37. Calmaria

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ANNA

2 MESES DEPOIS DO DIA DA CURA

Eu caminhava pelos corredores da escola, querendo sair dali o mais rápido possível. Eu estava exausta, eu só queria nunca mais ter que falar com ninguém, eu não queria mais aquilo, não queria mais nada daquilo, eu queria ir embora.

Cheguei à porta, mas os guardas disseram que eu só poderia sair com a companhia de deles, eu não me importei. Dei ordem e eles permitiram que eu saísse sozinha, porque aquela era uma decisão minha.

— Anna! — César apareceu. Ele estava ali, junto com os outros.

— O que estão fazendo aqui?

— Protegendo você, você sabe — disse Ben.

— Eu já disse para irem embora.

— Não vamos, já disse, Anna, não vamos.

Ficar do lado de fora da escola era anda mais perigoso para eles.

— Você tomou sua decisão, nós tomamos a nossa.

— Você não tem ideia de como nos magoou quando nos demitiu — disse Valter

Apenas olhei para eles por alguns segundos e caminhei para sair dali.

— Onde você vai? Por que saiu da escola sozinha?

— Eu vou embora.

— Para o palácio?

— Não.

— Então por que não fica aqui?

— Eu odeio essa escola, eu não queria estar nessa escola, eu só vim porque...

— Sua mãe mandou?

— Ela não é minha mãe. — eles me encararam surpresos —  Aquela mulher nunca foi minha mãe, ela é, na verdade, minha maior inimiga. Algum dia eu vou sumir, e nem ela, e nem ninguém poderá me encontrar.

— Anna, o que aconteceu?

— O que aconteceu foi que tudo, tudo que vivi até hoje, foi uma mentira, uma completa mentira. Por isso quero que fiquem longe, porque eu não confio, porque nunca confiei, em ninguém.

— Certo, mas você não vai sair daqui sozinha.

— Eu não obedeço mais ordens suas, e se me seguirem, eu vou chamar a polícia.

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1 MÊS DEPOIS DO DIA DA CURA

Entrei no escritório do meu pai um tanto humilhada, voltando para casa depois de terem descoberto tudo. Minha mãe me aguardava ali de pé enquanto meu pai estava sentado. Ao me ver, a primeira coisa que ela disse.

— Você é realmente uma tola, Anna Cruz. Uma idiota.

— Eu sabia que você não entenderiam.

— Realmente não entendemos — ela disse. —  Porque você sabia. Você sabia

— Não foi só isso.

— Quem você quer enganar?

— Estou seriamente pensando no porquê de não voltar agora mesmo, porque James está louco, está obedeado, e agora que perdeu o único plano que ele tinha, vai vir com tudo para cima de nós.

— Eu disse ao seu pai.

— O senhor não vai falar nada? —  perguntei a ele.

— Eu sinceramente acho que não consigo não gritar com você agora — ele disse. —  Porque não sei o que diabos está acontecendo com você, eu não te reconheço mais, veja o que você estava a prestes a fazer. Estava prestes a destruir nosso país.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora