CAITLYN
— Isso é ridículo — falei quando o carro nos deixou na porta do palácio de Camellia.
— Isso é benevolência — Thomas discordou. — Nosso país está prestes a atacar Camellia. Os outros nobres foram deportados, mas ele resolveu nos deixar sob sua custódia, já que pensa que talvez seja verdade que James também quer nos matar.
— Que nada. Aposto que ele descobriu sobre você.
— Não importa. Estou satisfeito que vamos poder ver Anna.
Passamos pela porta e encontramos João correndo pelos corredores.
— Tio Thomas! — ele correu e abraçou Thomas, depois se voltou para mim e cumprimentou — Oi, princesa.
— Oi, João.
— Eu vim buscar vocês, para levar até a sala do meu avô.
— Ah, muito bem.
Ele parecia mais animado. Thomas tinha dito que estava traumatizado com o que aconteceu. Nada como estar perto de Anna.
Ele nos guiou até o escritório do rei, entrou e segurou a porta para que passássemos.
— Pronto, majestade. Trouxe eles para você.
— Muito bem, João. Mas já disse para não me chamar assim.
— Estou de serviço, vovô — ele falou bem sério e ninguém na sala conseguiu segurar o riso.
— Ah, é claro. Está certo — disse o rei entrando na dele. — Agora está dispensado, vamos ter uma conversa de adultos.
— Tudo bem, se precisar de mim, pode pedir para o Leo me chamar.
— É claro, é claro. Pode deixar. Você é muito necessário aqui.
João deixou a sala e o rei Augusto se encostou em sua cadeira.
— Essa palácio estava precisando de uma criança. Podem se sentar.
Nós obedecemos.
— Veja bem, eu acho que já entenderam por que estão aqui. Nós estamos em situação hostil com o país de vocês. Deportei os outros nobres de Hemero que estavam na escola, mas a situação de vocês dois é mais complicada, já que são jurados de morte por James. Ainda assim, dado os últimos eventos, não sei se posso confiar em vocês dois, por isso, até tudo se acalmar, gostaria que ficassem aqui, sob minha custódia. Vão ficar bem confortáveis, não se preocupem, mas é importante que você saiba que estão presos, por isso entreguem aos guardas qualquer aparato tecnológico que tiverem com vocês.
— Majestade, nós entendemos — disse Thomas. — E mesmo que não possamos ter sua total confiança, estamos do seu lado.
— Contra o seu país?
— Contra James Hawkbat. Se de fato, ocorrer, não são apenas os Camellinos que vão sofrer, os Hemeranos também.
— Está correto. E Thomas, enquanto estiver aqui, gostaria que nos reunissemos em outro momento para falarmos sobre outro assunto.
— Acho que já imagino qual seja. Anna lhe contou sobre os direitos que tenho sobre o trono de Camellia. Quero deixar claro de antemão que abro mão de todos eles. O único país do qual serei rei é Hemero.
— Fala isso com tanta convicção.
— E o senhor acredita mesmo que meu primo terá um reinado duradouro?
— Outra vez, está correto. Ainda assim, você deve entender minha preocupação. Devo garantir que minha filha seja rainha. Por isso tem alguns papéis que gostaria que assinasse.
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Flor De Um Reinado: O Homem e a Flor
RomanceLIVRO 3 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...