73. Essas Expressões

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ODETTE

— Tudo bem — falou Gabriella. — Como amigas da Anna, recebemos uma importante missão.

Estávamos ali eu, Giselle e Gabriella.

Meu trabalho e minha família estavam em Santa Rosa, por isso, durante o tempo que Anna passou no palácio, fiquei mais afastada. Agora ela havia voltado e de cara, naquela manhã, já havia uma bomba para ser jogada em cima dela.

Nunca pensei que algum dia seria tão leal a alguém que não é da minha família. Mas nunca foi assim que Anna fez eu me sentir. Para ela, parecia que todos eram da família. De repente, de uma futura rainha sobre a qual eu não tinha nenhuma opinião, Anna foi para uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Por isso eu sofria junto com ela todas coisas ruins que vinham lhe acontecendo. Temia por aquele dia, em que ela descobriria que mais uma amiga sua tinha sido assassinada por mais um inimigo seu.

— O que está acontecendo com ela mesmo? — perguntei.

— Acho que Giselle sabe explicar melhor.

— É uma crise de fé. Ela não entende mais as coisas de Deus, por causa do que Dominique fez. Anna está diferente agora. É perceptível como quem ela era antes era parte de Deus nela. Agora ela não está ruim, ela só parece... Comum. Como nós.

— O que ela nunca foi — ressaltei.

— É, e por isso não faço a mínima ideia de como ela irá reagir a isso.

— De toda forma, somos nós que temos que fazer. César pediu que fôssemos nós, porque acha que essa é uma notícia que Anna tem que receber com alguém por perto. Thomas e Caitlyn estão no palácio, os guardas estão fora, então só sobramos nós.

— Por que César não liga para ela? Nós ficamos perto.

— Acho que também falta coragem nele para contar. Ele parecia bem abatido quando me ligou. Vamos lá. Anna já deve ter acordado, e não acho que ela tenha que receber essa notícia por outras pessoas ou veículos.

— Tudo bem, vamos fazer isso — falei. — Ainda anão entendi bem a situação, mas vou estar lá para o que ela precisar.

Nós nos levantamos e fomos em direção ao quarto de Anna. Com dois toques na porta, ela permitiu que entrássemos. Ela estava sentada na cama mexendo no notebook, o que era uma novidade, eu nem sabia que Anna sabia mexer nessas coisas. Ao ver que era nós, ela rapidamente fechou e se levantou.

— Eu estava mesmo querendo falar com vocês — ela disse. — Sobre o meu retorno.

— A gente já sabe o que você quer dizer — falou Gabriella. — Quer dizer que não é só por que está aqui que as coisas vão voltar a ser como antes. Quer que fiquemos distantes. Não sei quanto a essas duas, mas vai ter que me obrigar a fazer isso se quiser.

— Gabi...

— Estou falando sério. Onde está João?

— Ele pediu para ficar mais uns dias no palácio, com certeza tinha Felipe e meu pai nisso. Não vi problema. Todos vão estar aqui no final de semana mesmo para o dia da independência.

— Anna, não viemos aqui em vão. Viemos dar uma notícia.

Ela olhou para nós, parecendo se tocar que tipo de notícia era.

— Conheço essas expressões. Quem morreu?

Depois de um silêncio, Giselle disse:

— A Cris.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora