•42•

8.8K 664 156
                                    

Henrique 🕊️

Parei atrás da Cecília, e passei a mão no rosto, ela virou de frente pra mim e a gente ficou se encarando, mas a feição no rosto dela estava extremamente com dúvida.

Cecília : Vai viajar? -Perguntou e eu suspirei, negando. -Pra que isso, Henrique?

Henrique : Isso é um lance que a gente vai conversar depois, Cecília. -Falei e ela negou.

Cecília : Não, Henrique. Ta indo pra onde? -Perguntou impaciente e eu sai da frente dela, indo pegar uma blusa.

Vesti, ignorando ela ali que ficou me encarando. Mas a questão é que eu não queria que ela soubesse que eu tô indo pra sabe se la onde, por ela.

R7 falou que a gente teria que fazer uma viagem, pra uma das reuniões dele em outro estado e eu faria a segurança dele.

Falei sobre isso com os cara e eles foram contra de início, mas era a única alternativa possível pra manter ele longe da Cecília e ter a a certeza que ele não faria nada com ela enquanto eu estivesse por perto.

Cecília : Ta vendo, eu tento me aproximar de você, quero ficar presentes nas suas decisões, como sua amiga e você simplesmente evita de contar tudo o que deveria. Caralho, eu me sinto a pior pessoa do mundo quando você toma decisões tão complexas, e não me envolve, pelo menos pra avisar, dar algum sinal...me afeta. -Falou estressada e eu fiquei calado por um tempo, repensando tudo.

Henrique : Eu já deixei claro pra você um milhão de vezes que eu não consigo, me abrir por completo, não consigo, chegar e falar tudo. Isso é uma questão minha, e no papo dez, maior caô tu ficar levando isso pro teu coração. Caralho, eu já falei mil e uma vezes que confio em você, te tenho como uma irmã e você só me julga, nunca me compreende ou pelo menos tenta entender minhas razões pra eu ser fechado e não conseguir me abrir da forma que você quer que eu abra.

Ela me encarou e eu sai do quarto, passando por ela. Desci pra cozinha e peguei uma garrafa de água, bebi e voltei pra sala, respondi a mensagem do Heitor e bolei um.

Passou um tempinho e a Cecília desceu, eu tava fumando ainda, vi ela pelo reflexo da tv, indo pra porta da sala e passei a mão no rosto.

Henrique : Vou te levar, Heitor ta com uma mina ali. -Falei com a voz séria e peguei a chave, passando por ela.

Abri e ela passou na frente, tranquei e a gente foi andando. Soltei a fumaça e acenei pros cara que tava passando.

Chegamos na casa da tia Ju e ela subiu, e eu fiquei na sacada da frente até o beck acabar, Heitor chegou e parou do meu lado.

Heitor : Ih, qual foi? -Perguntou e eu neguei na minha. -Manda carai, pegou o que? -Expliquei por cima pra ele. -Ai pô, o lance é que a Cecília sempre foi criada com geral em cima dela, dando liberdade pra ela falar, conversar...e ai ela só não tá acostumada com teu jeito.

Henrique : Mas eu não sou assim. Tu mais do que ninguém sabe que eu me esforço pra caralho, pra me abrir com ela, pra me fazer presente de alguma forma, ultrapasso todos os meus limites, fica foda as vezes.

Heitor : E por que tu não diz isso pra ela? -Perguntou. -Maior ideia errada dos dois, fica falando que tal coisa magoa, mas nunca chega no lero, pra falar o que machuca. Se for pra ser dessa forma os dois vão viver no erro.

Henrique : Não vou chegar nela e falar as minhas razões porque eu sei que vai ser um lance que vai deixar ela mal e ela vai se machucar, não quero nem pretendo levar isso pro coração dela.

Heitor : Enquanto tu for assim, nunca vai ficar em paz, se preocupa muito com os outros e esquece de você, o papo é esse.

A gente ficou ali mais uns dez minutos e voltamos, Cecília tava com a Jade e o Rian tava jogando sinuca com o Guilherme.

Peguei um prato de comida e enchi o copo de coca e fui pra perto dos cara na sinuca. Fiquei na minha e até marolei com eles e a gente curtiu numa boa.

Fiquei com eles até umas três da manhã, mas tinha b.o pra resolver na parte da manhã e fui procurar caminho de casa.

Desci as escadas e a Cecília me puxou de canto, pro corredor dos quartos, não entendi legal, mas fiquei ali. Mesmo com pouca iluminação, conseguia vê o rosto dela.

Cecília : Desculpa, se eu sou confusa e insistente demais, na maioria das vezes eu não percebo e nunca foi e nem é minha intenção magoar você...se eu coloquei pressão demais, te fiz relembrar coisas que não desejava...me perdoa.

Henrique : Ta suave. -Passei o cabelo dela pra trás. -Tinha que ter te mandado o papo também, não dito daquela forma.

Abracei ela, que apoiou o rosto no meu peito e eu passei o cabelo dela pra trás. Ela virou o rosto na minha direção e subiu a mão pra minha nuca, puxou de leve e a gente se beijou, calmo e devagar.

Puxei o cabelo dela bem fraco e deixei a outra mão pressionando a cintura dela. Me afastei, dando três selinhos nela, que sorriu, voltando a me beijar.

Até a luz do corredor acender, a gente se separou e no mesmo instante a gente viu o Rian, com uma garrafa na mão.

Transceder  ²  [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora