A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes Reis

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Tentou pensar no que fazer, em montar uma estratégia, e até achou graça mentalmente, pois ele não sabia nenhuma estratégia de combate. A única coisa que sabia que deveria fazer era evitar ser derrotado. Lembrou que Rose sempre o dizia para se mover, então começou a fazer isso, nunca ficando muito tempo parado em um só lugar e tentando ao máximo desviar dos golpes de Joane.

– Você está contendo seus golpes, Thomas! – Hames gritou.

– Você nos disse para não machucarmos um ao outro. – Thomas rebateu, não tirando os olhos da jovem loira à sua frente.

– Você não está nem ao menos tentando! Não vai conseguir machucá-la, mas precisa lutar como se fosse possível.

Thomas apenas confirmou com um meneio, voltando todo o seu foco para aquele duelo, observando a forma como Joane lutava e procurando alguma forma de vencê-la. Joane era rápida como um raio. Algumas vezes Thomas nem ao menos conseguia ver de onde a espada dela vinha, ele apenas se esquivava, sentindo o vento leve causado pela espada tocar alguma parte de seu corpo, e se afastava.

Ele sabia que não conseguiria se esquivar por muito tempo. Eventualmente ele ficaria cansado, ou seria desarmado pela Joane, o que quase havia acontecido algumas vezes, mas que ele foi rápido em evitar acontecer. Agora segurava a espada com tanta força que seus dedos já estavam brancos em volta do punho, mais do que o normal.

Decidiu sair da defensiva e partiu para o ataque, lembrando-se do que Hames o havia dito. Ele não deveria conter seus golpes. Ali era apenas um duelo de treinamento, mas ele provavelmente estaria na batalha em poucos dias, e lá ele não poderia contê-los, não se quisesse sobreviver. E ele queria. Muito.

Joane talvez tivesse percebido o que Thomas planejava fazer, pois ela recuou alguns passos, como se estivesse o desafiando a atacar. Já Thomas, não percebeu que aquilo era uma armadilha. Fora ingenuidade da parte dele, já que ele havia presenciado várias ocasiões onde Rose tinha feito exatamente a mesma coisa.

Sem perceber que estava cometendo um erro, Thomas encurtou a distância rapidamente. Ergueu sua espada em um golpe, que foi desviado pela espada de Joane, e novamente tentou outro, também desviado.

Desceu a espada na direção da jovem, que foi rápida em se esquivar, rolando na grama perto de seus pés. A espada novamente veio na direção de Joane, que se abaixou, deixando que a espada cortasse o ar em cima de sua cabeça, e com toda a força que tinha em seu corpo, chutou os pés de Thomas, em uma rasteira. Thomas caiu de costas na grama, com um som abafado. Se ele tivesse nascido com algum problema de formação em sua coluna, teria sido “consertado” naquele exato momento.

Honestamente, Thomas não imaginou que Joane faria algo assim. Quando percebeu, já era tarde demais e estava estatelado, gruindo palavras que ninguém entendia e gemidos de dor.

Ouviu a alta gargalhada de Hames a metros de distância, mas não tentou se levantar para encarar o soldado. Quando abriu os olhos, viu Joane parada ao seu lado, com a espada apontada para seu peito e com um sorriso convencido em seus lábios.

– Morto. – ela falou e estendeu a mão livre para Thomas, que aceitou de bom grado e se levantou, ainda sentindo dores.

Hames agora estava deitado na grama, com as mãos sobre a barriga, enquanto gargalhava loucamente. Thomas esperava pacientemente pelo momento em que ele iria parar de rir, e Joane parecia tentar conter a sua própria risada em solidariedade e respeito a Thomas.

Depois de um minuto inteiro gargalhando, Hames se levantou, ainda rindo, e se aproximou. Enxugou seus olhos que lacrimejavam, devido ao riso intenso, e quando chegou perto de Thomas, não conseguiu olhar para ele sem voltar a gargalhar, agora acompanhado de Joane.