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Cecília 🇧🇷

Ele falar aquilo me quebrou demais, cada peça foi se encaixando e eu me culpava muito, por ele ter se afastado de tudo, por mim, pela a minha vida.

Cecília : E por que você fez isso? -Perguntei segurando o choro. -Qual motivo, Henrique? Trocou tudo...

Henrique : Porque eu te amo pô. -Falou dando de ombros. -Se fosse ao contrário, eu sei você seria capaz de fazer o mesmo por mim.

Cecília : Não quis me contar por que? Eu te julguei tanto...te culpei tanto, simplesmente acreditei que você queria ficar longe da gente.

Henrique : Não te contei porque sabia que você ia se sentir culpada e era a última coisa que eu queria no mundo. Boto maior fé que tu ta se remoendo ai, e não é a minha intenção, fiz porque quis, não por ser uma obrigação.

Ele olhou pra frente e eu passei a mão no rosto, deixando meus braços apoiado nas minhas coxas.

Cecília : Desculpa... -Falei negando com a cabeça. -Fui uma burra em te julgar da forma que eu julguei todo esse tempo. Caralho, várias vezes eu falei que você tava mentindo, escondendo algo de mim.

Parecia que eu tinha levado um choque de realidade imenso, tava muito mal comigo mesmo, principalmente pelo fato dele ter mudado a vida dele por completo.

Henrique : Papo dez que eu nunca levei pro coração, tô te falando nega, sempre foi pelo teu bem. Tu não fazia ideia dessas parada, no teu lugar eu também ia pensar outras coisas, não precisa esquentar cabeça com isso.

Olhei pra ele, tombando o pescoço, que colocou meu cabelo pra trás da orelha e puxou o meu rosto na direção do corpo dele, me deixando apoiada no ombro dele. Cruzei minha mão na dele, que fez o mesmo, dando um beijo no topo da minha cabeça.

Cecília : E isso é pra sempre? -Perguntei depois de um tempinho e ele suspirou.

Henrique : Você ser um alvo pra ele não é. -Falou. -Vamo invadir o morro que moram os caras responsáveis pela morte do Max, se tudo fluir bem, você sai da mira dele. Mas de qualquer forma, enquanto eu tô la com ele, você ta segura.

Cecília : Tô perguntando de você...precisa ficar la até quando?

Henrique : Não sei nega, acordo é acordo. Mas acredito que se a gente ganhar essa guerra, eu vou ter maior flexibilidade pra vir aqui, conviver com vocês e tudo mais.

Cecília : Hm, mas eu te queria aqui sempre. -Falei baixo e ele riu, me ajeitando mais nos braços dele. -Obrigada, por tudo. -Murmurei e ele passou a mão pelo meu braço.

A gente ficou ali calados e eu só conseguia pensar em tudo, a maioria das coisas borbulhavam na minha mente, mas de qualquer forma eu me sentia bem ali com ele.

Henrique : Bora subir, ficando tarde já. -Eu concordei e levantei. Ajeitei minha roupa no corpo e ele parou na minha frente.

Abri meus braços e abracei ele, que desceu as mãos pela minha cintura. Puxei o rosto dele pelo queixo e dei um selinho nele, que sorriu mordendo meu lábio inferior e pediu passagem com a língua.

Cedi, passando a unha pela nuca dele, que pressionou mais minha cintura. Me afastei e ele cheirou o meu pescoço, deixando um beijo na minha bochecha. Ele segurou minha mão e a gente foi na direção da moto.

Subimos o morro e ele estacionou na minha casa. Eram quase onze, mas pelo barulho tava quase todo mundo ali ainda.

Cecília : Vamo entrar, deve ter comida do almoço ainda. -Ele não tava muito afim então eu não insisti também.

Henrique : Tô cansado, amanhã a gente se vê. -Falou sentado na moto ainda e eu concordei.

Cecília : Amo você também. -Falei baixo no ouvido dele e dei um beijo rápido na bochecha dele, que riu negando com a cabeça.

Ele acelerou a moto e eu entrei, fechando tudo, fui pra parte externa e meu pai me olhou sorrindo. Me chamou com a mão e eu me aproximei, sentando de lado no colo dele, apoiando meu rosto no peito dele.

Deco : Ta suave? -Perguntou e eu concordei sorrindo. -Bora beber uma comigo, não foi nenhuma hoje.

Me animei e ele abriu um litrão de bud pra gente, peguei churrasco e voltei pra perto dele, que ficou trocando várias ideias comigo.

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