Extra 4. A Carta

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JOÃO

Corri com a carta para dentro de casa, torcendo para que fosse uma linda declaração de amor do meu pai para minha mãe. Ela ia ficar feliz de novo.

— João — tia Giselle me chamou quando me viu passar em um dos corredores.

Voltei correndo para falar com ela.

— Oi, tia.

— O que você está fazendo?

— Levando essa carta para minha mãe.

— É do seu pai?

— É sim, tia.

— Ah, muito bem, então. Depois me encontre no jardim, separei uma brincadeira muito divertida para nós hoje. Aí você tenta convencer sua mãe a vir.

— Legal. Eu vou lá, então. Volto daqui a pouco.

— Tudo bem.

Continuei correndo até o quarto da mamãe, mas ela não estava lá. Fui até um guarda.

— Oi, moço, o senhor viu minha mãe?

— Vi, ela foi para a sala do rei.

— Certo, obrigado.

Corri para lá com a carta.

— João — tio Thomas me parou em um corredor. — O que está fazendo?

— Estou indo levar essa carta do meu pai para minha mãe.

— Ah, muito bem. A Giselle falou com você?

— Falou sim, depois que entregar vou para o jardim.

— Tente trazê-la.

— Vou tentar.

Continuei correndo até chegar ao escritório do vovô. Leo estava sentado em sua mesa.

— Oi, João.

— Oi, eu vim falar com a minha mãe.

— Agora não dá, João. Eles estão em reunião.

— Ah, puxa. Tem certeza? É muito importante.

— Tenho. Você pode esperar aqui, se quiser. Talvez não demore muito.

Eu sentei e esperei. E esperei. E esperei.

— Tem certeza que não posso entrar? Ela sempre gosta de me ver.

— Tenho, pode voltar daqui a pouco.

Eu me levantei.

— Ah, tudo bem.

Fingi que ia embora e corri até a porta do escritório.

— João — Leo gritou, mas eu já tinha entrado.

Lá dentro estava o meu avô, o irmão dele e o pai dele. Tio Felipe também estava, e a minha mãe, mas ela não parecia nenhum pouco contente de estar ali.

— João, é melhor você aguardar lá fora — disse tio Felipe.

— Eu queria falar com a senhora, mamãe.

— João, nós estamos em reunião agora. Pode ser depois? — Ela olhou para mim e percebi que estava tentando segurar o choro, minha mãe não gostava de chorar, sempre ficava daquele jeito.

— Tem que ser agora, mamãe — não tinha, mas eu não queria deixá-la se eles a estavam fazendo chorar.

— Aconteceu alguma coisa?

— Hum... Acho que estou doente — ela me olhou em alerta.

Segurou minha mão e olhou para os outros.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora