DOMINIQUE
Acabei adormecendo. Com Anna perto de mim, uma certa calmaria me tomou e dormi com ela em meus braços. Acordei, no entanto, ouvindo sua respiração alta.
— Anna! — Eu a ajudei a colocar o respirador.
Logo sua respiração começou a voltar ao normal.
— Tudo bem, está tudo bem — falei para que se acalmasse. Ela sempre ficava muito nervosa.
Depois de um tempo, ela respirou fundo e disse:
— Só queria melhorar logo. Por que não melhoro?
— Tudo tem seu tempo.
Eu beijei sua cabeça.
— Eu sei que não quer dos dar mais preocupações, mas é melhor aceitar que sempre vamos nos preocupar com você. Volte a dormir agora.
— É já — ela estava parada encarando o teto.
— O que foi?
— Nada, eu só... — ela continuou parada.
— Tentando não chorar?
— Tem sido mais difícil nos últimos tempos.
Eu já conhecia Anna bem o suficiente para saber que ela tinha essa questão com o choro. Ela não gostava de chorar, o que era bizarro, já que na vida da Anna não faltavam motivos para isso.
— Por que faz isso?
— Porque tem coisas demais na minha vida para me fazem chorar, se eu chorar por tudo, vou ser apenas uma menina chorona. Uma rainha não deve ser assim.
— Isso parece... é uma regra da sua mãe?
— Não.
— Anna.
— Tudo bem, é.
— Isso é inacreditável.
— Mas não é tão terrível quanto parece. Ela disse que isso me ensina a ser forte e de fato ensina.
—Não acho que força tem a ver com chorar ou não.
— Talvez esteja certo, mas eu aprendi assim.
— Tudo bem. Volte a dormir. Eu vou ficar aqui de olho em você.
E daquela vez eu de fato fiquei, até de manhã, quando ela acordou. Sabia que Anna não dormia muito bem, então eu ficava satisfeito quando estava por perto e podia lhe proporcionar isso.
A médica apareceu e, depois de uma bateria de exames, liberou Anna.
A médica orientou que ela descansasse, mas Anna decidiu que estava bem, e que queria ir à festa, por isso foi com as amigas para o salão de beleza.
Eu fui para o escritório tentar trabalhar, o diretor aproveitou o tempo que estava no hospital para sair da escola, sem me dar a oportunidade de interrogá-lo. Mas eu sabia que aquele alarme falso não havia sido disparado em vão. Uma hora ele iria voltar e eu ia descobrir o que aconteceu.
Ouvi vários toques seguidos na minha porta e não precisei pensar muito, já sabia quem não sabia bater comedido.
— Pode entrar, João.
Ele abriu a porta com um largo sorriso, depois fechou e sentou no sofá que era muito grande para seu tamanho.
— Oi, pai.
— Achei que fosse passar o dia com a Anna — falei enquanto preenchia alguns papéis.
— É, eu sei, estava preocupado, mas agora ela está bem e salão de beleza é muito chato, aí vim ficar aqui com o senhor.
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Flor De Um Reinado: O Homem e a Flor
RomanceLIVRO 3 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...