Eu corro com os espinhos me machucando.
Estou no fim do vazio.
É um abismo.
Mas é diferente.
É um abismo de esperança.
Cheguei ao fim da minha vida.
Aqui,
encontrei a paz.
— Sua filha está grávida.
Grávida?
— Mebuki, não brinca comigo.
Como estou grávida?
— Infelizmente é a verdade, Kizashi.
Tem uma criança dentro de mim? Por quê?
"Eu não deveria... Eu... O que deveria fazer? O que EU posso fazer? Eu não queria isso. Não desejei isso. Esse é a porra do mundo ideal que tanto sonhei? Como caralhos Deus quer que eu me sinta?".
— Essa... Foi a melhor notícia que você poderia me dar, Mebuki.
Kizashi está ajoelhado no chão. Chorando. Mas não são lágrimas de dor, e sim de felicidade genuína. Por que ele está feliz?
— Nunca poderia me sentir melhor...
Por que ele sorri?
O que eu deveria sentir? Felicidade? Tristeza? Angústia? Amor?
Sem pensar, coloco minha mão sobre meu útero.
"Então... Você faz parte de mim agora? Me desculpe... Eu não sei se devo te amar. Me perdoe. Me perdoe por fazer você sofrer também. Me perdoe, por favor... Me perdoe...".
— Amor, você não está feliz!? Isso são lágrimas de felicidade, não é!?
Kizashi segura minhas mãos, ainda ajoelhado. Ele me olha com tanta felícia. Ele está mesmo feliz.
Esse bebê vai sofrer assim como eu. Ele não merece passar por isso. Ele é puro.
Diferente de mim.
— Cuidaremos tão bem dele... Porra, Sakura... Você realmente é uma deusa.
O que eu quero?
O que eu preciso?
O que eu devo fazer?
Não sei.
Nunca sei de nada. Eu me cansei.
— Seremos tão felizes, não acha?
Ele me abraça. Pela primeira vez. Não é aconchegante como o de Tsunami. Não transmite confiança como o de Shisui. Mas tem amor genuíno.
O que deveria sentir com isso?
Não sei. Mas minha mente me diz para amá-lo. O que devo fazer?
Acho que deveria me apaixonar.
— Sim. Seremos felizes.
Digo por fim. Sorrindo.
Não estou alcançando felicidade alguma negando tudo,
a partir de agora,
serei feliz.
Deitada na minha cama, penso sobre tudo. Eu terei um filho. Estou feliz, não é? Tsunami diz que ama ser mãe, eu vou amar também?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reformada
Mystery / ThrillerImplorar a Deus é uma atitude considerada vergonhosa, uma ação que transmite humilhação e permite que os outros vejam que está no fundo do poço. Mas o que mais fazer quando já não suporta mais viver? Isso, você implora a Deus para que ele milagrosam...