Chapter (13)

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Atualização.

Pessoal, esse capítulo tem palavras de possíveis gatilhos.

Só leiam se tiverem a vontade pra isso.

Espero que gostem.

Boa leitura!


💎

POV S/N.

Quando eu me apaixonei pela Hailee, eu sempre tive em mente que esse sentimento seria difícil de ser algo bom pra mim. Sempre soube que haveria obstáculos, e tempos depois, eu sabia que uma hora eu estaria dentro de uma caixa que iria me prender e me machucar a cada respiração que eu dava.

Eu nunca achei que precisaria colocar uma dor pra fora, sempre sentir elas e guardei dentro de mim. Mas dessa vez, eu não tive uma saída e fui obrigada a procurar uma profissional para eu poder falar sobre. Eu não falaria com a Jelena, sabia que ela não ligaria de ouvir, mas não gosto de ser um problema pra ela.

– Então, S/n. Você não quer começar falando do que te trouxe aqui? O que te motivou? – A Doutora Normani me questionou. Já fazia uns bons minutos que eu havia entrado nesse consultório e estava calada.

– Minha sobrinha, ela falou que só falaria comigo após eu parar de frescura e procurar alguém para eu desabafar. – Eu falei e ela anotou alguma coisa.

– Não era bem isso, mas ok. – Eu sei que não era bem isso. – O que você gostaria de falar? O que te deixa confortável para falar sobre? – Eu desviei o meu olhar do dela.

– Não gosto de falar sobre nada. – Ela anotou algo novamente.

– Você não tem nenhuma pessoa que você conversava ou conversa sobre os seus sentimentos?

– Eu tinha uma pessoa, mas eu também deixava de falar muita coisa pra ela. – Respirei fundo. – Mesmo assim ela foi a pessoa que eu mais falei sobre mim. – Novamente ela anotou alguma coisa.

– Certo. Me diga um pouco sobre você, dos seus gostos, talvez da sua família, amizades. Essas coisas que normalmente as pessoas costumam falar. – Eu não tinha costume de falar de absolutamente nada e nem com ninguém. Mas ela uma hora vai perceber.

– Não tenho família. – Eu falei sem emoção alguma. Ela se ajeitou e me olhou.

– Morreram?

– Não sei.

– Você quer falar sobre isso? – Eu pensei um pouco.

– Não tem o que falar, eu não conheço eles e não sei se estão vivos. É isso. – Fazia mais de 20 anos que eu havia visto a família perfeita, não fazia ideia de como eles estavam. Ela ficou me olhando e eu me senti um pouco desconfortável e sem graça. – Eu fui deixada por eles em um orfanato quando eu tinha 6 meses.

– E você tem certeza disso? – Eu assenti.

– Sim. Eu fui atrás quando eu fiquei mais velha. E descobri isso.

– O que exatamente você descobriu?

– Que eu fui deixada lá por ser um bebê intersexual. – Ela arqueou a sobrancelha por uns segundos e depois voltou ao normal.

– Você foi adotada, S/n?

– Fui.

– E a sua família adotiva? – Ela me questionou

– Não tenho uma família adotiva. A mulher que me adotou morreu já tem mais de vinte anos. E ela não tinha família também.

– Você foi adotada com quantos anos?

My Immortal (Hailee/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora