No pião de vida louca cortando na madrugada. Com a nave toda lacrada quem tá no volante é ela. O som do carro tá no talo, olhar hipnotizado, um sorriso apaixonado e eu carburando a vela!
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Meus sentimentos transcendem a razão, sou intensa por comple...
Desci as escadas com o meu cabelo solto e vi o meu pai sentado com meus tios, primos e Henrique na sala. Ele me chamou com a mão e eu sentei do lado dele, sentindo ele me abraçar de lado, me deixando do lado dele.
Minha mãe entrou com a tia Lu e a dinda com umas cervejas na mão, mas eu nem quis, fiquei na minha, apoiando a cabeça no ombro do meu pai.
Cecília : Por mim o senhor não ia. -Falei e ele riu, passando mão no meu rosto. -Tô falando sério, pai.
É que eles vão invadir o morro dos cara que vieram ontem, pra revidar, sabe, e como sempre eu tô com o coração na mão.
Deco : Sempre volto. -Piscou pra mim e eu continuei apoiada nele.
Passou um tempinho e a Geovanna chegou, e eu, minha mãe e minhas tias saímos, porque eles iam fazer reunião. Fui pro meu quarto e fechei a porta, deitando na minha cama.
Bateram na porta e eu falei pra entrar, vi o Henrique e ele encostou ela, vindo na minha direção.
Henrique : E ai, quase não tive tempo de conversar com tu antes. -Beijou minha cabeça e eu arredei, dando espaço pra ele sentar do meu lado.
Cecília : Meu pai me falou sobre eles tentarem te levar, que isso? Não é seguro você ir nessa missão, ir pro lugar onde os cara que te querem moram?
Henrique : Ih pô, relaxa que não dá em nada. -Cruzou as pernas e eu apoiei meu rosto no ombro dele. -Isso ai é bagulho fácil de resolver.
Cecília : Para pô. -Joguei meu cabelo pro lado. -Se te prenderem la, vai ter que baixar em mim a Cecilia perigosa, eles vão ver com quem tão se metendo. -Falei e ele gargalhou jogando a cabeça pra trás.
Henrique : Você tem medo de uma borboleta pô, se liga. -Fiz cara de deboche pra ele, negando com a cabeça.
Cecília : Tenho, mas por você eu faria o esforço. -Henrique puxou o meu queixo e me deu um selinho, mordi o seu lábio inferior e ele passou a mão por baixo da minha nuca.
Subi no colo dele, deixando meus joelhos apoiados na cama e ele com cuidado colocou o meu cabelo pra trás, beijando o meu pescoço.
Henrique : Se tudo fluir certo na missão, tudo vai ta quitado com o R7, não vai ter mais perigo pra tu. -Voltou com meu cabelo pro lado e eu sorri, dando um selinho nele.
Cecília : E ai você volta? -Perguntei e ele soltou a respiração, passando a mão no rosto.
Henrique : Não sei pô, você deixa de ser o alvo, mas eu não sei se pra isso ele vai querer que eu continue com ele também, mas é o que eu te falei, fica mais flexível pra eu vir pra cá te visitar.
Cecília : Não é a mesma coisa, Henrique, aquele homem é louco, sabe se la pros lugares que ele vai querer que você vai. Se você pudesse escolher, voltaria ou continuaria com eles?
Perguntei e ele olhou pra corrente no meu pescoço, ajeitou ela e outra vez soltou a respiração, controlando ela e olhando pra mim nos olhos.
Henrique : Só você me prende aqui, é o papo que eu te dei, se você falar que quer, eu tô aqui.
Cecília : Você tem que ficar porque você quer. -Falei e ele ajeitou minha cintura.
Henrique : Eu sei, o que eu tô tentando te dizer é que eu curti la, bota fé? Sai da minha zona de conforto, consegui me identificar com várias paradas. Mas também entendi o que é saudade, que nossa casa é nosso lar, senti sua falta pra caralho. Se fosse pra escolher, eu escolheria você, sem sombra de dúvidas, mas eu preciso saber, se você também me escolheria, entende? Quando eu falo que você me prende, eu tô falando que você é a única que me faz querer abrir mão de qualquer outra coisa, só pra ficar.
Cecília : Mas não é justo, você abre mão do que quer, por que eu quero que você fique aqui?
Henrique : Não quero saber se você me quer aqui, quero saber se você me quer, é diferente.
Eu suspirei, passando a mão no rosto e outra vez passei meu cabelo pra trás da orelha.
Henrique : É consequência eu ficar. Não tô dizendo que odeio aqui, que só você me faz feliz, que só você me sustenta, é que la, eu sempre tô vivendo uma parada diferente, um bagulho novo.
Cecília : E aqui?
Henrique : Aqui eu teria você, então todo dia ia ser uma parada diferente também, porque ia fazer de tudo pra dar certo, pra fluir. Ia viver vários bagulhos doido com você.
Cecília : Nossa forma de pensar é diferente, você fala que seria capaz de largar tudo por mim, e eu me sinto culpada as vezes, por não saber se eu também seria capaz de largar tudo o que eu desejo, na mesma proporção...
Falei o que tava sentindo e ele confirmou com a cabeça, encostando ela na cabeceira da minha cama.
Henrique : E eu te entendo, não se culpa. A questão é que eu só tenho você, Cecília. Nunca tive nada a perder porque nunca tive ninguém. Pra mim você é tudo, não perco nada se tô com você.
Cecília : Preto... -Falei passando minha mão no rosto dele, que deu um sorrisinho de lado.
Henrique : Mas não é hora disso. -Soltou a respiração. -Deixa o tempo decidir, o que for pra ser, vai ser.
Cecília : Só peço que você volte inteiro dessa missão, não quero meu futuro namorado com um arranhão. -Murmurei contra a boca dele que sorriu.
Henrique : Futuro? -Perguntou e eu me afastei pra olhar nos olhos dele, que passavam a informação de dívida.
Cecília : Óbvio, falta o pedido. -Falei e ele riu, puxou meu cabelo pela nuca e me beijou gostosinho.
Em uma dessas a gente acabou tirando uma foto juntos. Só sei que olhei pra ela e tive a certeza, que era ele.
(…)
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