P.O.V Mina
— Está pronta, querida? — Minha mãe questiona do outro lado da porta.
Falta pouco para a festa de meu pai começar. Minhas criadas—odeio esse nome—estão me ajudando a me arrumar.
— Sim. Já irei descer.
Estou usando um enorme vestido branco comum para festas assim. Como é uma festa de alguém da realeza, somos obrigados a nos vestir adequadamente. Nada de bermudas ou calças para as mulheres. Nada camisetas ou moletom para homens. Apenas vestidos e ternos.
Ao terminar de me arrumar, paro antes de descer a escada.
— Apresentando vossa alteza, Princesa Mina Matsuno de Kasei! — Herald anuncia minha chegada.
Como de costume, todos do salão fazem uma reverência e admiram a "linda e magnífica princesa" pisar em cada degrau. Desço lentamente enquanto escuto sussurros dos convidados.
— Nossa, a princesa está mais linda que antes! — Uma senhora diz um pouco alto.
— Sim. Espero que um dia ela possa se casar com meu filho mais novo! — A representante de Sibiu (um dos cinco distritos de Kasei) fala com exuberância.
Me casar com Adam? Só pode estar de brincadeira comigo.
— Princesa... — Ao pisar no último degrau, sou parada por uma mão estendida.
Arin, filho da segunda representante de Oradea. Ele sempre tenta investir em mim, mas é claro que não dou bola.
— Aceita uma dança?
Seus curtos cabelos róseos brilham devido à luz do salão. Seus olhos azuis me encaram com luxúria. Não posso mentir, feio ele não é. Porém ele é um chato por completo.
— Me desculpe, Arin... Não posso dan—
— Ela não vai poder dançar com você, Arin. Mina está comigo. — Eros aparece repentinamente segurando minha mão e me puxando para o centro.
Escuto Arin sair pisando pesado e bufando. Acho que alguém ficou com raiva.
— Eros! O que pensa que está fazendo? — Pergunto assim que ele encosta sua mão em minha cintura.
— Aproveite a dança, Pinguim.
Com a mão direita, ele segura minha mão e me arrasta no ritmo da música.
— Por que fez isso!? — Questiono ainda brava.
Seria um desrespeito parar a dança. Iria estragar o baile.
— Sei o quanto Arin é ridículo, ele faria algo com você sem hesitar. Ele é um assediador nato, é óbvio que tentaria te forçar a fazer algo. — Diz com um tom de preocupação.
Para alguém que costuma me ignorar, ele está bem grudento.
— Olha só, eu posso me defender sozinha muito bem!
— Eu sei. Mas nunca deixaria uma donzela em perigo.
Eros é vinte centímetros mais alto que eu, então tive que levantar a cabeça para encará-lo. O garoto estava com um sorriso cínico.
Revirei os olhos. Nos movemos sincronizadamente. Não estamos apenas dançando, é uma competição interna.
Ao fundo tocava a valsa Danúbio Azul. Ele me roda com graciosidade e me segura de mesma forma. Claro que não abandonava o sorriso convencido.
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Reformada
Mystery / ThrillerImplorar a Deus é uma atitude considerada vergonhosa, uma ação que transmite humilhação e permite que os outros vejam que está no fundo do poço. Mas o que mais fazer quando já não suporta mais viver? Isso, você implora a Deus para que ele milagrosam...