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Cecília 🇧🇷

Henrique chegou na praia e sentou junto com os meninos. Eu tinha mandado mensagem pra ele, que não me respondeu, então não insisti também.

Tava com minhas pernas esticadas, olhando pra baixo, só ajeitei a marquinha do meu biquíni e joguei meu cabelo pra trás, olhando pra cima.

Henrique : Bora descer pra pegar a alta. -Bateu na minha coxa e eu nem olhei pra ele, porque meu corpo ficou todo arrepiado e eu sabia que ele tinha percebido. -Responde minha filha. -Falou rindo e eu olhei pra ele.

Cecília : Não tô afim, vai la e ganha por mim. -Fiz careta tampando o rosto com a mão e ele olhou pra frente, vendo os meninos levantando..

Henrique : Jae, e em troca eu ganho o que? -Perguntou baixo, só pra mim e eu ri, negando.

Cecília : Nada, sua obrigação. -Ele tirou o telefone do bolso e me entregou, junto com a carteira. -Vou comprar açaí.

Henrique : Não gasta tudo não. -Fiz cara de deboche e ele saiu correndo atrás dos meninos. Levantei e fui no quiosque pagar.

Fiquei sentada ali na sombra, olhando eles de longe e vi a Jade montando castelo com o Rian, marolei naquilo e voltei quando meu açaí tinha acabado.

Peguei um cigarro na carteira do Henrique e acendi, sentando na cadeira, fumei de boa até os meninos voltarem, ai eu apaguei e deixei na mesa.

Henrique : Muda nunca, né. -Bateu na minha cabeça quando viu o cigarro e eu empurrei a mão dele.

Eu tava ficando com o Pietro, bofinho que é amigo dos meninos, gente boa e tal, mas sei la, engomadinho e certo demais, zero emoção, mas era maneirinho e beijava bem, lance ruim era que ele só queria ficar de casal, e não era o que eu curtia.

Pietro : Quer alguma coisa? -Perguntou e eu neguei olhando pra ele. -Jae, vou pegar uma cerveja. -Me deu um selinho, ali na frente de todo mundo e saiu andando.

Cocei minha cabeça meio incomodada e olhei pro Henrique, que gargalhava de alguma besteira do Heitor, mas o olhar dele bateu no meu e ele só piscou, voltando a prestar atenção no assunto.

Henrique : Deu minha hora, só brotei pra marolar um pouco. -Pegou as coisas dele colocando dentro do bolso e eu encarei ele.

Ele foi fazendo toque com os meninos e beijou a cabeça da Jade, vindo na minha direção, me abraçou e eu apoiei meu rosto no ombro dele.

Cecília : Ganhou na alta, né? Quer seu prêmio? -Perguntei e senti a risada dele, que virou o meu rosto, beijando minha bochecha.

Henrique : Se manca que eu vou render pra você hoje com outro ai, tenho meu valor minha filha. -Falou no meu ouvido e eu me afastei pra vê a feição dele, que sorria, com deboche.

Cecília : Ta achando que é prioridade, né. -Bati no ombro dele, que jogou a cabeça pra trás rindo.

Henrique : Não tô dizendo isso, mas quem me chamou primeiro foi você, né. -Continuou falando, meio que rindo e eu cruzei os braços.

Cecília : E você não serviu nem pra me responder, já ouviu aquele ditado? Quem não dá assistência, perde pra concorrência?

Henrique : E quem te garante que eu preciso concorrer com alguém? -Questionou e eu permaneci calada, sem argumento pra falar.

Olhei pros lados e ele permaneceu na minha frente, vi o Pietro se aproximar com duas ice na mão e respirei fundo.

Henrique : Se quiser vir comigo, vem, mas não vou fazer o esforço de ficar aqui te vendo com outro, sendo que tua vontade é ficar comigo, decisão é tua.

Abri a boca, tentando pensar em algo e ele simplesmente deu um tapa na minha testa e saiu andando, pela areia.

Pietro parou na minha frente e eu dei atenção pra ele, mas acompanhando o Henrique, que andava com toda calma do mundo.

Cecília : Olha, depois a gente se fala, eu preciso ir, ta? -Falei e voltei pra perto dos meninos.

Só tava o Heitor, a Jade e o Rian. Vesti o blusão do Brasil, que tinha o vulgo do meu pai e só peguei o meu celular.

Rian : Que pouca vergonha, Cecilião. -Ignorei ele, fazendo careta e fui atrás do Henrique.

Cecília : Andando devagar por que? -Questionei parando atrás dele, que me olhou.

Henrique : Pra dar tempo de você chegar. -Puxou meu cabelo e a gente subiu pra orla, caminhando até a moto dele.

Ele me puxou pela cintura, me encostando na moto e eu sorri, mordendo meu lábio inferior e encarando a boca dele, que abria o sorriso maus lindo da face da terra.

Ele colocou as mãos no pescoço, puxando de leve e me beijou, devagar e calmo. Desceu uma mão pra minha cintura e eu me afastei, beijando o pescoço dele.

Cecília : E a parte que não ia render pra mim, por que tem o seu valor? -Perguntei sem tirar as mãos dele.

Henrique : Pra você eu abro uma exceção. -Me deu um beijo rápido e vestiu a blusa dele, subindo na moto.

Subi atrás, segurando nele, que foi subindo pro Vidigal, estranhei mas não falei nada.

Ele parou em frente em uma casa, estacionando a moto e eu desci, mesmo sem entender.

Cecília : Que isso? Por que veio pra cá? -Perguntei e ele me olhou com deboche. Tirou uma chave do bolso e eu fui atrás.

Henrique : É minha casa. -Fiquei sem entender. -Tava com planos de me mudar pra ca um tempo atrás, ai mandei construir, colocar as parada, é meu refúgio, sempre que algo acontece eu broto aqui e marolo de boa.

Cecília : Entendi. -Falei com um pouco de receio, por ter percebido o timbre da voz dele. -E hoje você ta se sentindo assim? -Perguntei me aproximado dele, que se sentou no sofá.

Ele me puxou pela cintura e me colocou do lado dele, apoiei minha cabeça no peito dele, que ficou passando o polegar na minha nuca.

Henrique : Preciso conversar uma parada séria com você. -Olhei pra ele séria, que continuava olhando pro outro lado da sala.

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