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Ficou no Pátio, assistindo os soldados carregarem o corpo de Robert para longe. Se questionou sobre o que fariam com ele, se apenas descartariam no meio da floresta, para que os animais fizessem o trabalho de desaparecer com os restos, ou se seria pendurado no centro da cidade, como um aviso ou um troféu. Não desejou saber, de qualquer forma.

Recebeu muitos olhares feios de repreensão dos soldados que passavam por ele, e ficou desconfortável. Se não fosse pela execução, teria continuado em seus aposentos, mas precisava estar ali. Por Daehan e por Rose, precisava estar ali.

– Thomas, como vai? – Sua atenção foi capturada por uma voz que vinha do seu lado direito. Virou o rosto e encontrou Aron se aproximando dele. Sentiu-se aliviado em ver um rosto amigo.

– Estou bem, Aron, e você?

– Melhor agora. – Aron falou, indicando a poça de sangue onde Robert estava caído poucos minutos atrás. – Esperava que ele tivesse uma morte mais longa e sofrida, mas fico satisfeito por finalmente ter acabado. – ficou mais sério.

Thomas concordou com um aceno.

– Quer dizer que você vai ficar de vez? – perguntou, mudando de assunto, não queria falar sobre Robert. Também não se sentia feliz em ter visto o antigo Conselheiro ser morto.

Aron estava usando sua armadura.

– Ainda estou me decidindo. – Aron respondeu vagamente.

Passaram por eles mais dois soldados, eles cumprimentaram Aron e olharam sério para Thomas, não se dando o trabalho de baixar o tom de voz ao falar sobre ele. Metade da tropa ainda não havia retornado para seus postos, e ele não conseguiria evitar de encontrar soldados em qualquer parte que fosse.

Thomas corou e baixou a cabeça.

– Parece que todos me odeiam agora. – comentou sem emoção. – Pensei que você também estaria furioso.

Aron franziu o cenho, confuso.

– Por que pensou isso?

– Você estava lá, viu o que eu fiz. – falou envergonhado.

– Está de referindo à sua luta com a Rose? – questionou e Thomas concordou com um meneio. – Não, Thomas, não fiquei furioso com você por isso. Para mim, ficou mais do que claro que você estava tentando impedir a Rose de matar as crianças, e não o Robert e o Joseph. Então, não, não o odeio, só acho que você foi azarado. De todas as pessoas do mundo que você poderia tentar impedir, aconteceu de ser logo a Rainha.

– Você acha que eu fiz certo?

Thomas faria essa pergunta um milhão de vezes, na esperança de que alguém dissesse algo que não o fizesse mais se sentir tão mal consigo mesmo.

– Moralmente falando, acredito que sim. – Aron respondeu prontamente e Thomas sentiu alívio. – Foi bastante honrado de sua parte lutar por aquelas pessoas, principalmente se levarmos em conta que você não as conhecia. Você não as devia nada, e ainda assim tentou salva-las.

– Então teria feito o mesmo?

– Não. E não porque eu não quisesse poupar as crianças, mas porque o meu desejo por vingança falava mais alto do que minha piedade. Isso me torna uma pessoa ruim? Talvez, mas não me importo. – Deu de ombros. – Você tinha uma opinião e lutou por ela, mesmo sabendo que era diferente da maioria, mesmo sabendo que teria consequências e isso, na minha opinião, é impressionante. Mostra que você é diferente de muitos, que pensa com sua própria cabeça. Eu fui embora porque não conseguia me ver como parte do exército. Como alguém que seguiria as ordens à risca, mesmo que não concordasse com elas, e nesse ponto, acho que somos parecidos.

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora