Nova Era

342 37 74
                                    

P.O.V Mina

     Uma semana se passou desde aquele incidente. Aprendi a lidar melhor com minhas dores. Não estou bem, isso é óbvio, mas como Eros disse... Não posso ficar me remoendo por isso. Afinal, Dina sempre vai estar comigo. 

     Não saí muito de casa e quando saí, foi por insistência de minha mãe. Ela está mais grudenta que o normal, se desculpa a cada cinco minutos; não a julgo. Nem posso culpá-la. Ela fez sim escolhas muito erradas, até porque ela é humana, mas não deixarei que isso me corrompa. Ódio apenas traz mais ódio. 

     A vida é uma só. Devo aproveitar a chance que me deram de presenciar essas maravilhas. Perder parte disso vivendo com ódio e tristeza é algo sem sentido. Obviamente terá momentos em que estarei mal, porém o sol sempre vai raiar no dia seguinte. Ou a chuva limpará todas as impurezas. 

     Tudo tem seu prazo de validade. Por que a tristeza não teria? Pode demorar anos, mas um dia ela se esvai. Quando menos se der conta, vou estar sorrindo normalmente. 

     Sim. Eu ainda sinto amor pela Dina, isso não tem validade. Uma das únicas coisas que não tem prazo é o amor. 

     Sim. Ainda penso nela a todo momento. Mas se não há nada para mim fazer, então, para que sentimento? 

     Basta de me arrepender. Seguirei em frente sem olhar para trás. Aproveitarei minha vida, assim como Dina queria. 

— Então está me dizendo que você nunca experimentou sorvete!? — Perguntou indignado.

     Estou com Eros no mesmo lago de antes. Ele me entende. 

— Sim... É proibido princesas e rainhas tomarem essas coisas. Não me pergunte o motivo pois também não sei. 

— Credo! Espero que um dia você possa tomar um. Sério, é a oitava maravilha do mundo! — Seus olhos brilhavam.

     Ele e Ken são parecidos ao falar de comida.

     "Se mata, porra. Talvez lá no inferno você possa experimentar o que quiser.".

— Eros... E-Eu estou ouvindo vozes... — Falo receosa. 

     Essa voz me incomodou a semana inteira. 

— O quê? Vozes? — Questiona interessado. 

— Sim... Elas me dizem para cometer suicídio... 

     Ele arregala os olhos e pensa por um minuto. Talvez ele me ache doida. 

— Bem... Com meu médio conhecimento sobre psiquiatria... Você deve estar desenvolvendo uma esquizofrenia paranoide. Com tudo o que aconteceu na sua vida na última semana, pode ser com que você tenha esses distúrbios. Isolamento social, crenças irreais, alucinações auditivas... Esses são os sintomas.

     Então eu estou realmente louca?

— Não tire conclusões precipitadas, Mina. Não sou profissional nessa área, só expus o que acho. Você pode ir na Psiquiatria da minha mãe, ela é muito competente no que faz. É melhor cuidar disso antes que se torne algo maior. 

     E cá estou eu. Sentada na minha cama após ter uma longa sessão com a Doutora Afrodite. Foi cansativa. Mas ela é realmente boa. Me senti confortável falando com ela. 

     Ela disse que não pode ter uma resposta logo na primeira sessão e que precisarei voltar mais vezes. Uma sessão em cada semana. Minha mãe me apoiou nisso, então, não tenho o porquê ter medo. 

ReformadaOnde histórias criam vida. Descubra agora