61. Elias

26 1 12
                                    

ANNA

Eu acordei sentido todo o meu corpo doer, meio suada. Ben estava ali

— Aqui — ele me entregou um remédio. — É para dor.

Eu tomei e bebi a água.

— Onde estão os outros?

— Lá fora, com Dominique.

Minha memória buscou lembrar de tudo que havia acontecido. Eu fugindo do palácio, o guarda Peter sendo morto, César me levando para dentro do carro, eu insistindo que Dominique fosse conosco.

— César já bateu em Dominique, não é?

— Pelo que eu ouvi lá de fora, já sim.

Suspirei.

— O que vamos fazer, Ben? Como vamos voltar?

— Não se preocupe com isso agora. Quando estiver um pouco melhor, vamos conversar.

— Tudo bem.

— Agora a gente é capaz de entender o que aconteceu com você. Eu sinto muito, Anna.

— Eu sei.

— Você aceitou fazer isso por ele, mesmo sabendo quem ele era. Não deveria ter feito isso.

— Eu não deveria ter feito muitas coisas, mas essa era uma que eu não podia evitar.

— Porque você o ama.

— Eu não sei mais o que é o amor.

— Faz sentido.

— Faz?

— Não é possível compreender o verdadeiro amor sem Deus. Isso vai passar, Anna, é apenas uma fase da sua fé. A gente já sabe que nossa caminhada se faz com quedas.

— Se soubesse quão sombrios pensamentos já passaram por minha cabeça.

— Não importa quão fundo vá, ele ainda é capaz de te buscar.

Balancei a cabeça.

— Pode chamar César e Dominique aqui? Eu gostaria de falar com eles.

— Os dois juntos?

— Sim.

Ben saiu e um minuto depois César e Dominique passaram pela porta, este sangrava.

— O que você vai fazer agora? — perguntei a Dominique.

— Bem, pelo que entendi vou para Camellia ser preso — ele olhou para César.

— César...

— Não adianta, Anna. Ele vai ser preso, ele merece.

— Vão matá-lo. Vai querer isso?

— Não. Queria que fosse eu mesmo a fazer. 

— Eu nunca perdoaria você.

— Você não sabe o quanto eu estou com raiva dele, Anna. Estou me segurando muito aqui.

— Dominique vai embora — falei.

— Eu já disse que não.

— Não é você quem decide.

— Você é que não é. Não tenho por que obedecer ordens suas. Eu fui demitido, lembra?

— Eu continuo sendo a princesa.

— Eu pouco me importo. Pouco me importo, Anna. Você decidiu casar com James por causa desse desgraçado. Você está assim agora, porque, mesmo depois de tudo que ele fez, valia a pena se sacrificar por ele.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora