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Um mês depois...

— É assim que se faz um transplante de órgão. Precisam ser cuidadosos com tudo o que fazem. Se estiverem nervosos, pode atrapalhar tudo. Qualquer erro em uma cirurgia, pode trazer a morte de um paciente. — Explicava aos meus alunos. 

— Mas e aqueles que sofrem de ansiedade? — Hidetaka questiona. 

— Não são indicados a fazerem o procedimento. Portanto, sempre devem deixar claro de qualquer doença que possuem, sendo ela psicológica ou não. — O garoto assente. — Bem, a aula já está acabando e peço para estudarem as páginas cento e treze à cento vinte. Serão importantes para a prova de semana que vem. 

— VAI TER PROVA!? — Katsuo grita assustado. De todos os meus alunos, ele é o mais desligado. 

— Sim, Katsuo. Avisei na aula anterior, por favor, se concentre mais. Como pretende cuidar de um paciente estando tão avoado como agora? Peço que abuse mais da meditação. É essencial que esteja calmo e atento a tudo. — Avisei calmamente.

— D-Desculpe, Cherry-sensei... — Falou tristemente. Tentei dar um sorriso reconfortante. 

— Não se preocupe, só siga meus conselhos. — Ele assente. — Enfim, podem ir. Não se esqueçam da tarefa de casa e da prova. 

     Os alunos se levantaram e pouco a pouco foram saindo. A maioria são jovens de quinze à vinte e cinco anos. Todos, sem qualquer exceção, me respeitam. Mesmo sabendo que possuo quinze anos. É algo surpreendente, ao meu ver. Esperava que seria extremamente estressante, mas me enganei. 

— Cherry-sensei? — Emi, uma aluna de dezesseis anos, chama minha atenção. 

— Ah, precisa de algo? — Perguntei, terminando de guardar minhas coisas na bolsa. 

— É... B-Bem... — Gaguejou. 

— Está com dúvida em alguma parte da matéria? — Arqueei a sobrancelha.

— N-Não é isso... E-Eu... — Falava quase como um sussurro e mantinha a cabeça baixa, deixando mais difícil de compreender o que diz. De certa forma, ela me lembra Hinata.

     Emi é uma garota de cabelos castanhos claros e olhos caramelos, sendo mais baixa que eu uns nove centímetros.

— Emi, se continuar gaguejando desse jeito, não vou entender nada. — Cruzei os braços. Ando fazendo muito isso ultimamente, talvez seja por isso que meus braços estão doloridos. 

— Cherry-sensei, você está livre hoje à noite!? — Ergueu a cabeça e falou alto. — Meu primo abriu um restaurante novo no centro e queria que fossemos juntas...

— Ah, isso... Me desculpe, mas não posso aceitar. Sou sua professora e talvez os seus colegas  especulem que está se aproveitando da situação. — Respondo e a garota abaixa a cabeça tristemente.

     Quando voltei a me importar com a opinião alheia? Eu sou Sakura Matsuno, faço o que quero e na hora que eu quero. Foda-se a ética.

— Não sei o porquê perguntei isso... Me perdoe. — Começou a sair rapidamente, mas a parei pelo pulso. 

— Te encontro lá às sete e meia. — Pisquei. Vejo seu rosto ganhar um tom rosado. 

— E os—

— Isso não importa. Vejo você mais tarde. — Digo já na porta. 

— Espera! Sabe chegar lá!? 

— Dou meu jeito. — Antes que ela pudesse responder, fui embora. 

     Não é porque estou atrás de vingança que significa que não posso me divertir. 

— VOCÊ O QUÊ!? — Inari e Tsunami gritaram em uníssono. 

ReformadaOnde histórias criam vida. Descubra agora