu não chorava mais, não por estar bem, mas sim por não conseguir.
Meus olhos doíam, estavam inchados e vermelhos. Eu não conseguia levantar. Estava em uma tristeza imensa, como não estaria!? A pessoa que mais confiei se suicidou em minha frente! Eu ainda sou uma criança, mereço mesmo isso tudo?
— Você dizia que me amava... Mas se você me amava... Por que me deixou!? — Perguntei enquanto olhava para o teto.
Meus pais voltam hoje, eu deveria voltar para casa... Ele era minha casa, queria voltar para ele.
— Se eu pudesse ver seu rosto mais uma vez... Tenho certeza que morreria como uma mulher feliz...
Eu me levanto da cama, mas eu caio. Estava muito fraca. Ali no chão, chorei novamente. Por que a vida é tão cruel comigo? Sempre me achei fraca, mas ele me dizia que eu era a pessoa mais forte que conhecia. Quando eu estava com ele, sentia que poderia fazer qualquer coisa. Ele fazia eu me sentir tão bem. Por que me tiraram minha única felicidade? Eu sou uma pessoa ruim por ter lhe contado aquilo?
Novamente, me levanto e me apoiando nas coisas, consigo chegar na cozinha. Pego uma maçã que havia ali e a como. Reúno forças e consigo sair da casa.
Ando pelas ruas da vila que ele tanto amava, segurava a bandana dele dentro do bolso do moletom que ganhei. Não olho para ninguém, nem escutava o que diziam. Apenas olhava para o chão.
Depois da longa caminhada, chego em casa. Os Haruno ainda não haviam chegado, o que era muito bom. Não quero lidar com eles agora. Subo para meu quarto, guardo a bandana de meu irmão no armário, tomo banho, colocando uma roupa confortável e me jogo na cama.
Fecho meus olhos, mas não durmo. Fico desse jeito por minutos ou horas, não faço ideia, o tempo já não me importa mais. Escuto barulhos vindo da sala, eles chegaram. Minha mãe abre a porta, continuo com a cabeça enfiada no travesseiro.
— Voltaaaamos! — Cantarolou. — Sentiu nossa falta!? — Não respondi.
— Acho que ela sentiu sim, Mebuki... Vamos brincar um pouquinho com ela, amor!? — Meu pai gritou do lado de fora do quarto.
— Vamos sim, Kizashi. Ela ficou muito tempo sem a gente... Acho que deveríamos compensar o tempo perdido...
Minha mãe me agarra, eu não faço nada, apenas aceito meu destino. Nada me importa mais, mas não deixo de sentir medo. Eles me dão medo.
Eles me levam à uma sala que havia no porão, nunca havia visto esse lugar. Tinha um tipo de cama de tortura e várias armas, o que lembra bastante aquelas salas de torturas de livros. Eles me prendem nessa cama, com um pano na minha boca.
— Vamos começar! — Meu pai gritou alegremente.
Ele pega uma faca e começa a cortar minha barriga, mas não de um modo em que eu morreria, apenas para arrancar minha pele. Era um corte pequeno, mas doía. Doía muito. Eu queria gritar, mas não conseguia. Chorava, não tanto igual chorei com a morte dele, mas chorava bastante.
Minha mãe pegou uma faca e fez a mesma coisa, só que na minha coxa. Ficamos assim por muito horas. Em um certo momento, eu me acostumei com aquela dor, já não chorava mais por aquela tortura e sim por ele, novamente.
Ele me protegeria se estivesse vivo? Ele teria conseguido me salvar? Por que ele teve que me deixar sozinha? Se eu tivesse apenas o ignorado no dia que nos conhecemos, estaria sofrendo tanto assim?
Meus pais param com a tortura. Minha mãe me curava, porém apenas superficialmente, a dor dos cortes continuavam ali. Meu pai guardava as armas. Eles sorriam, como se aquilo fosse um prazer. Sorriam, como se minhas dores os acalmassem.
— Infelizmente terminamos... — A mulher fingia tristeza.
— Leve ela para o quarto. Temos coisas a fazer.
A Haruno mais velha acata suas ordens e me leva em seus braços para o quarto. Ao chegar, ela apenas me joga na cama. Sinto uma dor insuportável. Ela se retira.
— Que desgraça... — Sussurrei. Essa era minha vida, uma desgraça.
[...]
Uma semana havia se passado desde aquele fatídico dia. Em nenhum desses dias fui para a escola. Saía de casa e ia direto para a casa dele. Era a mesma coisa, eu deitava naquela cama e chorava por ele. Não conseguia aceitar de nenhum jeito que havia partido.
Depois daquela tortura, tudo em meu corpo doía muito, principalmente meu coração.
— Ah... — Suspiro. Estava deitada na sua cama, com sua bandana nas mãos e encarando aquele teto de madeira.
Sem ele, meus dias são longos e tão amargos. Sem ele, estava me afogando nas minha próprias lágrimas. Não consigo imaginar um futuro para mim em que ele não esteja incluído. Quando ele me disse sua última palavra... Eu morri inteiramente por dentro.
Nessa semana, não comia direito. Comia apenas maçãs ou alguns dangos ás vezes. Eu não conseguia digerir nada, nem me hidratando direito estava.
Não quis me encontrar com ninguém após aquilo. Não sei como os encararia. Lembro que prometi à Hinata que iria ajudá-la com a timidez, mas como irei ajudar estando tão mal assim? Prometi à Naruto que não sairia de seu lado, mas como vou cumprir isso sendo que sou fraca? Prometi à Itachi que ficaria forte por eles, mas como vou ficar forte sem meu irmão?
Minha vida não tem mais sentido, para que eu estou vivendo? Você trouxe o melhor para mim, uma parte de mim que nunca havia visto. Você purificou minha alma.
— Mas se você me amava... Por que me deixou!?
Me levanto e, novamente, deixo meu corpo me guiar. Antes de perceber, estava naquele mesmo lugar, naquele mesmo penhasco, naquele lugar onde perdi a vontade de lutar, perdi minha vontade de viver. Eu amarro sua bandana na minha cabeça. Tomei minha decisão. Finalmente seria livre, finalmente iria aproveitar minha queda.
— Finalmente vou me encontrar com você, Sushi...
Yo, Pipoquinhas! Tudo bem com vocês?
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Espero que tenham gostado do capítulo. Se houver algum erro, me corrijam. Lembrando que a cronologia não está de acordo com a do anime. Até o próximo cap, dattebayo! ⚡
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Reformada
Mystery / ThrillerImplorar a Deus é uma atitude considerada vergonhosa, uma ação que transmite humilhação e permite que os outros vejam que está no fundo do poço. Mas o que mais fazer quando já não suporta mais viver? Isso, você implora a Deus para que ele milagrosam...