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Henrique 🕊️

Papo que minha mente tava cheia pra caralho, sabia que tinha falado de forma errada com a Cecília, mas na hora eu nem me liguei porque não era a minha intenção machucar ela de alguma forma.

Geovanna : Elisa ligou, disse que ta chegando...sei que vai ser chato você ver ela aqui, se quiser ir...eu fico de boa.

Henrique : A gente espera ela chegar e sobe pro morro, você precisa descansar também. Vou te esperar la fora, ela chegando você sai.

Geovanna : Ta bom. -Ela concordou e eu peguei minha carteira. Não sabia muito o que pensar, tava sem rumo algum e só estava aqui pela Geovanna.

Eu sai, e dei de cara com a Elisa, ela me encarou e eu tentei desviar dela, que segurou o meu braço.

Elisa : Fiquei sabendo que ele te contou...ta bem com isso? -Perguntou e eu ri em falso.

Henrique : Desde quando você sabe? -Perguntei e ela suspirou, soltando a respiração.

Elisa : Desde que eu entrei pro movimento ao lado do R7...ele não queria que fosse dessa forma.

Henrique : Para de caô, é questão dele e você não precisa vir com esse papo. Quero que ele acorde, mas só pra entender e ouvir tudo da boca dele, a verdade, mas tirando isso, eu quero é que ele vai se fuder, papo reto!

Dei as costas pra ela, deixando sozinha e fui direto pro estacionamento. Entrei no carro boladão e apoiei minha cabeça no volante.

A parada é que tava tudo confuso, eu não sei o que fazer, o que pensar, minha vida toda foi uma mentira, uma loucura e minha mente tava fudida pra caralho, mais que o normal.

Passou um tempo e a Geovanna veio, destravei o carro e ela entrou, suspirei ligando e fiz o retorno, subindo direto pro morro com os dois em silêncio.

Geovanna : Me deixa em casa, por favor! -Pediu e eu concordei, estacionei o carro e ela ajeitou a bolsa dela no corpo. -A noite a gente conversa?

Henrique : Quando quiser. -Falei e ela concordou com a cabeça, papo que a gente não tinha trocado ideia direito ainda, sobre esse assunto todo, era confuso pra mim tanto quanto era pra ela.

Geovanna saiu batendo a porta e eu liguei o carro outra vez, dando partida. Passei pela rua do rio Zé e vi a galera, Cecília tava com eles, com um copo de cerveja na mão, conversando com um cara.

Ela me olhou e eu pisquei pra ela, e continuei até chegar em casa. Saí travando o carro e entrei em casa, subi direto pro quarto, tomei um banho demorado pra caralho e vesti uma roupa, deitei na cama e apaguei, por puro cansaço mental.

Quando eu acordei já estava escurecendo, escovei meu dente e comi qualquer parada. Troquei de roupa, passando meu perfume e coloquei o meu boné pra trás saindo de casa com a chave da moto na mão.

Liguei ela, dando o toque pro bar do tio Zé e estacionei, desci vendo que tava geral no mesmo lugar e fui falando com os cara.

Heitor : Tava te ligando já pô. -Colocou o celular na mesa e eu ri, puxando a  outra cadeira do lado dele.

Henrique : Cadê a Cecília? Quando eu tava subindo vi ela ai com vocês. -Ajeitei o boné na cadeira e ele bebeu do copo dele.

Heitor : Não sei pô, ela tava ai trocando ideia com o Danilo e desceu com ele. -Concordei com a cabeça. -Vai querer? -Falou apontando pro litrão e eu neguei.

Henrique : Tô de boa, vou ficar de marola aqui só, depois vou descer lá na Geovanna. -Falei rindo da graça do Guilhermina e do Rian.

Heitor : Depois a gente troca ideia melhor, tô sabendo por cima dos lance, mas porque a Cecília me explicou mais ou menos.

Murmurei um jae, mexendo no celular e quando meu olhar subiu na direção da rua eu vi a Cecília entrar, tava com um vestido rosa colado e o outro cara tava atrás dela, conhecia o moleque mas não me lembrava de onde.

Ela me olhou e eu sorri pra ela, que deu a volta na mesa parando atrás de mim e me abraçando pelo pescoço. Passei minha mão pela dela, que se afastou e sentou do outro lado, onde ela tava quando eu subi.

• mensagens
Cecília : tá bem?

suave, e você?

Cecília : te sentindo estranho
quer conversar?

Pode ser.
Bora descer ali no trailer comigo.

•mensagens

Levantei, falando com os cara e ela também. Ajeitei meu boné na cabeça e esperei ela do lado de fora com o capacete na mão.

Cecília : Bora. -Concordei entregando o único capacete ela, subi e liguei dando o toque direto pro trailer da dona Cida.

Ela desceu primeiro a eu estacionei, puxei uma das cadeiras pra mim e ela sentou na minha frente.

Cecília : O Danilo...

Henrique : Não precisa se justificar, sei que não é nada demais, fica de boa, ta toda retraída ai. -Falei e ela soltou a respiração, passando o cabelo pra trás.

Cecília : E como você sabe? -Perguntou chutando a minha perna por baixo da mesa e eu dei de ombros.

Henrique : A gente trocou uma ideia maneira antes dessa missão, você me deu um papo e eu abracei ele, nunca tive motivos pra desconfiar de você, não vai ser depois da nossa conversa que eu vou ter. Tô errado?

Cecília : Não. -Falou e eu fiz cara de deboche pra ela. -Que bom, fiquei com medo de você ter pensado outra coisa e os meninos falarem demais na sua cabeça.

Henrique : Não deu em nada, fica tranquila. Foi mal por ter te tratado daquela forma no hospital, tinha outra maneira de te explicar a parada.

Cecília : Nem dei ideia, era momento seu. Mas e ai, tá se sentindo como?

Henrique : Estranho pô, difícil de explicar, é uma parada fora do meu alcance tá ligada? É como se minha vida toda fosse uma mentira e eu só estivesse aqui pra pagar pelos lances errados dos outros.

Cecília : Sua vida é essa que você viveu e que você conhece, com a família que te criou. Era pra ser assim, o erro deles é erro deles, não deixa te consumir não. -Falou colocando a mão sobre a minha e eu apertei a dela, sorrindo.

Henrique : Minha mente tá lotada, preciso trocar uma ideia com a Geovanna ainda, mas depois queria ficar de boa, dorme la em casa comigo?

Cecília : Durmo. -Falou e eu pisquei pra ela e pedir umas parada pra gente comer.

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