19. Algo Diferente

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NATACHA

Eu não sabia o que fazer, eu só queria ter o poder de fazer aquilo tudo sumir, eu queria poder voltar a como era antes, antes de Anna chegar naquela escola.

Dominique tinha ido embora e depois de um tempo, ouvi outras batidas na porta.

 — Já disse para ir embora! — falei.

— Sou eu, Nat — disse Jonas. — A gente pode conversar?

Enxuguei as lágrimas e abri a porta. Voltei a sentar na cama e ele me acompanhou.

— Não quero falar sobre isso — falei.

— Tudo bem, não vamos falar sobre isso. Tem outra coisa que eu quero falar com você.

— Certo.

— Bem, não é a toa que eu sempre estou nas torres de observação. Dominique sabe que eu tenho um dom para enxergar coisas que mais ninguém enxerga. Sendo assim, acho que eu tenho visto algo que mais ninguém vê, e queria que você me dissesse se é coisa da minha cabeça.

— O quê?

— Você e César.

— É coisa da sua cabeça — falei rápido demais. — Não tem nada entre mim e César.

— Sua resposta mentirosa me deixou claro que tem.

Suspirei derrotada.

— A gente se beijou uma vez, só. E já faz um tempo, foi ano passado.

— Mas você sente algo por ele?

— Ah, eu não sei, Jonas. Eu realmente não sei. Ele... Ele é muito charmoso, muito bonito, e ele foi muito legal comigo. Talvez em outra realidade nós pudéssemos ter algo, mas nessa eu não...

— Por que não? Você gosta dele.

— Eu não disse isso.

— Praticamente disse.

— Ele... Ele me faz sentir algo diferente, eu poderia dizer que gosto disso, mas... Nunca daria certo, nós somos tão diferentes.

— Talvez você esteja precisando disso, do diferente.

— A vida dele é a Anna, eu não vou passar por isso de novo.

— Não tente prever o futuro — ele se levantou. — Eu já vou indo agora, você vai ficar bem?

— Pelo menos parei de chorar. Obrigada por essa conversa de garota.

Ele sorriu e se levantou da cama no momento em que César passou pela porta.

— Eu sei que você disse que não queira falar comigo — ele começou a falar. — Eu só estou preocupado com você.

— Eu vou deixar vocês a sós — disse Jonas e saiu.

— O que você quer? — perguntei.

— Por que deixou de trabalhar para Anna?

— Porque, como você já percebeu, eu não acredito e não gosto dela. E como Giselle voltou, eu não sou mais necessária.

— Mas ela queria que você continuasse.

Balancei a cabeça.

— Você veio só saber isso?

— Eu ouvi o que você disse ao amigo de Dominique.

Fui pega de surpresa e fique sem graça.
    
— Ah — foi tudo que saiu da minha boca.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora