Quarantasette

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Coloco o celular no carregador e ligo ele, espero a tela acender e vejo quatro ligações perdidas de Angel, respiro fundo e decido ignorar

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Coloco o celular no carregador e ligo ele, espero a tela acender e vejo quatro ligações perdidas de Angel, respiro fundo e decido ignorar.

Tenho tentado não pensar nela nos últimos dias, ela não ter ligado ou falado nada ajudou muito, mas então agora resolve ligar.

Vejo até lá brilhar outra vez e seu nome aparecer, respiro fundo e atendo.

- Ainda bem que atendeu - diz - Eu liguei pois acho que gostaria de saber que uma das crianças está no hospital.

- Quem? Como? - questiono sentindo meu corpo ficar nervoso, nos últimos tempos me apeguei demais as crianças.

- A Gianna, ela está bem, só machucou uma perna e braço, não foi tão grave que a faça estar em perigo - diz - Eu vou desligar, preciso ajudar ela, só liguei para avisar mesmo.

Antes que eu diga algo ela desliga, me coloco de pé e ando até meu quarto, visto uma roupa para sair e pego a chave do carro e carteira.

Desço pelo elevador e entro no meu carro dirigindo em direção ao hospital, vou acelerando entre os carros.

Eu me apeguei a todas as crianças daquele lugar, se fosse possível eu teria todas elas para mim, se tudo tivesse sido diferente eu ia imaginar e fazer acontecer algo, pois sei que Angel ama a elas tanto quanto eu.

Estaciono no hospital e saio do carro, paro na recepção e pergunto o quarto onde ela está.

- Desculpe, qual seu nome senhor? - a recepcionista questiona.

- Steffano Mancinne - falo - Sou amigo da Angel que está aqui cuidando dela.

- Deixe-me ver - diz e digita algo no computador - Ah está liberado, quarto de número 27.

- Obrigado - agradeço e ando até o quarto, bato na porta e ouço um entre, abro e entro no quarto.

Vejo Angel sentada em uma poltrona perto da cama e Gianna deitada enquanto um homem conversa com ela.

Chego perto deles e Angel me olha rapidamente e então desvia o olhar para a garotinha.

- Titio Steffano! - exclama parecendo feliz.

- Oi pequena - falo chegando perto dela, toco seu narizinho e beijo seus cabelos - Você está bem?

- Sim, o médico me deu remedinho e estou sem dor - diz e faz um biquinho - Só é ruim, o médico disse que não posso correr por um bom tempo.

- Isso mesmo, sem correr por uns três meses, pode cair e acabar machucando ou fraturando os ossos novamente - diz e sorri para ela, ele me olha e estende a mão - Sou o doutor Christopher.

- Steffano - falo pegando a mão dele.

- O titio veio buscar eu e a titia Angel? - ela questiona.

- Você vai precisar ficar dois dias aqui ainda - o médico fala - Depois pode ir para casa e ter os cuidados necessários.

- Poxa, vou ficar com saudades dos meus amiguinhos - diz fazendo um biquinho.

- Eu posso trazer eles aqui meu amorzinho - Angel diz - Não posso doutor?

- Por alguns minutos talvez - diz.

- Ebaa, assim não fico com saudades dos meus amiguinhos - Gianna diz feliz - Cadê o pirulito que me prometeu titio?

- Aqui - diz tirando o pirulito do bolso e entregando a ela que recebe com um sorriso e segura ele o puxando com as pequenas mãos para um abraço, franzo o cenho sentindo ciumento, eu sou o titio que recebe abraços dela.

- Obrigada - diz sorrindo.

- Com licença, preciso atender outras crianças - diz e sai do quarto, vejo Angel olhar para ele até vê-lo sair pela porta, ela suspira e continua olhando, limpo a garganta e a vejo me olhar dando um sorriso.

- Não precisava vim, ela está bem e estou cuidando dela - fala.

- Eu tinha que vir - falo olhando Gianna comer o pirulito enquanto olha para a TV que está pendurada na parede - Quando foi isso?

- Ontem, eu liguei e não atendeu, hoje resolvi ligar novamente - diz.

- Tive que resolver algumas coisas e meu celular estava descarregado - explico e ela assente - Como estão as outras crianças?

- Bem, Dolores está com elas, estão todas bem - responde.

Fico olhando para ela que parece diferente, essa não parece a Angel que eu beijei dias atrás.

- Assim que terminar esse pirulito vão escovar os dentinhos dona Gianna - diz e a garotinha olha para ela assentindo, mas logo volta a atenção para a TV - Se quiser pode ir Steffano, já viu que ela está bem, estou cuidando dela como vê, ficarei até o dia que ela tiver alta para ir para casa.

- Vou ficar, não tenho nada para fazer - falo.

Me sento na outra poltrona e Gianna nos chama para brincarmos.

Ficamos brincando com ela e o tempo vai passando, ela apesar de tudo parece animada e não liga para o braço e perna.

A hora do almoço chega e uma enfermeira traz comida para ela, ajudo ela a comer enquanto Angel diz que vai almoçar no refeitório.

- Você e a titia não são mais namoradinhos? - questiona e nego - Por que?

- Coisas de adultos pequena, não vai entender - falo.

- Ser adulto parece chato - diz e sorrio - Eu gostaria de vocês namorando.

- Por que? - pergunto.

- É segredo - diz rindo.

- Agora vai precisar falar mocinha - digo fazendo cócegas nela.

- Ok, ok - diz risonha - Eu queria que vocês fossem meus papais e dos meus amiguinhos.

Olho para ela sem saber o que falar, engulo em seco e ela sorri.

- Mas fico feliz por serem meus titios e amarem a todos nós - diz.

Ela é tão esperta e fofa, eu também queria ser o pai dela e que Angel fosse a mãe.

- E eu fico feliz por estar perto de você - falo tocando no rostinho dela que sorri voltando a comer.

A porta é aberta e Angel entra sorrindo junto com o médico, eles caminham até a cama e ela então na poltrona enquanto ele para ao lado de Gianna.

- Vou colocar um remédio no soro e vai tomar, é para que não sinta dor ok? - fala a ela que assentem.

Vejo Angel olhando para ele e me sinto desconfortável, fico de pé e paro do outro lado da cama ficando um pouco a frente dela.

Não é por ciúmes.

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Angel - Entre Amor e Poder - Série Santinni's Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora