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Olhou ao redor, sua visão entrando em foco aos poucos, notando que fora colocada em sua cama. Era noite, a lareira estava acesa e o quarto aquecido. Sentiu um peso sobre a cama, ao lado de seus pés, e ao focar sua visão naquela direção viu Thomas, adormecido, inclinado para frente, com a cabeça apoiada nos braços sobre o colchão, sentado desconfortavelmente em uma cadeira. Rose não sabia há quanto tempo ele estava ali, mas provavelmente estaria exausto.

Ela se mexeu lentamente, tentando se sentar, e uma dor aguda na região da barriga a parou e não conteve o grunhido que escapou de seus lábios. Não usava as mesmas roupas de quando fora ferida, estava usando apenas um vestido claro, solto e que possuía laços na parte de frente. Provavelmente os médicos teriam trocado suas vestes, escolhendo aquela por sua praticidade, uma vez que era uma peça que facilmente poderia ser retirada do corpo dela, caso fosse necessário.

Thomas ergueu o rosto ao perceber a movimentação sobre a cama. Seu rosto vermelho e cansado se transformou uma expressão de puro espanto.

– Rose! – exclamou e, em um segundo, já estava de pé ao lado dela. – Pelos deuses, você acordou! Você está bem?

– Thomas. – ela murmurou, sua voz estava fraca e a garganta, seca. Seus lábios também estavam ressecados, tentou umedece-los, mas a saliva parecia ter sumido de sua boca. Sentia sede.

– Fique parada, eu irei trazer os médicos. – ele falou, antes que ela dissesse qualquer coisa, se afastando às pressas e saiu do quarto aos tropeços. Voltou alguns minutos depois, na companhia dos médicos, George e Hames, todos tão barulhentos quanto uma manada de bois. Eles pareciam surpresos e aliviados ao vê-la acordada.

– Os deuses são bons! – Hames exclamou mais alto do que Rose gostaria, mas ela não o censurou. Ninguém o fez. – De fato são! Nos deu um grande susto, Majestade.

Rose apenas deu de ombros. O que poderia dizer? Desculpe-me?

Hames e Thomas se abraçaram como se comemorassem uma vitória, o soldado suspirou em alívio. George ficou imóvel encarando Rose, como se não pudesse acreditar no que seus olhos viam. Rose jurou que conseguiu ver lágrimas brilhando nos olhos verde-escuro do General, mas ele conseguiu disfarçar.

– Você está bem? – George perguntou preocupado.

Rose acenou que sim.

– Estou com sede. – anunciou e todos os homens se apressaram e se atrapalharam uns nos caminhos dos outros para servi-la um copo de água. George, que estava mais perto, foi o que conseguiu. Ele segurou na nuca de Rose, erguendo minimamente a cabeça dela e depositou cuidadosamente o líquido em seus lábios, com os olhos intercalando entre os médicos e ela, para garantir que estava fazendo tudo certo, repetindo o processo quando Rose pediu por mais. – Obrigada. – agradeceu, após o segundo copo.

George voltou para seu lugar.

– Precisamos examiná-la, para ter certeza de que está tudo bem. – Um dos médicos, aquele que era considerado o melhor de todos os Quatro Reinos, cujo nome era Braenden, disse para o grupo. – Nos deixem a sós.

George, aceitando o comando, tomou a frente e expulsou todos do quarto imediatamente.

– Ajudem-me a sentar. – Rose pediu e os médicos a colocaram sentada, com as costas apoiadas na cabeceira da cama.

– Como se sente, Vossa Graça? – Braenden perguntou. Velho e corpulento, sentou-se. Desfez cuidadosamente os laços frontais de seu vestido, para que conseguisse ter acesso à pele dela. As mãos do homem eram tão frias que poderiam ser de um defunto.

Rose não se incomodou com a ação. Ou de estar com sua parte superior totalmente desnuda. Aqueles homens não olhavam para ela com qualquer tipo de interesse, desejo ou sujas intenções, isso nunca acontecia. Eram médicos, e estavam tão acostumados a verem pessoas sem roupas quanto a vê-las vestidas.

– Como um queijo furado. – ela respondeu. Braenden riu, enquanto media sua temperatura tocando-lhe no rosto e verificava o ferimento sob o curativo. – Quanto tempo se passou?

– Dois dias. – O outro médico, Percival, informou.

Rose espantou-se.

– Passei dois dias inconsciente?

Ele confirmou.

– Sua febre estava alta, Majestade. – Braenden respondeu. – Fizemos de tudo para baixa-la, e nada parecia funcionar. Tratamos seu ferimento, e não havia muito riscos depois de fechado, mas você ainda não acordava. Não estava morta, obviamente, mas também não estava aqui.

Rose franziu o cenho, achando aquela conversa confusa e estranha demais para aquele momento, sua cabeça ainda parecia girar e as lembranças dos últimos acontecimentos se embaralhavam em sua mente. Se encolheu com a ardência do líquido que Braenden estava ocupado em passar sobre seu ferimento. Ela baixou o olhar e viu o local onde havia sido golpeada. Uns dez centímetros abaixo de seus seios, no centro do abdômen, mas um pouco mais para a direita. Não era um grande corte, definitivamente possuía cicatrizes maiores espalhadas pelo corpo. Estava vermelho, inchado e dolorido. As costuras grossas dos pontos recentes cruzadas de um lado para o outro da pele. Ela se sentiu uma boneca remendada.

– Como não morri? – ela voltou a perguntar. – Pensei que sangraria até a morte naquela estrada.

– E quase sangrou, mas o rapaz a trouxe com rapidez. – Percival respondeu, ele estava ocupado em misturar ervas, xaropes e outros incrementos desconhecidos em uma pequena tigela de metal. Percival trabalhava no Castelo há mais tempo do que Braenden, e antes costumava ajudar Noreen a cuidar dos doentes e feridos. – E isso foi crucial. O golpe não acertou nenhum de seus órgãos, com a graça dos deuses! Passou perto, mas não acertou. Mas você ainda tinha perdido muito sangue. Tínhamos medo de que a hemorragia tivesse sido fatal. Felizmente não foi, mas ficamos preocupados com o fato de que Vossa Majestade não acordava e não reagia fisicamente a nenhum dos nossos estímulos, temíamos que você pudesse não acordar...

– Parece que não vai ser tão fácil para vocês se livrarem de mim. – ela comentou, um pouco divertida. Por alguma razão, seu humor não se parecia com o de alguém que quase morrera. Apesar das dores físicas, da cabeça que parecia prestes a explodir e da rigidez em seus ossos que tornava difícil até o menor dos movimentos, Rose se sentia bem.

Os médicos riram.

– Que os deuses a ouçam, Majestade. – Percival falou, alegremente – Que eles a ouçam bem!

Braenden cobriu o ferimento com um novo e limpo curativo, voltou a atar os laços do vestido com gentileza e se levantou com certa dificuldade.

– Como perdeu muito do seu sangue, Majestade, é provável que sinta tonturas e sua visão escureça em alguns momentos, mas passará quando repor o sangue que fora perdido. – ele disse, informativo e sério como um médico. – Sugiro que se alimente bem e que não faça nenhum esforço. Paramos o sangramento, mas os pontos são recentes e ações intensas podem abri-los de novo. Traremos seus remédios a cada três horas, para ajudá-la com a dor. Felizmente a febre cessou, então não será mais um problema. Também precisaremos limpar o ferimento com frequência, para evitar que infeccione.

Rose confirmou. Percival colocou a mistura que havia preparado em um copo pequeno, e entregou para Rose que o bebeu em um único gole. Aquilo tinha gosto ainda pior do que a aparência – que já era terrível. Se fosse descrever o sabor daquilo, Rose o descreveria como um suco feito de algo podre. Não questionou o que havia na mistura, achou melhor não saber.

– Tudo bem. – disse ela, bebendo de outro copo, esse com água, para tirar o gosto ruim da boca, mas não adiantou muito, precisaria de alguma coisa mais forte. – Obrigada, mestres, por terem salvo minha vida.

– Apenas fizemos nosso trabalho, Majestade. – Percival disse, modesto. Rose os recompensaria eventualmente, sempre recompensava um trabalho bem feito.

Como não havia mais nada para fazer, examinar ou dizer, os homens fizeram uma reverência e saíram. George entrou logo após. Havia ficado grudado na porta durante todo o tempo.

– Como está, Rose? – ele perguntou assim que entrou, seu olhar analítico correndo por todo o corpo dela.

– Estou bem, e você? – ela respondeu solenemente, como se eles tivessem apenas cruzado caminhos em um dia comum.

– Não é hora para tentar ser engraçada. – ele rebateu, repreensivo. – Eu pensei que você morreria!

– Paranoico como sempre, Conselheiro. – Rose sorriu. – Já não lhe provei, diversas vezes, que será necessário muito mais para me matar?

Rose viu um pequeno sorriso surgir no canto dos lábios dele a medida que a preocupação ia sumindo.

– Não faça mais isso. – George disse, com o dedo indicador na direção dela. Agindo assim, parecia até um irmão mais velho dando ordens. O que, para Rose, era engraçado visto que eles tinham a mesma idade, ele não era seu irmão e, principalmente, ela era quem dava as ordens.

– Anotado, vou tentar não ser ferida gravemente daqui em diante.

– Por que foi caçá-los? Sabia que era perigoso. Eu lhe disse que não era prudente andar sozinha pela floresta.

Sim, ele disse. Muitas vezes.

– Não fui caçá-los, mas os encontrei por coincidência. – Rose deu de ombros. – O que queria que eu fizesse? Desse as costas e os deixado lá?

– Era exatamente isso que deveria ter feito! – George disse exasperado.

– Não costumo fugir de uma luta. – Rose respondeu simplista.

– Eu sou o Conselheiro, você não deveria ouvir os meus conselhos?

– Ao menos eu os peguei, George. – Rose falou, serena. – Paul e seus companheiros não serão mais um problema para nós. Deu tudo certo.

O conceito de "tudo certo" para George era obviamente diferente do dela. Ele bufou. Tudo certo? pensou incrédulo, você quase morreu!

– Deuses sejam misericordiosos, eu acho que vou acabar enlouquecendo! – ele exclamou, agora para ela ouvir. – Está satisfeita? Meu filho terá um pai louco por sua causa!

Rose riu mais.

– Ficarei bem, George, eu prometo. – ela garantiu, com um pouco mais de seriedade.

George confirmou com um aceno, como se as palavras "eu prometo" fossem um juramento sagrado que jamais pudesse ser quebrado por nada nem ninguém. Como se pelo fato de Rose prometer que ficaria bem, ela não conseguiria simplesmente não ficar. Teria que, obrigatoriamente, ficar bem independente das circunstâncias. Não fazia sentido algum, mas isso pareceu acalmar os nervos dele.

– O que aconteceu nesses dois dias em que fiquei desacordada?

– Tranquei o Castelo. – respondeu-lhe George. – Achei que o melhor a fazer era mantê-la isolada e segura o máximo de tempo possível, então reforcei a segurança da entrada da Área. As pessoas estão há dois dias sem sair. – riu, achando graça. – Mas devem entender, a informação sobre seu estado de saúde não poderia vazar. Que bom que você não demorou muito para acordar. As coisas poderiam ficar sérias se durasse mais tempo...

– O que teria feito se eu não acordasse?

– Ficaria aqui até isso acontecer. – ele disse prontamente. – Manteria o Castelo trancado. Faria de tudo para mantê-la segura e esperaria você acordar. Mesmo que levassem meses, ou anos.

Rose já imaginava que essa seria a resposta, por isso não pareceu surpresa.

– Deixe-me pedi-lo uma coisa, George. – Rose começou, voltando ao semblante sério. – Sei que não vai concordar, e não espero que concorde, apenas que aceite. Se, por algum motivo, em algum momento, eu não estiver mais em condições de governar e se você se vir em uma situação onde tudo está prestes a explodir diante de seus olhos, pegue sua esposa e filho e vá embora. Imediatamente. Não fique esperando ver as chamas e sentir o calor do fogo para fugir, simplesmente fuja. Não quero que morra em defesa de algo perdido, você entendeu? Felizmente eu acordei, e nada disso será necessário por ora, mas o fim dessa história poderia ter sido muito pior. Não temos um substituto para mim. Não há um herdeiro ou algum parente distante que vá reclamar legitimidade e isso, como sabe bem, abre margem para qualquer um ganancioso o suficiente se autoproclamar rei. No momento em que eu não estiver mais no trono, isso tudo vira uma guerra mais sanguinária do que qualquer campo de batalha. O que estará em jogo é puramente o poder, e homens gananciosos fazem coisas inimagináveis. Pouco importa quem são ou o direito que possam ter. A única coisa que vai importar é o que estarão dispostos a fazer para conseguirem o que querem. Considere isso uma ordem de sua Rainha, ou um conselho de uma amiga que preza por sua vida.

George abriu a boca para protestar. Rose ergueu as sobrancelhas e ele voltou a fecha-la. Claro que ele não concordava, era um General, sempre estivera disposto a morrer por sua Rainha, e Rose estava o pedindo para fazer justamente o contrário, se o dia chegasse. Esse pedido ia contra tudo o que ele acreditava e seguia, mas não protestou. Era importante que não protestasse. Era importante que entendesse.

Se a Rose não tivesse acordado, o que aconteceria? Se ela continuasse em seu estado inconsciente por muito tempo? Ele estava no comando na ausência dela, mas não era um rei, não era capaz de governar um reino inteiro. E mesmo que conseguisse manter tudo sob controle, não seria a longo prazo, eventualmente descobririam sobre Rose e aqueles que ainda não a aceitavam no poder, usariam disso para tirá-la de lá de uma vez por todas. Seria um banho de sangue. Nenhum soldado, aliado ou simpatizante de Rose seria poupado.

