ANNA
James me abrigou a ir almoçar com ele, o que foi realmente muito doloroso, precisei da ajuda dos guardas para andar até a sala de jantar. Ao chegar lá, notei a presença de Dominique junto à mesa. Ele estar no palácio só aumentava ainda mais minha aflição.
— Ele fez você vir assim? — ele perguntou quando sentei na cadeira.
— Essa é a última situação que esparava presenciar: eu, você e James sentados diante de uma mesa, almoçando juntos.
— Eles estão te dando algo para dor?
— É claro que não. Já foi muita bondade terem me dado na enfermaria.
— Vou falar com James.
— Não precisa me ajudar. Eu não quero a sua ajuda.
— Entendi. Você pensa que tudo que faço tem interesse.
— E não tem?
Ele não respondeu. Sabia que não adiantava continuar com aquilo.
— E o João? Como está?
— Ele está bem. Pelo menos fisicamente falando. Está com minha mãe. Mas o que ele viveu aqui foi... Ele está traumatizado.
Fechei os olhos.
— Eu não queria que ele tivesse...
— Eu sei, Anna, eu sei. Quando vim aqui da última vez quis provocar você, mas sabia que não colocaria ele em risco se tivesse escolha.
— E o que vai acontecer? Imagino que sua mãe é foragida agora também, não é?
— Qualquer pessoa vinculada a mim. — Ele se inclinou para frente e sussurrou: — Ele vai ficar com você quando eu te tirar aqui.
— Você realmente acredita que vai conseguir fazer isso? Dom, você não vai. É tarde demais, vai haver guerra. E talvez seja mais seguro para você ficar aqui sob a guarda de James.
— Eu prefiro morrer. Vou voltar para Camellia.
—Que droga! — Gemi de dor por fazer um movimento brusco. — Que droga, Dominique. Como vai voltar para Camellia se é procurado lá? E se chegar a fugir daqui, vai ser procurado aqui também.
— Eu não me importo.
— Não se importa que tudo que fiz por você vai ter sido em vão.
— Você nunca deveria ter feito nada disso, para início de conversa.
— E você não deveria ter deixado seus comparsas gravarem você.
— O que eu deveria ter feito era colocar um ponto final nisso tudo antes, mesmo que você corresse perigo. Talvez não estaria correndo tanto quanto está agora.
— Você pode, por favor, calar a sua boca?
—Parece que cheguei em boa hora — James entrou na sala.
Ele tinha me feito uma visita naquela manhã, deixando bem claro os novos termos no acordo, já que Dominique estava ali. Tinha inclusive deixado a porta aberta para me provocar, ele sabia que eu não ia tentar mais nada com Dominique ali.
—Anna, como está? A dor melhorou?
Eu não sabia qual era a intenção de James com aquilo tudo, mas não era boa.
Não respondi sua pergunta.
— Anna, vai ser mal educada comigo quando temos convidado? Temos uma regra, você sabe, e agora ela deve ser bem mais cumprida.
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Flor De Um Reinado: O Homem e a Flor
RomanceLIVRO 3 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...