ANNA
Dominique estava estranho naquele dia, muitos estavam, eu espera que estivesse tudo bem, já que havíamos decidido voltar dia seguinte à escola.
Eu fui ao jardim e os guardas pareciam estranhos, à cozinha e foi do mesmo jeito. No fim, papai pediu que eu participasse de algumas reuniões com ele e passei o resto do dia ocupada.
Quando chegou a noite, eu resolvi ir tomar um banho para jantar, torcendo para ver Dominique, mas assim que cheguei à sala onde estava minha família, percebi que ele não estava ali.
— Ah, desculpem, eu vou procurar Dominique — falei.
Estava preocupada. Será se havia acontecido alguma coisa séria?
— Não precisa procurá-lo, Anna — disse meu pai. — Ele está aguardando você.
— Onde?
— No lugar que você mais ama nesse mundo.Olhei estranho para ele e meus guardas.
— Tudo bem.
Eu saí de lá e adentrei o bosque junto com meus guardas, que estavam silenciosos demais. Quando cheguei na entrada da clareira, achei estranho ela estar mais clara do que de costume. Traçando um caminho até o gazebo, haviam várias lanternas pelo chão.
E o gazebo!
O gazebo estava lindo, tão iluminado, dava cor a todas as flores ao seu redor.
— Nós só vamos até aqui — disse César.
Eu sorri e continuei andando, quase correndo na verdade, até o gazebo, onde Dominique me aguardava na entrada. Havia um piano e uma linda mesa com o jantar servido. Ali eu já sabia que aquela seria uma perfeita noite.
— Seja bem vinda — ele afastou para que eu passasse. — Eu não sou muito romântico, mas achei que a noite de hoje pedia esse clima.
— Está tudo tão lindo — falei. — É um jantar de comemoração? Por ter dado tudo certo hoje?
— Podemos dizer que é isso por enquanto.
Ele pegou uma rosa vermelha no jarro, onde haviam vermelhas e brancas, e me entregou.
— Você sabe o significado?
— Sei, eu sei sim. Seus guardas me ensinaram. A rosa vermelha você só daria alguém que Deus escolheu para você, é por isso que estou te dando ela. — Ele fechou suas duas mãos nas minhas que seguravam a rosa. — Mas para mim, ela vai além disso. Aqui está o meu coração. É isso que está segurando agora.
Eu sorri. Não tinha certeza, mas de certa forma já havia entendido o que Dominique queria me dizer.
— Tenho algo para você — ele disse e me puxou para o outro lado do piano —Você fica aqui — e depois se sentou. — E eu fico aqui.
— Você vai tocar uma música para mim?
— Algo assim. Você lembra daquele dia no salão de baile da escola, só nos dois no piano?
— É claro.
— Aquela foi a primeira vez que nos conectamos desde a praia. Eu digo que foi a primeira vez que você me fez sentir Deus. Eu não sou escritor, nem um compositor, nem um poeta, mas desde aquele dia palavras e melodias chegam à minha cabeça sem eu dar permissão a elas. Por isso desde aquela noite eu sabia que se esse dia chegasse era assim que ele deveria acontecer. Eu poderia apenas dizer tudo, mas issi não seria fácil, Anna, nenhum pouco fácil, por há muita coisa em mim por você. Por isso decidi cantar para você um pouco de tudo que sinto, que é grande demais para caber em uma só canção. Essa foi a primeira música que escrevi na vida, e tenho a sensação de que não a fiz só. Por isso eu quero cantar e tocar para você agora uma música que eu comecei a compor já tem muito tempo. Ela se chama: Eu e Minha Flor.
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Flor De Um Reinado: O Homem e a Flor
RomanceLIVRO 3 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...