Sentiu ainda mais aliviado por Rose ter acordado.

– Entendi, Rose. – disse por fim para ela que aguardava sua resposta. – Vou rezar para que eu nunca precise fugir.

– Obrigada. Agradeço e aprecio sua lealdade e amizade. – Rose agradeceu honestamente. – Mas se esse dia chegar, não se prenda ao juramento que me fez. Eu o liberto dele. É um General, eu sei. É o novo Conselheiro e assim como todos os outros que vieram antes, você possui responsabilidades. Mas precisa lembrar que você também é marido de alguém. E pai. Sua família é mais importante para você do que seja lá quem sentar no trono depois de mim. Tenho certeza de que seu filho vai preferir tê-lo por perto do que apenas ouvir seu nome e feitos cantados em canções póstumas. Não sacrifique nada por Ennord, George, porque no momento em que você abre mão de uma coisa, é apenas uma questão de tempo até você ter que abrir mão de tudo, mesmo que não deseje.

Ele confirmou novamente, tinha ciência de tudo o que ela dizia. Rose era a última de sua linhagem, depois dela não havia mais ninguém, e se ela não estivesse mais no poder, os séculos de história dos Valeri seriam varridos para o total esquecimento, e o futuro do reino seria definido unicamente em quem fora a pessoa que conseguira eliminar todos os inimigos e obstáculos em seu caminho até o trono.

Rose não era apenas uma rainha como as anteriores, que poderia ser facilmente substituída. Ou unicamente um símbolo para o qual os súditos direcionavam suas preces, pedidos e críticas. Rose era a pessoa que garantia a estabilidade e segurança de Ennord. Era a mente por trás de todas as decisões importantes que transformaram O País da Primavera no que era atualmente. Era o pilar principal de sustentação. E sem ela, seria praticamente impossível de evitar o declínio do reino. Não era todo mundo que tinha noção disso, mas George sabia.

Porém, ele também sabia como era crescer sem o pai por perto, e não desejava que seu filho, ou filha, passasse pela mesma coisa.

Rose sentiu-se satisfeita, ele havia realmente entendido.

– Tem alguém que quer vê-la. – ele disse, desejando mudar o assunto incômodo, e indicando a porta. Rose não precisou perguntar para saber quem era. – Ele não saiu do seu lado em nenhum momento. Se recusou. Tivemos que quase forçá-lo a comer e tomar banho, mas ele voltava assim que o fazia e sentava ao seu lado. Acho que tinha medo de você não acordar, todos nós ficamos com medo. Ele se sentiu muito culpado pelo o que aconteceu com você, pensou que tinha sido o responsável.

– Sério?

– Sim, eu o disse que não havia sido culpa dele, mas talvez ele não tenha acreditado. Quer ouvir algo mais surpreendente? Ele a trouxe montando Dark. – Aquilo, genuinamente, entre todas as coisas que George disse, pegou Rose de surpresa. Desde que resgatou Dark, que cuidou dele, que o treinou e o escolheu como seu cavalo, ninguém, além dela, jamais tinha o montado. Nenhum cavalariço, soldado ou até mesmo o Daehan. Nenhum deles teve êxito. – Não sei como conseguiu, seu cavalo parece um diabo, mas ele conseguiu. De acordo com os médicos, se não fosse pelo Thomas trazê-la com rapidez, talvez você tivesse sangrado mais do que sangrou, e sua situação poderia não ser reversível, e não estaríamos aqui tendo essa conversa agora.

– Então acho que temos que agradecer pelo fato de Dark ser o cavalo mais veloz. – disse Rose, ainda absorvendo a surpreendente informação. – E agradecer ao Thomas, principalmente. Mande-o entrar.

George confirmou mais uma vez, caminhou na direção da porta, mas parou para encará-la novamente. Seu foco permaneceu no rosto dela por alguns instantes. No rosto dele, havia uma expressão de saudosismo, como a de alguém que não via um amigo há anos.

– Que bom que voltou, Majestade. – ele disse, genuíno, fez uma reverência e saiu, deixando a porta aberta para a pessoa que entrou em seguida.
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RAINHA DO LESTE E DO NORTE, SENHORAS E SENHORES 🛐🛐

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SE LIGUEM NESSA ARTE PERFEITA!!
Surtei bastante, foi feita pela minha amiga (que nessa altura do campeonato é a ilustradora oficial dessa história kkk) KeylaRaissa

Te entendo, Thomas, eu tbm seria louco por essa mulher 🤤

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora