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Henrique 🕊️

Papo reto, eu tentava ter maior controle das parada, mas eu não conseguia. Fazia o máximo pra da certo e alguém sempre chegava la e fodia com tudo.

Deco : Tu pode dar o aviso, com essa mulher na missão não vai ter aliança nenhuma, ta entendendo? Avisa pro R7 que ela vai voltar, mas com a minha tropa ela não fica.

Henrique : Vou fazer o máximo pô, mas tem que entender que a prioridade daqui é a Cecília. Temo que ter o foco de finalizar a missão pra ela se ver longe disso logo.

Coringa : É, tem isso. Garota foi abusada mas ela não vai ter contato direto com a Cecília, vamo terminar com essa parada logo de uma vez e a gente se vê livre disso logo.

Deco : Com ela na missão não, já falei. Quero fazer de tudo pela segurança da Cecília, mas não aceito ela no plano.

Xt : Ta bom o caralho, isso ai é lance que a gente resolve depois, quero saber por que não tem ninguém falando dessa história do Henrique e a Cecília? Que fita é essa?  -Perguntou apontando pra mim e eu neguei com a cabeça, acendendo um.

Coringa : Não era óbvio? -Perguntou dando de braços. -Não via quem se fazia de cego, papo reto.

Xt : Mas nunca foi pra mim, cabeça de rola. -Chutou ele que devolveu um tapa. -Parada esquisita pra caralho. Vai falar nada não? -Apontou pro Deco e eu passei a mão no rosto, soltando a fumaça.

Deco : Não tenho nada com isso. -Falou sério dando de ombros e levantou da cadeira. -Quero minha filha bem e feliz só isso, as escolhas dela são as escolhas dela e eu apoio da merma forma.

Fiquei na minha e marolei pouco ali, eles voltaram pro churrasco e eu fui pra minha casa. Eram três da tarde e eu tava acabado.

Mandei mensagem pro R7 sobre afastar a Elisa da missão e deixei o celular de canto, deitei no sofá pra marolar as ideias e acabei dormindo.

Acordei eram quase nove e fui tomar um banho, vesti uma blusa da nike com uma bermuda preta e calcei meu tênis. Peguei minha moto e dei o toque nela, indo direto pra casa da Cecília.

O portão tava aberto e tava geral la ainda, ouvi o barulho da sala, mas a tia era a única que estava tava na cozinha, o restante todo na área de fora, e assim que ela me viu veio na minha direção.

Madu : Cecília tava trancada até agora, acabei de convencer ela a descer pra comer alguma coisa, se quiser tentar conversar com ela, porque o pai ela não quis escutar.

Henrique : Vou falar. -Ela concordou e sorriu, saindo logo em seguida. Sentei no sofá ali e não demorou dez minutos pra ela descer.

Cecília parou na metade da escada e ficou me encarando. Levantei do sofá e ela continuou descendo, andando mais devagar.

Henrique : Bora comer alguma coisa, conversar. -Falei e ela soltou a respiração.

Cecília : Henrique...

Henrique : Tu só vai me escutar, assim que quiser voltar eu te deixo aqui de novo, não tem caô. Só me ouve.

Cecília : Vou trocar de blusa. -Concordei sentando outra vez e ela desceu mais rápido dessa vez.

Encostei a porta e subi na moto, ela sentou logo em seguida e eu acelerei, seguindo pra pista. Estacionei na barraquinha de cachorro quente que ela gostava e deixei ela fazer o pedido dela a vontade, sem muita neurose.

Não tava com fome mas esperei ela terminar, sem comentar nada. Ela tava desconfortável pra caralho e eu já tinha percebido que eu ia precisar iniciar o assunto.

Henrique : Quer mais alguma coisa? -Perguntei e ela negou, limpando a boca. Paguei a conta e a gente atravessou pro outro lado, chegando na orla. Sentei no banco ali e ela fez o mesmo, cruzando as pernas. -Qual lance te magoou? Me fala.

Cecília : Tudo, Henrique. -Falou com voz de choro. -Como assim você só foi por minha causa? Que relação isso tudo tem com a morte do Max? Caralho...eu me esforço ao máximo pra entender todo mundo e geral simplesmente esconde tudo de mim, em todos os momentos, por que isso? -Ela me olhou e os olhos dela estavam vermelhos, ela secou o rosto e voltou a olhar pra frente. -Por que eu sou a culpada de você ter ido? Queria tanto assim se ver longe de mim?

Henrique : Para com isso. -Neguei com a cabeça. -Diversas vezes eu te mandei o papo que queria estar por perto e eu nunca menti, principalmente pra você. Escondi a verdade pra não te afetar, não te deixar magoada.

Cecília : E me afetou da mesma forma, engraçado isso né. -Falou sarcástica olhando pra frente. -Conta logo, Henrique, por que isso tudo? Pra que você foi?

Olhei pra baixo passando a mão no rosto e voltei a olhar pra ela, que dessa vez me encarava com os braços cruzados.

Henrique : Porque era a única forma de te defender. Tô trabalhando pro R7, foi o preço que ele pediu.

Cecília : Como assim? -Perguntou sem entender e eu estalei meu pescoço.

Henrique : Desde o dia do posto, ele te persegue. Te culpou pela morte do Max e queria matar você, pra ter vingança, sentir que fez justiça pela morte do filho dele. Quando eu descobri que ele tava nessa intenção, fui atrás dele, e em troca da sua segurança eu teria que virar soldado dele. Nunca foi por querer ficar longe de você, foi pra te ver bem.

(…)



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