36. Samuel

37 1 11
                                    

DOMINIQUE

Mesmo com os olhos ainda lacrimejando, eu corri junto com os guardas para fora, mas não teve jeito, a bagunça era muita, perdemos Anna de vista.

Corri até um dos militares.

— Cesse a dispersão — falei.

— Não até todos terem ido embora, Sr.Castro.

— A princesa Anna está ali no meio. Cesse a dispersão! — gritei.

Ele me encarou surpreso.

— Senhor, a princesa Anna está no meio da dispersão, Guarda Daniel Castro pede que ela seja interrompida — disse no rádio.

— Tem permissão para interromper — seu superior respondeu.

Ele parou a dispersão e logo o gás começou a baixar, algumas pessoas estavam caídas no meio da rua. Procurei Anna entre elas, não encontrei, nem Emanuel. Pelo comunicador, os guardas avisaram que haviam se dispersado pelas ruas.

Suspirei aliviado quando Jonas falou que tinha encontrado os dois. Eles quiseram ir até lá, mas logo falei que retornassem. Ir até lá naquele momento e à pé seria perigoso para Anna. Logo ele avisou que encontraram um lugar seguro e eu agradeci ainda mais a Deus.

Retornamos para a frente do hotel, onde a manifestação já estava praticamente contida.

— Qual o plano? — perguntou Adriam quando nos juntamos novamente.

— Vamos deixar passar alguns minutos para as ruas ficarem mais vazias, então vamos pegar um carro aleatório e ir até lá — disse César. — Nós todos é muito chamativo. Mas alguém pode ir na frente.

— Eu vou — falei.

— Dominique, você é o mais conhecido de nós.

— Não importa, eu vou — tirei o blazer.

— Tudo bem, mas fique atento, e antes de entrar na casa, veja se não é visto.

— Tudo bem.

— Armas a postos.

— Tudo bem — eu sei.

Eu saí caminhando pela rua, Anna não estava muito longe, tentei ser o mais discreto possível. Pelo que Jonas havia explicado, a casa que eles encontraram para se abrigar era da mãe de Odette.

Como combinado dei três de três batidas na porta e ele abriu.

—Cadê ela? — perguntei a ele e logo vi que estava atrás dele. Puxei Anna para um abraço.

— Por que as coisas nunca são tranquilas com a gente? — resmunguei enquanto apertava ela. — Espera, onde está seu respirador?

— Não preciso mais dele — ela sorriu.

— Não precisa? — Olhei confuso para ela e então notei quem estava sentado em uma cadeira de balanço no canto da sala.

— Sr.Gomes?

— Garoto — ele abriu um largo sorriso.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— Ernesto me curou, Dom — Anna disse. — Ele já estava aqui quando cheguei.

— Já estava mais do que na hora de conhecer sua noiva.

Ele ficou de pé para me cumprimentar, eu fui até ele e o abracei.

— Velho sacana — eu sorri. — Foi você quem fez isso?

— Eu não fiz nada — ele deu de ombros.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora