THOMAS
— Estou preocupado — afirmou Dominique enquanto tirávamos as coisas do carro.
— Com o quê?
— Você não tem essa impressão? Estamos caminhando para uma guerra, e por mais que eu tenha antecipado o máximo de passos que posso, ainda tem algo muito incerto. Acho que estamos deixando passar algo.
— Tenho a mesma impressão — falei.
— Ele te falou alguma coisa?
— Não, mas o nome de Raquel não sai da minha cabeça. Tenho pensado sobre qual será o objetivo final da Campanha.
— Isso eu já sei, querem derrubar o palácio, não se trata mais apenas de Anna. Do contrário não teriam se aliado a Hemero. Para mim um ponto fraco do outro lado é James não se tocar que está sendo manipulado pela Campanha.
— Acha que outros países apoiarão Hemero?
— Sim, mas apenas se firmarmos uma aliança.
— O que não querem fazer pelo risco de uma guerra mundial.
— Olham para nós como idiotas, afinal o foco deveria ser apenas Camellia, mas não gosto de pessoas morrendo seja em qual nação for. Não vou usar isso se não for necessário.
— O rei te deu tanta autonomia assim?
— Não, mas você sabe que crio essas coisa sozinho. Pronto — colocamos a última caixa na cozinha — Agora vou ajudar na limpeza. Você pode começar seus trabalhos.
— Está bem. E Dom? — ele parou e olhou para mim. — Você está mesmo bem?
— Você conhece meu coração. Diga você.
— Exatamente.
Ele suspirou.
— Confio em Anna.
— Então confie de verdade
— Chegamos — Marco e Sebastian passaram pela porta. — Onde está Anna? Ela tem meia hora de sermão nosso para ouvir.
— Até parece — comentei. — Assim que a verem, ela vai erguer um sorriso e destruir vocês.
— E onde seremos destruídos? — perguntou Marco.
— Ela está na igreja, ajudando na limpeza. E aproveitem que vão até lá para mandá-la vir me ajudar. E fiquem lá para substituí-la no serviço. Quanto mais mãos melhor.
— Eu vou buscar o padre Justo agora — afirmou Dominique. — Ele quer conversar com você e Giselle antes do batismo, e atender as confissões antes do matrimônio.
— Está bem.
Eles saíram pela porta e Justina passou por ela logo depois.
— Pronto, deixei tudo encaminhado na igreja — ela avisou. — As meninas veem daqui a pouco. Como o batismo é hoje, queremos deixar a igreja limpa agora. O que vamos adiantar?
— Eu pensei nos salgados. São os que mais demoraram e dão mais trabalho.
— Tudo bem, então, vamos lá.
Nós ficamos ali durante algumas horas. Giselle e Anna aparecem um tempo depois para ajudar. As outras ficaram na limpeza.
— Anna, você pode parar de ser criança? — exclamei quando, pela quinquagésima vez, ela passou farinha no meu rosto.
— Só quando você sorrir para mim — ela brincou.
— Estou concentrado.
Anna era mesmo um pé no saco. Quando cozinhava, gostava de me concentrar para que tudo saísse perfeito. As outras três não paravam de brincar.
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Flor De Um Reinado: O Homem e a Flor
RomanceLIVRO 3 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...