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Henrique 🕊️

Recarreguei minha arma saindo do beco e vi a Geovanna se aproximar, com o rosto tampado, ela fez um sinal de mão e eu parei onde tava, vendo ela mirar em um cara, que caiu morto na minha frente.

Henrique : Fazendo o que aqui? Ta maluca? -Perguntei e ela negou com a cabeça. -Era pra ficar escondida la com a Cecília.

Geovanna : Deixei ela na mão do Chefe, vou pro campo, tô com cabeça, relaxa. -Concordei. -Vou por cima, se cuida.

Henrique : Você também, qualquer parada me aciona.

Papo que eu botava fé que eram os cara do morro rival, que a gente tava planejando de invadir. Sorte que tava geral preparado e armado, mas da merma forma, complicado pra caralho.

Mandei a Jade, a Cecília e o Rian pro Vidigal, pra ser preocupação a menos e segui no confronto.

Deco : Onde você tá pô? -Perguntou no radinho. -Sobe por cima, pela viela da boca, os cara tão em peso ai perto da pracinha.

Ouvi barulho dos caras se aproximando e eu fiquei quieto, escondendo atrás da escadaria ali. Veio só um e eu mirei nele, atirei na testa vendo ele cair morto no chão.

Só não esperava que atrás dele iam vir mais dois, escondi ali, mas tavam procurando a qualquer custo e eu acompanhei pela sombra dos pés.

-Ele ta aqui, patrão, pegamo ele. -Os dois cara apareceram na minha frente e eu destravei a arma, mas era eu sozinho pô. -Silêncio, ou então eu estouro tua cabeça, tá entendendo?

Eu ri em falso, porque não fazia sentido nenhum pô, me querem vivo, ai mete a marra que vão me matar?

-Sem gracinha, ta achando que eu não sei que tua putinha ta no Vidigal? Se liga. -Eu neguei com a cabeça, pensando no bagulho, mas fiquei quieto na minha, eu me culpo se qualquer coisa acontecer com a Cecília, mas também tenho demonstrar o mínimo possível.

Já foram passando várias ideias na minha cabeça, de como ele sabia que a Cecília tava la, tava neurótico a beça.

Meu pé tava machucado pra caralho, papo de ta sangrando porque eu pisei em um estilhaço de vidro, de uma janela que tinha quebrado com os tiro.

Rua tava vazia e eu não tava entendendo aquele caô, mas papo que foi bagulho de segundos, pra vir várias balas.

Não entendi maneiro, mas os dois cara caíram do meu lado e eu vi a moto se aproximar.

Geovanna : Presta atenção, porque não é sempre que eu consigo te livrar, ta. -Falou rindo e eu neguei com a cabeça. -Sobe ai.

Henrique : Os cara sabem onde a Cecília ta, que isso? Tem certeza que...

Geovanna : Juro pra você que deixei eles na mão do Chefe, liga pra ela agora se você quiser. Eles podem ter me seguido, mas eu não sou x9, Henrique, não ia dar mole assim.

De alguma forma eu confiava nela, não sei pô, Geovanna já tinha virado parte de mim, nesse tempo que a gente se aproximou lá em Minas, eu vi a mulher do caralho que ela é. Gosto de ter ela por perto, papo que eu sinto falta até da Clarisse, irmã dela, garota não saia do meu pé, era aquelas crianças chatas, mas eu peguei sentimento.

Geovanna : Sobe ai, depois a gente vê que b.o é esse. -Apontou pros caras mortos e eu concordei subindo na garupa dela.

A gente passou pela viela das dores e ela parou perto da boca principal, desci rápido enfiando atrás do latão de lixo e fui metendo tiro, assim como ela.

E foi assim durante horas, até que tudo cessou e eu voltei pra boca, onde o Deco tava com o Coringa e o restante dos cara.

Deco : Quero entender que bagulho foi esse. -Tava falando no radinho. -Que isso porra? Os cara vieram e não fizeram nada, só trocaram esses tiros, não vieram atrás de mim, maluco tava comigo na mira, tinha todas as chances de me matar, fingiu que nem me viu. Se a intenção deles era provocar, deu certo, porque minha tropa tá indo em peso pra cima deles.

Geovanna : Henrique, fala. -Falou, prendendo a minha mão e eu olhei pra ela. -Acho que eles queriam o Henrique, Deco. Tinham dois levando ele, assim que eu vi matei, não sei o que foi.

Deco : Ah vai pra porra, que caralho. Se tu vê o corpo, reconhece? -Perguntou e eu concordei. -Jae, vamo vê que parada é essa ai. Lt, desce fazendo a ronda com os outros e verifica se tá tudo limpo.

Eles concordaram e eu fiquei ali mais um tempo, mas a Geovanna logo me arrastou pra casa e mandou eu ir tomar banho. Troquei de roupa e ela fez o curativo no meu pé.

Geovanna : Não fica forçando muito o pé no chão, pra não infeccionar. -Concordei e depois que meu telefone tocou, eu levantei. -Mesma coisa de não falar nada, né.

Henrique : Cecília tá chegando ai, vou lá pra vê se tá tudo bem. -Ela suspirou e levantou.

Geovanna : Vou descer com você pra não forçar o pé. -Sai mancando e subi na garupa dela.

A gente desceu e ela estacionou, vi ela encostada com o Rian e o Chefe em um carro e o Deco e Coringa estavam perto dela.

Me aproximei beijando a cabeça dela, que me abraçou de lado e perguntou sussurrando se eu estava bem. Chefe olhou pra gente e eu fiquei na minha, vendo ela conversar com o pai dela.

Coringa : Meu filho é esperto pô, puxou o pai. -Apontou pro Rian e eu concordei, olhando pra ele.

Chefe : Garoto enxerga longe em, que isso, igual falcão. -Eu ri passando a mão na cabeça dele que ficou todo se achando la, na maior marra.

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