Justiça

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P.O.V Sakura

     Um ano se passou desde que vaguei pelas lembranças da minha mãe. Ver aquilo foi algo perturbador, de certa forma. 

     Meus pais eram ótimas pessoas e morreram por nada. Tudo me deixou apenas com mais ódio. Não fiquei triste, apenas com muito ódio.

     Ódio de Konoha. Aquela vila de merda. 

     Estou me dedicando cada vez mais em meus treinamentos. Aquelas memórias me fizeram ter mais certeza do que quero. 

     Inner disse que me mostrou com o intuito de fazer com que eu mudasse de ideia sobre essa vingança. Mas ela falhou miseravelmente. 

     Minha mãe era um ser puro e amável, coisas que não se adequam à mim. Ela não merecia ter passado por aquilo. Não merecia sentir o gosto da morte.

     Eu também não mereço a morte. Pelo contrário, mereço viver mais do que qualquer outra pessoa. Shisui e meus pais se sacrificaram por mim, devo aproveitar as chances de viver que me deram. 

     Analisando meus pensamentos passados, percebo que era uma idiota. Uma idiota por não ter apreço à minha vida. Idiota por ter tentado diversas vezes me matar. 

     Viver é bom, principalmente quando se tem um objetivo. E o meu é claro. Matar aqueles que fizeram mal à minha família.

— Está aérea. Algum problema? — O mascarado me questiona. 

— Não te interessa. — Respondi automaticamente.

— Sua falta de atenção no treinamento pode atrasar as coisas. — Não tinha como saber suas expressões, mas é óbvio que estava irritado. — Enfim, você já evoluiu muito e em um curto prazo. Já está na hora de colocar o que aprendeu em prática. 

— Como assim?

— Tenho uma missão para você. Se completá-la perfeitamente, avançaremos uma nova etapa. Acha que está pronta?

— Sim. — Digo firmemente. 

— Um homem está sendo um problema para a Akatsuki, quero que mate-o. Ele é um homem muito bem sucedido e tem muitos capangas. — Deu uma pausa. — Mais do que tudo, tem que ser cuidadosa. O silêncio é a base de tudo. 

     Assenti com a cabeça. Uma das coisas que fez questão de me ensinar foi ser silenciosa em meus atos. É claro que é obrigatório um ninja ser silencioso, mas os ensinamentos desse mascarado foram muito além do que se aprende na Academia.

— Aqui estão todas as informações sobre sua missão. — Me entregou um pergaminho, que só agora percebi estar em sua mão. 

     Lendo o conteúdo do pergaminho, não deixo de me irritar. Meu sangue ferveu. As lembranças de todos os abusos que sofria de Kizashi vieram em minha mente.

— Quando chegar o momento certo, não deixe que a raiva controle suas ações. — Falou calmamente. — Sabe tudo o que tem que fazer, então, pode se virar. Até mais tarde. E lembre-se, o silêncio é a base de tudo.

     Usando o Kamui, desaparece. 

— Isso vai ser interessante...

     Correndo silenciosamente pelas árvores, vejo a mansão do homem. Iwane, é seu nome. É um velho estúpido de, aproximadamente, sessenta anos.

     A casa é grande e possui diversos ninjas como guardas. Devo passar por eles sem chamar atenção. Por mais que minha vontade seja queimar todos eles, não posso fazer isso. 

     Analiso o território, pensando em uma estratégia para passar despercebida. Vejo meu alvo em um quarto no segundo andar. 

     "Se eu subir pelas paredes usando o chakra... Eles não irão me notar... Vou aproveitar que está escurecendo.".

     Com cuidado, adentro a mansão. Subo as parades, ocultando meu chakra, e pulo a janela. O quarto era grande e Iwane estava dormindo em sua cama. 

     O local estava claro, pois havia um abajur iluminando boa parte de tudo. 

     Pego uma kunai e a coloco sobre seu pescoço. No mesmo instante, ele abre seus olhos.

— Q-Quem é você!? — Perguntou assustado. 

     Pelo o que foi passado à mim, Iwane contratou a Akatsuki para um serviço específico, mas não pagou. Disse que não faz questão de pagar renegados.

     Mas não foi isso que me deixou irritada.

— Digamos que eu sou a última pessoa que você vai ver antes de morrer. 

     Arregalou seus olhos. 

— Me diga, Iwane... Quantas crianças foram abusadas por você? — Questionei.

— O quê!? Não faço ideia do que está falando! — Mentiu.

— Não se faça de inocente... Isso não cola com pessoas iguais você. Responda. Quantas crianças sofreram na sua mão!?

— Isso não é da sua conta, vadia. — Cuspiu no meu rosto. Dei uma risada.

— Você não tem mesmo apreço à sua vida... Cara, pagar para a polícia deixar de lado suas acusações é tão podre. Você é um péssimo ser humano, sabia? Além de caloteiro é um pedófilo de merda? Sinceramente... — Suspirei. — Estarei fazendo um favor ao mundo enfiando essa kunai na sua garganta.

— Olha, eu tenho uma empresa pra administrar! Quer quanto dinheiro? Eu te dou o quanto quiser! Meus capangas me vingarão! Não deixarão uma criança estúpida me matar sem pagar o preço! — Falou baixinho, afinal, tinha uma lâmina quase perfurando sua pele.

— Pensasse melhor em seus atos. — Sorri. — Eu até diria que adoraria te encontrar no inferno... Mas acho que você vai para um lugar pior. 

     Com força, passo a arma por sua garganta. Seu sangue escorreu pelo seu corpo. Não senti nada além de satisfação. Ele era um pecador, teve o que mereceu.

     Tendo certeza de sua morte, vou embora. Ao sair, escuto gritos desesperados de dentro da mansão. Provavelmente dos capangas que ficavam na casa.

     Meu interior pulava de emoção. Matar Iwane foi como matar Kizashi pela segunda vez. Eu não sofri nas mãos desse homem, mas outras pessoas sim. Ninguém merece passar por algo assim.

— Para ser sincero, estou impressionado... — Diz o mascarado me observando de uma árvore. 

— Já fiz coisas mais difíceis. — Respondi. — Aliás, não acha que aqueles capangas vão ser um problema mais tarde?

— Não, a maioria está ali porque foram obrigados. Você fez um favor a eles. 

— Que seja. Vamos embora. — Ele desce e para ao meu lado. 

     Usando o Kamui, nos leva de volta à Kasei. 

     Agora, deitada na minha cama, relembro do dia de hoje. 

     "Não me diga que está pensando nisso...".

— Pois é, Inner. Farei a justiça com minhas próprias mãos. Não sou como o Kira, que tem complexo de Messias, mas esse mundo está sujo e alguém tem que limpá-lo.

      Ou eu não me chamo Sakura Matsuno.

Yo, amiguinhos! Tudo bem?

Capítulo meio entediante, mas preciso dar contexto para algumas ações futuras. 

Aliás, comecei uma nova fanfic! É uma coleção de One Shots de shipps da Sakura. Está no meu perfil, "Desires". Por favor, deem uma olhada, me ajudaria muito :D

Não se preocupem, a frequência aqui não irá mudar. 

Espero que tenham gostado! Até a próxima, dattebayo! 🌻

ReformadaOnde histórias criam vida. Descubra agora