59. Atire!

17 1 7
                                    

ANNA

James me abrigou a ir almoçar com ele, o que foi realmente muito doloroso, precisei da ajuda dos guardas para andar até a sala de jantar. Ao chegar lá, notei a presença de Dominique junto à mesa. Ele estar no palácio só aumentava ainda mais minha aflição.

— Ele fez você vir assim? — ele perguntou quando sentei na cadeira.

— Essa é a última situação que esparava presenciar: eu, você e James sentados diante de uma mesa, almoçando juntos.

— Eles estão te dando algo para dor?

— É claro que não. Já foi muita bondade terem me dado na enfermaria.

— Vou falar com James.

— Não precisa me ajudar. Eu não quero a sua ajuda.

— Entendi. Você pensa que tudo que faço tem interesse.

— E não tem?

Ele não respondeu. Sabia que não adiantava continuar com aquilo.

— E o João? Como está?

— Ele está bem. Pelo menos fisicamente falando. Está com minha mãe. Mas o que ele viveu aqui foi... Ele está traumatizado.

Fechei os olhos.

— Eu não queria que ele tivesse...

— Eu sei, Anna, eu sei. Quando vim aqui da última vez quis provocar você, mas sabia que não colocaria ele em risco se tivesse escolha.

— E o que vai acontecer? Imagino que sua mãe é foragida agora também, não é?

— Qualquer pessoa vinculada a mim. — Ele se inclinou para frente e sussurrou: — Ele vai ficar com você quando eu te tirar aqui.

— Você realmente acredita que vai conseguir fazer isso? Dom, você não vai. É tarde demais, vai haver guerra. E talvez seja mais seguro para você ficar aqui sob a guarda de James.

— Eu prefiro morrer. Vou voltar para Camellia.

—Que droga! — Gemi de dor por fazer um movimento brusco. — Que droga, Dominique. Como vai voltar para Camellia se é procurado lá? E se chegar a fugir daqui, vai ser procurado aqui também.

— Eu não me importo.

— Não se importa que tudo que fiz por você vai ter sido em vão.

— Você nunca deveria ter feito nada disso, para início de conversa.

— E você não deveria ter deixado seus comparsas gravarem você.

— O que eu deveria ter feito era colocar um ponto final nisso tudo antes, mesmo que você corresse perigo. Talvez não estaria correndo tanto quanto está agora.

— Você pode, por favor, calar a sua boca?

—Parece que cheguei em boa hora — James entrou na sala.

Ele tinha me feito uma visita naquela manhã, deixando bem claro os novos termos no acordo, já que Dominique estava ali. Tinha inclusive deixado a porta aberta para me provocar, ele sabia que eu não ia tentar mais nada com Dominique ali.

—Anna, como está? A dor melhorou?

Eu não sabia qual era a intenção de James com aquilo tudo, mas não era boa.

Não respondi sua pergunta.

— Anna, vai ser mal educada comigo quando temos convidado? Temos uma regra, você sabe, e agora ela deve ser bem mais cumprida.

Flor De Um Reinado: O Homem e a FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora