Capítulo Dezenove. 🌹

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O dia continuou chuvoso, para o aumento da ansiedade de Thomas que torcia para a tempestade cessar, para que seguisse viagem o mais rápido que pudesse. Não queria dar a chance de Hames pensar melhor e desistir de acompanhá-lo. Não tiveram outra alternativa a não ser permanecerem na hospedaria, que eventualmente recebia algum outro viajante encharcado.

A chuva deu uma trégua tarde da noite, o que não foi de grande ajuda para eles, então Hames informou que eles sairiam assim que amanhecesse, isso apenas se a trégua da chuva perdurasse o que de fato aconteceu.

Thomas, seguindo um dos conselhos de Hames, descansou o máximo que pôde no dia anterior. Se alimentou com as deliciosas iguarias de Josett e aproveitou o banheiro de seus aposentos para tomar longos banhos quentes, já que ele não fazia ideia de quando haveria outra oportunidade como aquela.

Quando Thomas acordou, Hames já estava desperto e preparado para partir. Thomas se apressou em recolher sua bagagem e, seguindo o soldado, foram em direção à saída da hospedagem.

Josett também estava desperta, mesmo sendo tão cedo. Thomas começava a pensar que talvez ela não dormisse tanto quanto deveria. As diárias já haviam sido pagas com antecedência, então não havia mais nenhuma pendência para tratar com Josett. Eles se despediram da mulher e ela os entregou algo pesado amarrado com um pano, e que cheirava deliciosamente. Ela os informou que era comida, e que provavelmente duraria dois dias.

Thomas e Hames agradeceram e se despediram, prometendo que voltariam para visitá-la quando tivessem a chance. Thomas, apesar de não ter trocado mais do que uma dúzia de palavras com Josett, achava ela uma pessoa bondosa e generosa.

Hames até tentou pagá-la pela comida, mas ela negou firmemente.

Thomas acenou uma última vez para a mulher na varanda daquela grande hospedagem, e acompanhou Hames até o estábulo, onde encontraram seus cavalos. Guiaram os animais para fora e os montaram, balançaram as rédeas e saíram em disparada de volta à estrada.
Não havia tempo a ser perdido, eles precisavam chegar até Oris o mais rápido que conseguissem, mas mantendo o cuidado de não ser visto por nenhum outro soldado do exército. Não até o momento do ataque.

O plano de viagem era cobrir o máximo de terreno até o meio dia, parar por um tempo para a refeição, e para dar aos cavalos um pouco de descanso, e retornar, voltando a parar apenas à noite, para preparar o jantar e montar o acampamento, ou se hospedar em algum lugar, caso encontrassem.

Ao meio dia, eles pararam sob a sombra de uma enorme árvore, a beira da estrada deserta e de terra. Não havia sinal de cidade, vilarejo ou qualquer outra construção em milhares de metros, então eles decidiram apenas parar ali, agradecendo mentalmente Josett por tê-los dado tanta comida para levarem.

– Se continuarmos nesse ritmo, provavelmente chegaremos em Wildaeirs amanhã. – comentou Hames, enquanto dava uma grande mordida no frango deliciosamente temperado por Josett. – Teremos que seguir caminho pela estrada principal, o que pode ser um pouco arriscado, já que é a estrada que a Rainha esta seguindo viagem.

– Por que não continuamos nessa estrada? – Thomas questionou, com sua boca um pouco cheia de comida.

– Essa estrada leva à Oris, como eu falei, mas, para atravessarmos, precisaremos passar pelos portões das fronteiras. – Hames explicou e continuou ao ver o semblante confuso no rosto de Thomas: – A fronteira com Oris é diferente, há enormes muros em toda a sua extensão e portões em alguns pontos específicos. Para ser exato, há três deles em toda a fronteira. Há soldados para guardarem esses portões. Foi por um desses que o exército de mercenários contratados por Joseph conseguiu entrar em Ennord, já que não havia ninguém vigiando. O portão mais próximo de nós é o da estrada principal, infelizmente.

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora