Lembranças

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     Ainda estou morrendo de sono, minha vontade é dormir até o final dessa missão, mas sei que não vai ser possível.

— Você é sempre tão preguiçosa assim!? — Tazuna pergunta ao me ver bocejar pela milésima vez. — Cadê aquele garoto loiro esquisito e outro metido? 

     Esse velho passa carregando uma enorme barra de ferro COM UM BRAÇO SÓ! "Esse aí com certeza toma Omega 3, não é mesmo, Cristina?".

— Eles estão treinando controle de chakra e essas coisas. — Digo com tédio.

— Esse trabalho é muito duro para você, é!? — O velho da toptherm debocha.

— Para a sua informação, fui a melhor. Então, o sensei me mandou cuidar de você. — Rebato.

— Está brincando! — Diz incrédulo.

— Você está merecendo uns belos tapas, sabia!? — Falo com raiva. 

     Ele finalmente volta para o trabalho e me deixando em paz. Repentinamente um cara diz que não quer se arriscar mais e essas baboseiras. Tazuna debate dizendo que não pode abandonar as coisas de repente. Não me importo com isso, sinceramente. 

     Já está quase no fim da tarde e, por um milagre de Kami, Tazuna termina o que tinha que fazer.

     Estamos caminhando pela pobre vila. Não faço ideia do que estamos fazendo aqui.

— Para onde estamos indo? — Pergunto curiosa, olhando para todos os lados. 

— Quer comer hoje à noite, não quer!? Preciso comprar algumas coisas para o jantar. 

     No caminho, há várias pessoas que imploram por emprego. Isso de certo modo me assusta, não sabia que as coisas por aqui eram tão ruins. Esse Gatou tornou a vida de muita gente uma merda. Crianças roubam por comida, mulheres oferecem o próprio corpo por um resquício de dinheiro. É curioso ver isso, achava que minha vida era ruim, mas imagina como são a vida dessas pessoas, na real, acho que nem posso chamar isso de vida.

— Chegamos. — Tazuna me desperta dos meus pensamentos ao chegarmos em um mercado.

— Bem-vindos! — O cara da loja diz quando entramos.

     Analisando o mercado, não há muita coisa. Quase não tem nenhum vegetal e novamente me surpreendo. "Isso era para ser uma loja!? Queria poder ajudar de alguma forma... As coisas devem melhorar com a finalização da ponte."

     De repente, sinto a mão de alguém se aproximando para me tocar. 

❝— Gostou, minha flor de cerejeira? Gostou disso, puta?❞.

     A voz de meu pai entra na minha cabeça. Flashes de memória daquele dia vieram à tona. Todos os sorrisos, os gemidos. "Não aguento lidar... Isso é demais... É DEMAIS PARA MIM!".

— Ei! Garota! O que aconteceu!? — A voz de Tazuna me desperta.

     Estou agachada no chão, tapando meus ouvidos e chorando compulsivamente. 

— Você está bem!? Começou a gritar e... — Ele para e me estende a mão. — Não se preocupe, nada vai machucar você.

     De certa forma, suas palavras me acalmaram. Automaticamente me lembro de Shisui. Ele me diria a mesma coisa, assim como sempre fazia. ❝Tudo vai ficar bem, nada vai te machucar.

— M-Me desculpe. — Me levanto com a ajuda de Tazuna. Olho em volta e percebo que não há ninguém além da gente. — Podemos ir embora..? Por favor. 

ReformadaOnde histórias criam vida. Descubra agora