76. Eu Não Devia Estar Aqui

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DOMINIQUE

Um dos meus contatos me avisou que Anna havia saído da escola sozinha, eu sabia que os guardas deviam estar por perto, mas ainda assim era perigoso, e nenhum dos idiotas ia ter coragem de arrastar Anna de volta para um lugar seguro contra a sua vontade. Mas comigo seria diferente, por isso peguei um carro e fui até lá. O lugar que eu estava não ficava muito distante da escola, por isso não demorei para chegar.

Havia acontecido alguma coisa e eu podia apostar que ela havia descoberto sobre sua mãe. Eu sempre soube que aquilo iria fazê-la sofrer demais, mas esperava que ele não descobrisse justo naquele momento, quando já achava que eu a havia traído. Parei o carro no meio de uma rua, quando a avistei sentada em um meio fio.

— Anna — desci e caminhei até ela, que, ao me ver, se levantou e saiu andando. Eu corri até ela. — Anna, eu sinto muito.

— Você sente? — ela virou para mim e me encarou. — Você sabe o que aconteceu, não sabe? Porque você sabia, sabia o tempo todo quem ela era de verdade.

— Quem te contou?

— A mesma pessoa que me ajudou a descobrir a verdade da outra vez. Lewis.

Aquilo me fez perceber que o 18 estava dentro também. Fizeram aquilo para garantir que Anna não desistiria do plano.

— Eu sabia, mas não te contei porque não queria vê-la sofrer. Anna, a sua mãe...

— A minha mãe me criou como uma vingança. Eu achei que... Eu não devia estar aqui, não devia.

— Do que está falando?

— É isso, meu nascimento só trouxe desgraça para esse país, minha mãe não me queria, provavelmente nem meu pai. E todos que se aproximaram de mim, fizeram isso para garantir que eu entenderia o recado.

— É o oposto. É justamente o oposto. Foi a sua presença aqui que mudou a vida de muitas pessoas.

— Sim, causando a morte delas.

Ela continuou a andar. Eu corri e me coloquei a frente dela.

— Tudo bem. É o seguinte. Eu não vou deixar você sair andando por aí sozinha e quanto mais ficamos aqui, mais perigoso é. Então você tem duas opções, ou vai entrar no carro e eu vou te levar de volta para a escola, ou eu vou te fazer entrar de volta na escola.

— Você pode tentar, mas vai ter que me amarrar se quiser que eu volte para aquele lugar.

— Eu vou te dar então uma terceira opção. Vai comigo para um lugar fechado e seus guardas vão junto para garantir sua segurança.

— Eu vou ficar com a opção em que eu fico aqui e você fica longe de mim.

— Mas isso eu não vou deixar acontecer.

Ela olhou ao redor.

— Pode tentar correr, a gente já fez isso uma vez, sabe que eu corro mais.

Ela ainda parecia disposta a tentar. E tentou, mas não deu muitos passos antes que eu a segurasse por trás e prendesse seus braços.

— Também tem outra coisa caso se importe — falei enquanto ela tentava se desvencilhar de mim. — Quanto mais tempo eu fico aqui no meio da rua, mais fácil será a polícia me achar.

Ela parou, eu sabia que pararia. Anna podia achar que eu a odiava, mas ainda assim faria qualquer coisa por mim, eu já havia entendido isso.

— Tudo bem, eu vou.

— Não me engane — avisei.

Ela não me enganou. Caminhou até o carro e entrou. Os guardas se aproximaram.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora