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Cecília 🇧🇷

Passou uma semana voando, eu continuei estudando e focando no curso, já tava fazendo umas make babado e eu tava me amarrando demais.

Hoje era sábado e a gente ia descer pra praia, a tropinha toda, Jade ia e ela tinha dito que tinha chamado uns amigos também, pra galera socializar.

Rian : Fala tropinha, Rianzinho da quebrada chegou, pro delírio de todas, é claro. -Foi entrando na minha casa e beijou eu e a Jade. -Os cria tão tudo esperando vocês la no ponto, pra descer pro Leme.

Cecília : Blitz ta pesada hoje, não tem como os meninos descerem de moto, da um b.o enorme.

Rian : Então vamos minhas gatinhas lindas, porque hoje o pai ta pro crime. -Passou o braço no pescoço de nós duas e a gente desceu o morro.


No pique cria, shortinho e mochila da nike e havaianas no pé. A gente chegou no ponto, estavam o Heitor e o Gui, tinham uns outros colegas dele, mas eu não conhecia então só falei por cima.


Nem demorou muito, a gente foi na zuação no ônibus o tempo todo, ri a bessa.

A gente desceu e foi logo pra areia, fazendo algazarra, tirei minha roupa e larguei tudo, correndo pro mar, pra dar um mergulho. Saí e eles já tinham organizado tudo, ai que eu fui perceber que tinha mais gente, que eu não conhecia.

Tinha um bofinho pousado na minha, juro, não parava de me encarar, gato a bessa, olhei pra ele que sorriu, sustentando o olhar e eu neguei sorrindo, dei as costas e abri a canga, deitando ali pra pegar meu bronze.

Só peguei uma cerveja da caixa e fiquei ali de bruços com a Jade, trocando ideia.

Cecília : O pretinho perto do Rian. -Murmurei e ela olhou disfarçando e virou pra minha direção.

Jade : Rafael. Estuda economia aqui. -Entendi e olhei pra ele de novo, que tava conversando com o Guilherme, enchendo o copo dele de cerveja, mas ele logo se tocou que eu estava olhando e prendeu o olhar comigo também.

Rian : Ae carai, arrumei. -Chegou com uma bola na mão e eu olhei pra prestar atenção e ri. -Peguei emprestada das cria ali, vão nem da falta.

Heitor : Roubou né -Ele fez cara de indignado e colocou a mão no peito. -Bora la então.

A gente levantou e fomos direto pra altinha, mas o Guilherme e a Jade ficaram fumando e eu só reparei, nele de papo pra cima dela.

Os meninos cansaram de jogar mas eu tava tranquila e de boa ainda, bola tava com o Rafael.

Rafael : Bora continuar. -Falou me olhando e eu concordei, vendo os meninos se afastarem. -Mas vamo fazer um acordo.

Cecília : Ih, qual foi? -Perguntei rindo, olhando pro sorrido certinho dele.

Rafael : Se você perder a bola, eu ganho um beijo, e se você ganhar, eu te dou um. -Gargalhei negando com a cabeça. -E ai?

Cecília : Vou pensar no teu caso, mas vamo la. -Me afastei e ele começou, bati com a barriga, ombro e perna, pique jogadora cara.

Só que foi um transe muito grande, eu vi o Henrique chegando, sozinho e me desconcentrei um pouco e acabei perdendo a bola e ele saiu correndo pra pegar.

Não fiquei prestando muita atenção, mas fiquei feliz de vê ele ali com os meninos, essa semana fiquei sabendo de umas paradas relacionadas a droga, não dei ideia, mas fiquei tranquila por vê ele bem.

Rafael : E ai. -Parou na minha frente com a bola na mão e eu olhei disfarçando pros lados, pra vê se não tinha muita gente, já que tava todo mundo mais afastado.

Passei minha mão na nuca dele e puxei o rosto do mesmo na minha direção, sentindo a mão dele por baixo do meu cabelo. Chupou minha língua fraquinho e eu sorri, me afastando depois de um tempinho.

Cecília : Não fica mal acostumado, não é todo dia que eu aceito perder assim. -Ele riu e eu pisquei pra ele, olhei pro lado e vi o Henrique me encarando, mas logo virou o rosto.

Dei as costas e entrei no mar outra vez, fiquei ali por um tempinho e voltei pra onde a galera estava, sentindo a água do meu cabelo escorrer pelo o meu corpo.

Peguei uma garrafa de ice e abri, bebendo, puxei minha canga e sentei do lado da Jade, que tava cantando o pagode que tocava.

O resto do dia foi assim, fazendo farra e aproveitando a tarde carioca da melhor maneira, deu hora da gente subir e o Rafael me chamou pra ir com ele de moto e eu concordei.

A gente deu um giro na cidade e chegamos rápido no morro, Jade teria que ir direto pra casa, por isso a mãe buscou.

Desci da moto, dando a volta e ele continuou nela, segurou meu braço e me deu um beijo, bem rápido.

Vi o meu pai descer o morro com fuzil e percebi a expressão do Rafael mudar na hora, segurei pra não ri, papo reto.

Rafael : Pô, tu não vai entrar? -Perguntou e eu comprimi meus lábios.

Deco : Tu é o segundo do dia, fica esperto. -Falou passando pela gente e puxou minha cabeça pra me dar um beijo. -Quando entrar me chama, preciso conversar um lero com tu.

Cecília : Ta bom pai, vou sim. -Ele só deu um tapa na minha testa e passou, fechando a porta. -Meu pai pô, tem caô não.

Ele negou com a cabeça e riu, não dando muita ideia, me despedi dele e entrei pra casa, tomei banho, lavei o meu cabelo e fui atrás do meu pai.

Ele me colocou sentada na perna dela e eu deixei o meu braço no pescoço dele, que passou a mão no meu cabelo.

Deco : Eu preciso te passar a senha do cofre. -Começou a falar e eu olhei sem entender, com a testa franzida. -Tem uma grana boa lá, pro teu e pro futuro da sua mãe...

Cecília : Pai, que isso? Ta ficando maluco? Pra que essa questão agora?

Deco : Por nada, amor. Mas nada nessa vida é eterno e pra sempre, tô te falando por segurança, de garantia, eu amo você e me preocupo com sua caminhada. -Beijou o meu rosto e eu fiquei muito mal, ali.


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