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Só pra avisar, vulgo do Henrique é Lopes.

+ 25

Lopes 🕊️

Cecília entrou pra dentro de casa e eu fiquei sem entender porra nenhuma, fui na moral conversar com ela e recebi quatro pata da cavala no peito.

Fiquei sussa e voltei pra onde os cara tava, na borda da piscina. Sentei na cadeira, bolando meu beck e eles ficaram me encarando como se estivessem esperando eu falar alguma coisa.

Henrique : Qual foi? -Perguntei olhando pro meu baseado ainda e o Heitor e o Guilherme deram de ombro, na deles.

Rian : Qual foi que tu é maior cuzão né Henrique, bagulho mó feio que você insiste em fazer com ela. Papo reto, cobra muito, mas não pratica nada do que fala.

Henrique : Ih Rian, se liga. Ta nessa tua marra toda pra que? Se isso é um lance entre eu e ela? Bagulho mó simples, que nem precisava render essa situação toda.

Rian : A real é que aqui ninguém tem coragem de falar sobre isso por medo de terminar de afastar você da gente, mas não é de hoje que tu ta nessa de ficar tirando onda com a cara dela, fica chamando ela de piranha, puta, como se todo mundo tivesse achando a coisa mais da hora. Ta chatão isso já, a mina não pode respirar que você pesa na dela, mas o engraçado é que eu nunca vi, você precisando bancar nada pra ela.

Henrique : Se manca pivete. -Falei e ele me olhou no deboche. -Fala demais, colocando caô em um lance que nem ela coloca.

Rian : Pois é né, alguém precisa se importar com os sentimentos dos outros nesse grupo. -Levantou e entrou dentro de casa sem esperar uma resposta de mim.

Guilherme : Rian aumenta tudo, mas não significa que ele esteja errado. Tu sabe que eu sempre vou te apoiar nas parada, nossa irmandade vai além, mas dessa vez o erro é seu mermo.

Heitor : É pô, tu não conversa mais como antes com a gente. Se afastou legal, era massa pra caralho quando nós cinco fechava pra tudo. Hoje em dia não, tu some do nada, não responde mais a gente, se tiver acontecendo qualquer coisa, fala, que a gente dá um jeito.

Henrique : Não ta pegando nada. -Falei. -A questão é que eu preciso ir pros corre, pra ter o meu e não é a realidade de vocês. Quem me sustenta sou eu, se eu não respondo é porque tô focado nas minhas prioridades.

Comentei de boa e eles ficaram calados, mudando o assunto. Dos dois eu até aceito ouvir conselho.

Heitor e eu crescermos juntos, ele é filho dos meus avós de consideração. História complicada pra caralho mas que eu precisei vivenciar quando era menor ainda.

Tinha meus nove anos quando descobriram que a mulher e o homem que diziam ser meus pais, eram informantes aqui no morro.

Lorena, a mulher, era irmã da tia Madu, mãe da Cecília. Tanto ela quanto o outro la, que diziam ser meu pai morreram, ai meu vô me levou pra morar na pista com ele e a esposa dele.

Heitor é filho dos dois, cinco anos de diferença entre nós dois, mas até os meus vinte eu morei lá, então nossa relação se tornou de irmãos mermo.

Há quatro anos atrás eu voltei pro morro, entrei pro corre contra a decisão da minha família, arrumei meu canto e tô na minha desde então.

Sofri muito no início, pra acostumar com a ideia que eu não tinha mais nem mãe, nem pai. E quando eu completei meus treze já tava entendendo melhor as coisas e resolveram me contar o que realmente aconteceu.

Nessa idade eu descobri que a Lorena e o Cadu não foram os meus pais biológicos, e ai só serviu pra destabilizar minha mente, mas de qualquer forma eu dei a volta por cima.

Terminei de fumar e deixei a garrafa de bud do lado. Levantei da cadeira e vesti minha blusa, entrando dentro de casa.

Subi as escadas e bati na porta do quarto da Cecília, ela disse que podia entrar e quando eu fiz isso eu vi ela e o Rian juntos, assistindo vídeo na cama.

Ele olhou pra mim e eu fiz sinal pra ele sair, que me ignorou.

Rian : Nossa você é irritante né, se decide irmão. -Dei um tapa na testa dele que saiu e encostei a porta.

Cecília : Vai ficar em silêncio olhando pra minha cara ou vai resolver falar alguma coisa? Porque desse jeito, ta parecendo é assombração. -Continuou olhando pro celular.

Henrique : Qual foi Cecília? Tu sabe que ta certa, não precisa complicar as parada não. Ta na minha mente que o errado aqui sou eu e pô, desculpa. Eu tava frustrado, queria fazer surpresa pra você, indo te buscar e me decepcionei, mas ta suave, já reconheci que errei.

Cecília : Ta bom Henrique, se fosse só isso ainda tava bom, mas o teu problema, é que você é extremamente controlador com TUDO ao seu redor, não concordo com o seu jeito, de sempre fazer piadinhas relacionadas a mim quando a gente tá em grupo. Igual um dia desses tava geral falando sobre quem ia pegar no baile e outros assuntos. Eu falei um nome, de zueira e você já começou a fazer piadinha me chamando de piranha. Machuca caralho. Vou começar a te chamar de piranho também, pra vê se você aceita, idiota.

Henrique : Aceito pô, dá em nada não. -Ela segurou pra não rir. -Mas na moral, sem caô nenhum. Tô te pedindo desculpa, tu sabe que é complicado pra mim reconhecer meus erros, então ta na tua mente que ta sendo na sinceridade.

Cecília : Jae. -Respondeu e voltou a prestar atenção no celular.

Virei de costas pra sair e senti o chinelo dela estalar nas minhas costas.

Cecília : Na próxima vez que você me tratar mal eu te desço na porrada, otário.  Dessa vez passa.

Henrique : Vou me esforçar. -Ela concordou e sorriu pra mim, antes de eu fechar a porta e sair.

(…)

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