Quaranta

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Abro meus olhos sentindo um luz forte brilhar, levo a mãos aos olhos e faço uma careta quando sinto uma fisgada no abdômen

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Abro meus olhos sentindo um luz forte brilhar, levo a mãos aos olhos e faço uma careta quando sinto uma fisgada no abdômen.

Deixo meu olhos acostumarem a luz e me vejo deitado em um quarto de hospital, levo a mão ao local que doeu e levanto a roupa de hospital vendo um curativo no local.

Suspiro e deito minha cabeça no travesseiro, as lembranças vem claras em minha mente e recordo o que aconteceu.

Tento tirar tudo isso da minha mente mais não consigo, a última coisa que lembro é de Angel chorando e pedindo desculpas.

Aperto o botão da cama e logo uma enfermeira aparece na porta.

- Vejo que o senhor acordou bem - diz simpática - Você se lembra de quem é?

- Sim - respondo.

- Vou chamar o doutor e ele virá aqui, com licença - diz e se retira, faço esforço para me sentar e suspiro apertando a mandíbula.

O médico entra no quarto e checa os sinais pela máquina, depois faz algumas perguntas e me diz que fiquei um dia sedado.

Diz que precisarei ficar alguns dias no hospital para que me observem, não foi nada tão grave já que o tiro não perfurou nenhum órgão.

Depois ele sai e fico sozinho repassando em minha mente tudo que aconteceu, me pergunto onde ela está nesse momento.

Ouço uma batida na porta e aperto as mãos em punhos quando vejo Rizzo entrar por ela.

- O que está fazendo aqui? - questiono.

- Eu juro que não vim te matar - diz brincalhão, mas continuo sério - Desculpe, eu só vim saber se está bem.

- Não me venha com sua falsidade Rizzo, eu sei quem você é - falo.

- Sim eu sei que você sabe, Angel me contou que você descobriu - fala - Eu sinto muito que tudo tenha sido assim Steffano.

- Sente mesmo? - questiono.

- É calor que sinto, você é meu amigo - arqueio a sobrancelha - Quando você entrou no caso eu deveria ter só feito o meu trabalho de atrapalhar as investigações, mas você se tornou realmente meu amigo Steffano, eu sinto muito que tudo tenha sido assim, nossos planos não envolviam você levando um tiro.

- Só me fazendo de idiota não é? - provoco e ele comprime os lábios.

- Foi necessário - fala e arqueio a sobrancelha - Eu me senti culpado por fazer tudo com você e a Angel... Bem.

- Eu não quero saber - falo fechando a cara, eu queria odiar ela, mas não consigo.

- A Angel não queria ter atirado em você Steffano e ela se sente culpada por isso - diz e o ignoro, mas ele continua a falar - Ela me pediu para te entregar isso.

Ele tira um celular do bolso e coloca na mesinha do lado da maca.

- Ela entregou todos os itens roubados para a polícia como você queria fazer - diz e fico surpreso - E deu todo credito a você, eu ajudei ela e falei que era verdade, se quiser nos desmentir e falar a verdade para todos eu entendo e você vai estar no seu direito, eu não sei o conteúdo que tem aí nesse celular, mas ela queria que você visse, estou indo embora, espero que se recupere logo.

Antes que eu fale algo ele sai pela porta tão rápido como entrou, olho pro celular e procuro algo, acho somente uma gravação de áudio e coloco para escutar.

- Acho que o Rizzo já entregou isso a você, se ele entregou eu quero mais uma vez te pedir desculpas Mancinne - ouço ela fungar - Eu nunca fiz algo que me arrependesse, mas isso... Me faz ficar totalmente arrependida e culpada, tanto que nem pareço mais eu.

"Eu já falei isso para você, mas não conta pois estava dormindo, espero que não tenha demorado muito para acordar, espero também que não me odeie, só que acho difícil que isso não aconteça, mas não importa, sou covarde e não tenho coragem de encarar você depois do que aconteceu - ouço sua respiração - Eu te amo, espero que acredite nisso Mancinne, eu te amo de verdade... Eu já entreguei tudo para a polícia como você queria fazer então não precisa sair ou qualquer coisa que fosse fazer.

Espero que se recupere logo, eu nem sei porque fiz isso, só pensei em falar novamente e te dar um adeus audível, como uma boa covarde estou fugindo de encarar você, vou para um lugar onde me sinto bem e acolhida, mas que não o verei mais, sinto muito por tudo, adeus e amo você senhor detetive Mancinne"

Engulo em seco e encaro o celular ainda processando suas palavras.

- É melhor assim - falo para mim mesmo, mas no fundo eu sei que não.

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Um tempo depois....

- Como está a recuperação filho? - minha questiona.

- Está indo bem - respondo.

- Isso é bom - diz e me olha avaliativa - Onde está sua namorada? Ela sumiu depois do que aconteceu.

- Nós havíamos terminado - falo e ela me olha.

- Oh, eu gostava dela, era um Santinni eu sei, mas parecia um boa garota - diz e rio.

- Sim, uma boa garota - falo.

Na verdade ela era mais uma diaba maldita e eu ainda assim me apaixonei por ela.

Nós estávamos indo por um caminho errado e eu sabia disso desde o começo, mesmo que não fosse ela por trás de tudo, não daria certo, ela foi criada nesse meio e eu tenho outros pensamentos.

Nós dois somos opostos, como fogo e gasolina, houve uma chama ardente quando nos juntamos, mas no fim sabia que provavelmente tudo sairia destruído no final e um dos dois seria machucado com isso.

De certa forma eu a usei para saber se ela era realmente a ladra, e ela me usou para encobrir que havia feito tudo aquilo.

Cada um usou a arma que tinha, eu não queria deixar ela mas queria fazer ao menos uma coisa em que acreditava que era entregar as coisas roubadas para a polícia, nós poderíamos ficar juntos e eu ficaria com a consciência menos pesada com isso.

Ela queria ficar comigo e com os itens, nós quisemos forçar um a fazer a vontade do outro, nenhum cedeu e eu ia realmente chamar a polícia, mesmo que isso levasse ela também, ela fez o que achou ser o certo, tudo bem que não era mas só fizemos o que acreditamos.

Eu não tenho raiva dela ou a odeio, mas prefiro as coisas como estão no momento.

Ao menos tento acreditar em minhas palavras.

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Angel - Entre Amor e Poder - Série Santinni's Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora