28. Meu Bem Mais Precioso

32 1 16
                                    

DOMINIQUE
    

Acordei, graças a Deus, antes do dia escurecer, mas sem saber que horas eram. Eu sabia que aquilo poderia acontecer. Eu estava nos últimos dias vivendo praticamente a base de café, sem comida sólida e sem nenhum minutos de sono, enquanto meu cérebro trabalhava a mil. Eu tinha medo de a guerra começar enquanto eu estava dormindo e meu estômago embrulhava sempre que pensava em colocar qualquer coisa na boca. Logicamente, meu corpo havia desistido de mim.

Anna estava na cama ao meu lado quando acordei. Eu sabia que estaria. João também.

— Você acordou finalmente — ela disse e me abraçou. — Falei que não estava tão acostumado quanto eu.

— Pare de ser estranha.

— Tá tudo bem, Sr.Reis? — perguntou João.

— Está, sim, João. Eu só estava com muito sono — sentei na cama.

— Pedi que fizessem para você — ela apontou para a mesa no quarto, onde estava servido um lanche bem generoso. — E Diogo me disse que estava vivendo esses dias basicamente com copos de café. Acho melhor fazer uns exames depois.

— Tudo bem, não fale de assuntos chatos agora.

— Tem muita coisa gostosa, Sr.Reis —João foi até a mesa. — Tem queijo, tem chocolate, tem mamão, eu adoro mamão.

— Ah, que pena, eu também, vou ter que comer tudo sozinho.

— Mas tudo bem, eu como outro dia, hoje o senhor precisa de bastante comida para melhorar.

— Você é um garotinho muito generoso, João — disse Anna. — Tenho muito orgulho disso. Mas o Sr.Reis vai dividir com você.

Revirei os olhos brincando.

— Eu faço esse sacrifício por você, João, mas só porque te amo.

Eu levantei da cama e sentei na mesa, Anna e João me acompanharam.

— Então, João, há uma coisa que a gente queria te falar — disse Anna e olhou para mim, rapidamente entendi do que se tratava.

João, que já tinha colocado uns três pedaços de mamão na boca, olhou para nós curioso. Anna deu a deixa para que eu continuasse.

— Bem, nós queríamos adotar você.

— Adotar?

— Sim, queremos criar você.

— Dominique seria como seu pai e eu como sua mãe.

— Nós seríamos como uma família?

— Acho que já somos uma família, você não acha?

— Acho, sim.

— Então, nós só oficializariamos isso. Você se tornará oficialmente nosso filho.

— E...eu vou poder chamar vocês dois de pai e mãe?

— Se você quiser.

— Eu quero. Quero voltar a ter pai e mãe, vou chamar vocês de pai e mãe. Que legal, isso é muito divertido. Espera, se eu vou ser seu filho, vou ser um príncipe?

— Você já é um príncipe — disse Anna. —É o meu príncipe.

— Legal, mas eu vou ser príncipe de verdade?

Nós caímos na gargalhada.

— Sim, vai ser.

— Legal, muito legal. Quero abraçar vocês.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora