32. A Grande Questão

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DOMINIQUE

— Última pauta da reunião de hoje. Acho que é o momento ideal para voltarmos com os eventos externos — disse o diretor.

Eu não conseguia mais olhar para nada do que Lewis falava e ver aquilo com bons olhos. Tudo que ele falava para mim parecia ter algo por trás.

Eu sentia que minha ações também não eram mais imparciais, porque eu sabia que já estava na hora dos eventos externos voltarem, mas eu também sabia que Anna ia querer ir, eu não ia ficar sossegado com aquilo, e provavelmente brigariamos. Era como decidir entre o melhor para a escola e o melhor para Anna. Eu queria entregar aquele cargo para alguém, seria melhor, mas no momento não teria como. A única pessoa que eu confiava para entregar aquela função seria Jonas, e ele seria influenciado por mim.

— Eu concordo — disse a supervisora de eventos.

— Sei que tem muita coisa acontecendo em Camellia, mas a escola é mundial, não podemos continuar parados.

— Não estamos parados — falei. — As atividades internas estão ocorrendo normalmente.

— Os eventos internos não — disse o supervisor de atividades.

— De toda forma, precisamos do seu aval — disse a vice diretora. — Garante segurança nesses eventos?

— É difícil dizer o que é seguro hoje em dia — principalmente o diretor da escola, sendo um rebelde, pensei. Olhei para ele, para que entendesse do que eu estava falando.

— Por mim, acredito que está tudo seguro —ele disse. — Mas você não pode levar em consideração apenas sua noiva, e sim os demais alunos.

— É complicado falar assim, porque ela é quem corre mais risco.

— Já tem um tempo que não há ataque.

— Porque significa que o próximo não está tão longe.

— De toda forma, Daniel, responda nossa pergunta. Nossa escola não existe em função da princesa Anna. Então responda: qual a porcentagem de riscos para eventos externos. Sei que tem esse cálculo.

Suspirei derrotado.

— 11% por cento — respondi.

— Abaixo da linha amarela — disse o diretor. — Vamos retornar com os eventos externos. Se é arriscado para a princesa Anna, então diga que ela não saia da escola.

Aquilo parecia muito mais fácil na teoria.

A reunião se encerrou e eu retornei ao meu escritório. Minha mãe entrou logo depois com um saco e pendurou na parede.

— Trouxe sua roupa. Não acredito ainda que estava querendo levar isso amassado daquele jeito. Você parte que horas hoje?

— Anna pediu que eu estivesse no jantar de ensaio. Então devo sair daqui em no máximo três horas.

— Tem vôo esse horário?

— Rei Augusto disse para eu ir no jatinho da família real. Estão aguardando por mim.

— Que chique.

— Ele acha que como vou sozinho não é muito seguro que eu pegue um avião comercial — ri. — Onde já se viu? Um guarda que precisa guardas.

— Você está com seus dias de guarda contados, Dom. Quando se casar com Anna, será da realeza. Você será um príncipe. Príncipe de Camellia. Não está indo para lá para ficar de guarda da Anna, mas porque é um dos convidados do casamento pela família real da Gérbera.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora