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Cecília 🇧🇷

Cecília : Escuta que eu vou te da o papo uma vez só. -Virei ela de frente pra mim e continuei segurando o cabelo dela, Henrique segurou o meu braço e eu soltei dele. -Não se intromete que eu não tô te chamando em porra de assunto nenhum.

Rian : Clima tenso entre os brodis. -Falou do microfone do moço que cantava mas eu nem dei ideia, olhei bem no olho dela e vi o teatro da falsa.

Cecília : Você vai tirar meu nome da sua boca, ta entendendo? Não é de hoje que eu tô ouvindo esses teu papinhos, criando caso pra cima de mim, falando mal pelas costas. Mas já que tu pensa que tem essa moral toda, seje pelo menos mulher de verdade e fala na minha cara. Quero vê, se você tem coragem de me chamar de falsa, piranha, metida e prepotente aqui, frente a frente, olho no olho. Comigo é diferente, Letícia. Se você acha que eu vou escutar e ver tudo quieta, você tá bem enganada. -Puxei o cabelo dela com mais força e apertei o queixo dela. -Tu larga de ser falsa, porque fica postando indireta pra mim, porque sabe que eu não te sigo, é pra eu não vê, né cachorra? Nem pra isso você tem peito. Mas de qualquer forma, o aviso tá dado, agradece por eu ter te dado oportunidade de melhorar, da próxima vez, que eu escutar pelo menos o meu nome na tua boca, eu acabo com a sua raça, vadia!

Rian : Acho que deu ruim pra jarara...Letícia. -Falou outra vez no microfone e eu ouvi umas pessoas rirem, mas eu tava tão nervosa com a situação que só sai andando, mas senti o Henrique atrás de mim e quando eu vi a gente já tava fora do bar.

Henrique : Caralho, Cecilia. Seu problema é comigo porra. Chega e fala comigo, ta nesse teu show todo por que? Qual a finalidade, bagulho mó feio papo reto.

Cecília : Feio é ela ficar falando mal de mim, sem ao menos me conhecer, Henrique. Nunca aceitei disso de ninguém, e não é porque eu sou a sua namorada que eu vou enguli como se nada estivesse acontecendo. Quer defender ela? Defende porra, faz isso mesmo. Eu não ligo, não me importo. O assunto que eu tratei com ela, é com ela, porque se diz respeito a mim, não a você.

Henrique : Falasse longe de geral, olha a humilhação que tu fez a garota passar, a preço de nada. -Apontou o dedo no meu rosto e eu bati nele com força, com a mão.

Cecília : Primeiro você tira o dedo da minha cara, porque se o meu pai que é o meu pai não faz isso, quem dirá você. Me respeita porque eu não te dei liberdade pra isso. E ela ta se sentindo humilhada? Foda-se, na hora de me chamar de puta, piranha e vagabunda não pensou nisso, né? Fala pra não arcar com as consequências? Pra não ter coragem de assumir os próprios erros?

Henrique : E mulher que pega todo mundo, é o que? Puta, vagabunda. -Falou e eu só senti minha mão estalando no rosto dele, bem forte.

Coringa : Oh caralho, chega disso. -Me segurou, fraco, passando a mão no meu cabelo e eu respirei fundo, segurando pra não chorar.

Olhei nos olhos dele e não vi reação nenhuma, não importa o quanto eu falasse, ia ficar naquela de sempre.

Foi ali que eu percebi, que eu não tinha mais o meu Henrique, o meu melhor amigo, que me defendia, me ajudava e me queria bem.

Cecília : Nossa amizade acabou aqui, ta? O que eu falei pra ela serve pra você também, não quero meu nome na sua boca. -Puxei com força a corrente que ele tinha me dado de quinze anos, que eu não tirava pra nada e joguei nele, bateu no peito e ele pegou.

Henrique : Cecília, papo reto você ta confundindo as coisas...

Cecília : Amigo pra mim, é quem de defende, quem acredita na minha verdade e no meu sofrimento. Não quem faz dos meus sentimentos frustrados, motivos pra acobertar erros nítidos de outra pessoa. Hoje você fez uma escolha, e de verdade, eu espero que você se foda muito com ela.

Soltei do tio Coringa e sai andando e senti a Jade atrás de mim, ela segurou minha mão mesmo eu relutando por aquilo, sentei na pracinha principal com raiva e ela sentou do meu lado, só me abraçou e ficou calada comigo.

Passou um tempinho e os meninos chegaram, sentaram do outro lado e eu só fiquei olhando pra frente, pensando em tudo.

Max chegou, com uma garrafa de água me oferecendo e eu peguei por insistência deles.

Cecília : Vou pra minha casa, quero ficar sozinha. -Levantei, eles ficaram sentados mas a Jade veio atrás. -Amiga...

Jade : Eu vou com você, fico longe, mas eu vou. Não vai ficar sozinha. -Não falei nada e a gente foi, meus pais já tinham ido viajar.

Eu entrei pro meu quarto, tranquei a porta e deitei, chorando tudo o que eu tinha pra chorar.

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